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quarta-feira, 22 de maio de 2019

Reconstrução mamária recupera a autoestima de mulheres que sobreviveram ao câncer de mama


Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, a técnica é viável em cerca de 90% dos casos

Quando uma mulher recebe o diagnóstico de câncer de mama, inevitavelmente, a partir desse momento, tudo pode mudar. Além de precisar entender o que é estar com a doença, ter medo pela própria vida e lidar com a rotina de tratamentos, essa nova realidade afeta diretamente a sua autoestima. De acordo com o mastologista e especialista em reconstrução mamária, Dr. Rogério Fenile, membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia, em muitos casos, a retirada da mama é necessária e isso faz com que muitas mulheres não consigam fechar este ciclo, mesmo depois de ter alcançado a cura.
O médico explica que a técnica, que recebe o nome de oncoplástica, permite não apenas o resultado oncológico adequado, mas a relação estética mamária pós-cirurgia. Além dos benefícios psicológicos para a autoestima e o convívio social: “Infelizmente, estamos falando de uma doença, que para tratá-la, afeta-se diretamente a beleza de uma mulher. Eu estou falando do emagrecimento, da queda dos cabelos e da perda da mama. Muitas vezes, ao alcançar a cura, essa mulher ganha peso novamente, o seu cabelo cresce, mas a ausência da mama ainda é um fator que não lhe permite encerrar esse ciclo emocionalmente”, comenta o especialista.
Hoje, no Brasil, o procedimento é garantido por lei, tanto para mulheres atendidas por planos de saúde, quanto para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A legislação estabelece que a reconstrução seja feita logo após a mastectomia. Caso a paciente não tenha condições clínicas de realizá-la tão rapidamente, ela deve ser acompanhada por um especialista para que possa fazer assim que houver a liberação médica.
No entanto, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), apenas 20% das 92,5 mil mulheres que fizeram a cirurgia de mastectomia para tratamento do câncer de mama entre os anos de 2008 e 2015 passaram pelo procedimento de reconstrução mamária. Ainda de acordo com a SBM, a reconstrução mamária imediata é viável em cerca de 90% dos casos. 
“Com a evolução dos tratamentos, maiores taxas de cura e diagnóstico precoce, temos conseguido realizar cirurgias cada vez menos agressivas e preservar, ao máximo, a mama de uma mulher. Também é possível reconstruir não apenas a mama, mas a aréola e o mamilo. Assim, buscamos devolver, da melhor maneira possível, a vida de cada paciente por completo”, destaca o especialista.

Tipos de técnicas para a reconstrução
Diferentes técnicas podem ser trabalhadas para isso. A escolha vai depender da localização de retirada do tecido mamário, tamanho e forma. As mais comuns são feitas com implante de silicone, uso de expansor cutâneo e transferência de retalhos de pele.
- Prótese de silicone: indicada quando a mastectomia foi feita sem comprometer quantidade de pele significativa e para pacientes que não possuem mama suficiente para reconstruir a mama.
- Uso de expansor: é a inserção de um tipo de prótese vazia sob a pele, usado para promover gradualmente a expansão do tecido mamário, por meio da aplicação de soro fisiológico, até atingir o tamanho adequado. É possível inserir um implante definitivo em uma segunda intervenção cirúrgica ou usar um expansor definitivo.
- Transferência de retalhos de pele: nesta opção usa-se tecido de alguma área do corpo da própria paciente para se reconstruir a mama.
Mesmo que em muitos casos a técnica permita o encerramento de um ciclo, há situações em que as mulheres preferem não fazer a reconstrução. Os motivos vão desde querer se lembrar de todo o caminho percorrido a não querer novas cirurgias. E essas são situações em que o especialista vai analisar o método mais apropriado a ser adotado. “A técnica é escolhida através de uma conversa franca e esclarecedora entre médico e paciente, de acordo com a necessidade apresentada de cada caso. A prioridade, em qualquer circunstância é a qualidade de vida da paciente”, finaliza Fenile.





Dr. Rogério Fenile – Mastologista – Dr. Rogério Fenile é Mestre e Doutor em Ciências Médicas pela Disciplina de Mastologia do Departamento de Ginecologia da UNIFESP e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. É especialista em cirurgia de reconstrução mamária, com mais de 20 anos de experiência médica. Além de ser especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO. Instagram: @drrogeriofenile  

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