Diversos
condomínios hoje em dia possuem síndicos profissionais, com experiência e
conhecimento técnico e até jurídico, especialmente sobre as normas do Código Civil.
Entretanto, a maioria dos prédios ainda conta com síndicos amadores,
normalmente aposentados, donas de casa ou pessoas que têm outras atividades
profissionais.
Sócio
da Citti Assessoria Imobiliária, Daphnis Citti de Lauro afirma que a
inexperiência e a falta de conhecimento são os principais problemas dos
síndicos amadores. “Existem alguns ótimos, mas a maioria, ao ser eleita, não
sabe por onde começar e tem o desejo de mostrar serviço. É nessa hora que
cometem erros graves.”
Dentre
as falhas, o especialista comenta abaixo as principais:
1) Síndicos amadores, em geral, não têm ideia
onde está a lei que regula os condomínios (Código Civil, artigos 1.331 a
1.358), nunca leram a convenção condominial e não sabem o que é especificação
de condomínio. Por consequência, ditam normas ilegais para solução de problemas
que rotineiramente aparecem. Em resumo: tornam-se pequenos ditadores.
2) Fazem obras sem aprovação de assembleia e
escolhem empresas diretamente, sem passar pela administradora, deixando de
colher outros orçamentos.
3) Deixam de cuidar da conservação das partes
comuns, com o objetivo de manter inalterada a taxa condominial, acreditando que
síndico bom é aquele que nunca aumenta o condomínio.
4) Procuram obter alguma vantagem pessoal, até
mesmo com relação às vagas de seus veículos, especialmente quando elas são em
local indeterminado.
5) Costumam pedir para a administradora
levantamentos semanais, desejam fazer assembleias todo mês, enviam mais de dez
e-mails por dia e telefonam a toda hora, dando um trabalho enorme.
6) Tratam mal os funcionários ou sem o devido
respeito, chegando até mesmo a gritar com eles.
7) É comum impedirem o uso de áreas comuns do
condomínio, mesmo quando raramente utilizadas. Exemplo: o salão de festas para
alguma atividade distinta, como uma aula de ioga, que mal algum fará ao
recinto.
Daphnis
de Lauro afirma que os moradores devem refletir bem na hora da eleição,
inclusive para manter o patrimônio valorizado.
“O
síndico escolhido deve ser uma pessoa capaz, honesta e de bom senso, até para
resolver problemas que surgem diariamente entre condôminos, moradores,
funcionários, etc. Jamais devem eleger alguém que tem o desejo de ser síndico
apenas pela isenção de sua taxa condominial. E, se ninguém aceitar ser síndico,
é melhor contratar um síndico profissional.”
Daphnis Citti de Lauro - advogado, formado
pela Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie e especialista em Direito
Imobiliário, principalmente na área de condomínios e locações. É autor do livro
“Condomínios: Conheça seus problemas”, sócio da Advocacia Daphnis Citti de
Lauro (desde 1976) e da CITTI Assessoria Imobiliária, com mais de 20 anos de
atividades, que atua como síndica terceirizada. www.cittiimobiliaria.com.br
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