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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Porque ficamos com hematomas



Hematologista da ABHH explica o que acontece quando o sangue das veias e artérias deixa o interior dos vasos sanguíneos e se acumula em outras partes do corpo


Os hematomas ocorrem quando o sangue, que normalmente circula por nossas veias e artérias, deixa o interior
destes vasos sanguíneos, e se acumula em outras partes do corpo. O sangue extravasado em locais como a região sob a pele, em torno dos olhos, ou mesmo dentro de órgãos importantes como o cérebro, deixa de exercer sua função, e pode até mesmo causar problemas nos órgãos adjacentes.

“A gravidade do hematoma varia conforme o local onde ele se forma, perto ou não de órgãos, e seu tamanho, que pode ou não comprometer o bom funcionamento de outros órgãos. Os hematomas que observamos na pele após pancadas, ou após coletas de sangue, por exemplo, são formados pelo sangue que extravasa de pequenos vasos sanguíneos que se rompem em decorrência do trauma local, a pancada ou a picada da agulha. Este sangue extravasado não volta a circular normalmente, e só desaparecerá quando for completamente absorvido pelas células de defesa de nosso corpo, o que leva dias”, explica Erich de Paula, médico hematologista e membro do Comitê de Trombose da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH).

Esta reabsorção envolve uma série de reações químicas que modificam a cor do sangue e de seus metabólitos, o que explica a característica mudança de cor de um hematoma. Hematomas na pele que surgem após pancadas tendem a não representar risco para a saúde, desde que pequenos, restritos ao local do trauma, e autolimitados, isto é, que deixam de crescer espontaneamente, devido à ativação da coagulação de nosso sangue.

O médico alerta que a preocupação deve existir quando os hematomas surgem espontaneamente, sem que tenha havido qualquer trauma, e em vários locais do corpo. Isto pode significar uma alteração da capacidade de coagulação do sangue, especialmente se ocorrer de forma abrupta em alguém que não apresentava esta tendência. “Um outro sinal de alarme é quando os hematomas surgem juntamente com outros tipos de sangramento (gengiva, nariz, etc), em intensidade diferente do normal para aquele paciente. É importante reconhecer que há pessoas que apresentam uma tendência a formarem mais hematomas, às vezes mediante traumas mínimos ou simples aumentos da pressão sobre os vasos (por exemplo, um cinto muito apertado, ou o apoio prolongado da coxa contra uma mesa), sem que isso represente uma doença”.

Outro aspecto importante é que alguns medicamentos muito usados, como a aspirina, também aumentam a chance de formação de hematomas. Por isso, a avaliação de uma pessoa que acredite apresentar uma maior tendência à formação de hematomas deve ser feita pelo médico, através de uma entrevista cuidadosa sobre como estes hematomas se formam, sobre como a coagulação deste paciente se comporta em situações desafiadoras, como cirurgias ou extrações dentárias, e sobre a presença de casos de doenças da coagulação na família.






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