Sempre que penso no tema vejo que temos uma jornada para aprendermos a tratar do assunto do ponto de vista da comunicação, educação e da vida mesmo. Os papas da publicidade não conseguem definir o que devem, ou não, fazer para que o comercial de margarina (com a família branca formada por pai, mãe, filho e filha) atinja mais pessoas e ao mesmo tempo não seja considerada como politicamente incorreta. O mesmo vale para a gostosona de biquini no anúncio da cerveja; inúmeras pesquisas indicam cada vez mais que as mulheres compram as suas próprias cervejas.
Nas relações de trabalho, as discussões sobre diversidade começam pelo básico, ou seja a sua própria definição. Afinal, o que é diversidade? Quando trazer o discurso para o ambiente corporativo? Há diversidade dentro das empresas? Os departamentos de Recursos Humanos buscam conselheiros e boa e atual literatura para lidar com a inserção das minorias em seu dia a dia de forma mais suave possível; ao mesmo tempo que buscam a equiparação salarial para mulheres, a igualdade para que os negros não sejam considerados apenas a ‘working class’, a inserção no mercado formal de trabalho de transgêneros; além de alocar e integrar os portadores de deficiência nos quadros de funcionários.
As multinacionais saem na frente ao levantar a bandeira da diversidade. A Nike apresentou sua campanha celebrando a carreira do atleta norte-americano Chris Moiser, primeiro transgênero a ingressar a equipe masculina dos EUA. Enquanto isso, no Dia da Mulher, a L’Oréal Paris escalou a modelo trans Valentina Sampaio como representante feminina da marca. Por aqui, o Boticário fez a campanha intitulada “Um dia dos namorados para todas as formas de amor” especialmente para o Dia dos Namorados com vários tipos de casais. E será que o meio acadêmico sabe como tratar alunos em salas de aula que se intitulam transgêneros? A inclusão da simples arroba no lugar da vogal o ou a resolve?
Ainda temos muito que avançar - abandonando o discurso da boca para fora - e entender sobre a questão título, nos libertando de rótulos e nos despindo dos nossos próprios preconceitos, para conseguir enxergar as mudanças que já estão acontecendo e que ainda virão nas próximas gerações. Precisamos abrir nossos olhos - e especialmente os ouvidos - para entender o que eles sentem e querem. A melhor forma de compreender como o outro se sente é se colocando no lugar dele com humildade, propósito e, acima de tudo, cabeça aberta para realmente acreditar em mudanças nos relacionamentos (entre pessoas, empresas, marcas e etc) que busquem um bem maior da comunidade, trazendo novas atitudes e comportamentos para dentro das relações humanas dos negócios.
E você, está preparado para falar sobre diversidade?
Daniela Barbará - profissional com 20 anos dedicados à comunicação corporativa e vive na pele diariamente o que é administrar diversidade, preparando seus clientes para lidar nas mais diversas situações. Contatos: (11) 999837800 e daniela@evcom.com.br
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