De
acordo com a educadora Katarina Bergami, estimular o gosto pela leitura é papel
dos educadores e dos pais. Exemplo é tudo, só não vale forçar e tornar o
contato com o livro uma obrigação
Estimular a criança a tomar gosto
pelos livros é missão dos educadores – no caso, a escola – e dos pais. Quem
afirma é Katarina Bergami, Coordenadora Educacional da Faces Bilíngue, escola
situada no bairro de Higienópolis, em São Paulo, que há quase 20 anos educa
crianças dos 4 meses aos dez anos.
“Na Faces, a próxima
semana será temática e dedicada ao livro”, exemplifica. “Os alunos participarão
de atividades variadas sempre tendo como tema o universo da leitura, das
histórias, ilustrações e autores que tanto colaboram – por meio de suas obras –
para o desenvolvimento infantil”.
A última pesquisa
Retratos da Leitura no Brasil, promovida pelo Instituto Pro Livro e divulgada
em março de 2016, mostrou o que já se sabe: o brasileiro lê muito pouco. Apenas
26% dos entrevistados disseram ter comprado um livro nos últimos três meses.
73% prefere assistir TV no tempo livre e 43% disseram que não leem por falta de
tempo – ou seria hábito?
“O gosto pela leitura
precisa ser desenvolvido desde cedo. Se a criança cresce vendo que a leitura
faz parte do cotidiano de sua família, a chance dela tornar-se uma leitora é
grande”, reforça Katarina. “O aluno habituado à leitura tem desempenho
diferenciado: ele demonstra mais cultura, tem um repertório de informações
variado, sabe argumentar e até fazer reinvindicações com mais propriedade”,
completa.
A seguir, a educadora
Katarina Bergami compartilha cinco dicas bastante importantes para desenvolver,
nos pequenos, o gosto pelos livros:
1- 1- Seja
exemplo: “É o básico. Não adianta
dizer ao seu filho que ele precisa ler se você não lê – nem livro nem jornal ou
uma revista. Se ele crescer num ambiente familiar onde a leitura tem espaço, é
grande a chance de também incorporar e valorizar este hábito”.
2-
2- Desligue a TV e
crie um momento de leitura:
“Em muitas casa, a TV fica ligada o tempo todo, mesmo se as pessoas estão
envolvidas em outras atividades. Que tal desliga-la por um tempo quando toda a
família estiver reunida? Neste momento, pegue algo para ler e estimule o seu
filho a fazer o mesmo. No começo, a troca talvez cause um estranhamento. Com o
tempo, pode virar um hábito e este momento sem TV será bastante prazeroso”.
3-
3- Incentive o
contato com o livro: “Que tal
criar um cantinho para os livros na sua casa? Pegue uma cesta, um móvel que
esteja encostado ou instale algumas prateleiras e coloque alguns livros para
que os pequenos possam vê-los e pegá-los. Quando for ao shopping, visite as
livrarias – quase sempre há cantinhos especiais para as crianças com os livros
dedicados a elas”.
4-
4- Mostre as
possibilidades e respeite o gosto do pequeno leitor – “Se o seu filho gosta muito de futebol, por
exemplo, que tal começar com os livros que falam deste universo? Ele não se
interessou por nenhum livro? Que tal checar se há alguma história em
quadrinhos? Se a menina sonha em ser princesa, este pode ser o caminho para
descobrir os livros que ela pode se interessar. Os pais que querem formam
leitores precisam mostrar as possibilidades de leitura e, sempre, respeitar o
gosto do leitor”.
5-
5- Não os pressione – “Incentivar é uma coisa. Obrigar é outra.
Ninguém passa a gostar de ler se sentir-se pressionado ou obrigado a fazê-lo.
Também não vale ficar perguntando, o tempo todo, se gostaram ou entenderam a
história de determinado livro. Vá com calma! Deixe os pequenos descobrirem o
prazer da leitura com tranquilidade. Só assim esta descoberta será feliz e se
transformará num hábito”.
Katarina Bergami – educadora.
Coordenadora Educacional da Faces Bilíngue - é paulistana, descendente de pai
húngaro (da Transilvânia, atual Romênia) e mãe alemã. Fala, lê e escreve
húngaro e alemão fluentemente, assim como o Inglês. Estudou na Escola Waldorf
Rudolf Steiner, em São Paulo. Graduou-se em 1982 em Química, pelo Mackenzie.
Tem Mestrado em Psicopedagogia pela Leibniz Universität Hannover - School of
Education (concluído em 1986). Em 1997, realizou o sonho de ter sua escola de
educação infantil construtivista, com muitas ideias oriundas da escola Waldorf.
Nascia a Carinha de Anjo, que atualmente se chama Faces – uma escola bilíngue
de Educação Infantil e Ensino Fundamental I. Katarina coordena as atividades
pedagógicas e educacionais.
Faces Bilíngue
Nenhum comentário:
Postar um comentário