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quarta-feira, 8 de maio de 2019

Maio Amarelo: cirurgião do Hospital 9 de Julho comenta o que pode ser feito em caso de traumas causados por patinetes e bicicletas


A falta de uso de capacete representou 40% de traumas e contusões em pessoas que sofreram acidentes em estudo dos EUA; primeiro atendimento bem feito pode minimizar lesões e sequelas


A campanha Maio Amarelo, que promove a conscientização da população em busca da diminuição de acidentes de trânsito, tem reforços para este ano. O avanço da mobilidade urbana alternativa (bicicleta e patinetes) é inquestionável, mas também é um desafio porque, consequentemente, as chances de um acidente aumentam já que nem sempre é possível utilizar a proteção mais adequada. Por isso, saber como prestar socorro a esse tipo de vítima é muito importante.

“Infelizmente, é raro vermos pessoas de bicicleta e patinete que usam acessórios de segurança como o capacete, mas esses são itens de extrema importância para esse tipo de transporte”, afirma o  Dr. Renato Poggetti, cirurgião e coordenador do Centro de Trauma do Hospital 9 de Julho e complementa: “com estes meios de transporte, há maior chance de colisão na cabeça, dependendo da força da batida pode chegar a um traumatismo craniano, leve ou até mais grave”, comenta.

Ainda não existem estudos no Brasil sobre o comportamento dos adeptos desse tipo de transporte, mas recentemente o JAMA Network Open¹, periódico científico americano, publicou um artigo com dados de um levantamento realizado em alguns hospitais da Carolina do Sul (EUA) e constatou que, dos casos analisados, 40% dos pacientes sofreram traumatismos na cabeça e que apenas 4,4% dos acidentados usavam capacete.

“Em casos de acidentes, o mais importante é que o socorro seja prestado o mais rápido possível para aumentar as chances de sobrevivência e diminuir os riscos de possíveis sequelas”, explica o Dr. Poggetti. É preciso, porém, saber o que pode ser feito para não agravar o caso. Por isso, o Dr. Poggetti relaciona dicas do que fazer se você presenciar qualquer tipo de acidente.

Manter a calma – é uma situação delicada, mas que exige toda a tranquilidade de quem faz o primeiro socorro. Normalmente, a vítima está nervosa, procure acalmá-la. Assim, será possível captar informações sobre o estado de saúde e entender como ocorreu o acidente até o socorro especializado chegar. Lembre-se que a vítima deve ser movimentada o menos possível para evitar que qualquer problema seja agravado.

Estar em segurança – sinalizar a região do acidente para evitar novas colisões e identificar se a vítima está com alguma parte do corpo presa, ou se há um produto tóxico no local também é importante. Em caso de contato com substâncias tóxicas, sempre que possível, é indicado o uso de luvas e máscaras para evitar o aumento da contaminação. Quando o socorro chegar, informe-se sobre eventuais medidas adicionais.

Avalie as vias aéreas e respiração - É importante que a vítima esteja respirando sem dificuldade e que não tenha nenhum tipo de obstrução nas vias aéreas, como vômito ou língua enrolada, por exemplo, que podem obstruir as vias aéreas. Nesse caso posicione a vítima deitada de lado para que as vias sejam desobstruídas e volte a respirar normalmente.

Conter sangramentos – caso a vítima esteja sangrando, estancar o sangramento pressionando o local é o primeiro passo para reduzir os efeitos de hemorragias. O uso de garrotes (ou torniquetes) também pode conter o sangramento de membros, mas só pode ser feito por pessoas que tenham sido treinadas para esse tipo de procedimento.

Detalhes do acidente – ao pedir socorro, o ideal é já informar a gravidade do problema para que, assim, o paciente seja atendido com a prioridade necessária. E, logo que o atendimento pré-hospitalar chegar ao local, deve informá-los qual foi o histórico do acidente, o estado do paciente e quais foram os primeiros socorros prestados até aquele momento.

“Mais do que querer ajudar, precisamos saber como fazer isso. E informação de qualidade pode salvar vidas”, finaliza o médico.






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