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domingo, 2 de abril de 2017

Tratamento não-cirúrgico pode corrigir malformações congênitas das orelhas dos bebês



 A moldagem de orelha no período neonatal oferece uma janela de oportunidade para corrigir deformidades auriculares e malformações sem cirurgia, muito antes do aparecimento das provocações dos colegas e da perda de autoestima



Para os bebês com malformações congênitas da orelha, um sistema de tratamento chamado EarWell pode remodelar suavemente a orelha,  evitando a dor e o custo de uma cirurgia posterior, relata um estudo publicado na edição de março do Plastic and Reconstructive Surgery®,  jornal médico oficial da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).

Mas o tratamento deve começar cedo - de preferência nas três primeiras semanas após o nascimento, de acordo com cirurgião Steve Byrd (autor do estudo), em Dallas. O Dr. Byrd comenta: "O sistema EarWell é eficaz na eliminação ou  na redução da necessidade de cirurgia em todas as malformações congênitas da orelha, com exceção da mais grave".


Tratamento não-cirúrgico evita consequências posteriores

No estudo, os pesquisadores revisaram sua experiência com a correção não cirúrgica das malformações congênitas da orelha em 175 crianças. “O sistema EarWell é uma técnica relativamente simples para moldar e remodelar a orelha, aproveitando a maior  maleabilidade da cartilagem da orelha em recém-nascidos. Para melhores resultados, o tratamento deve iniciar-se nas primeiras três semanas após o nascimento, ou, consequentemente, mais tarde, em recém-nascidos prematuros”, afirma o cirurgião plástico Ruben Penteado, (CRM-SP 62.735), diretor do Centro de Medicina Integrada.

A técnica e a duração do tratamento de EarWell variam de acordo com o tipo e gravidade da deformidade da orelha da criança.  Byrd apresenta no artigo um sistema de classificação e detalhes técnicos para os cirurgiões plásticos seguirem no momento de avaliação do melhor tratamento para tipos específicos de malformações.

Na maioria das crianças do estudo, as duas orelhas foram tratadas, totalizando 303 orelhas. 98% dos bebês apresentaram deformidades de orelha de tipo "constritivas" relativamente leves. O tratamento de EarWell começou em uma idade média de 12 dias e continuou por 37 dias, incluindo uma média de seis consultas de acompanhamento com o cirurgião plástico.

O tratamento foi altamente bem sucedido na correção ou redução da gravidade das malformações congênitas da orelha. Os resultados foram julgados bons/ excelentes em 97% das orelhas com uma deformidade simples e em 88% com deformidades “mistas”, mais complexas. Cerca de 70% das orelhas com malformações constritivas foram classificadas como não tendo deformidade após o tratamento.

“As complicações consistiram principalmente em lesões cutâneas que cicatrizaram sem maiores problemas. Em oito casos, o tratamento teve de ser interrompido devido à uma reação alérgica à fita adesiva utilizada”, diz Ruben Penteado, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Embora o sistema de EarWell não seja novo, o relatório é o maior estudo de malformações congênitas da orelha tratadas com essa abordagem, incluindo uma abordagem padronizada para tratamento e avaliação dos resultados. Os resultados apoiam fortemente o uso do método, especialmente em lactentes com deformidades e malformações menos graves.

“Mas a falta de consciência desta alternativa não-cirúrgica é um fator limitante chave. A oportunidade para o tratamento precoce pode ser dificultada por uma falha em convencer os pediatras de que a maioria das orelhas dos recém-nascidos não se autocorrigem. Os pesquisadores também apontam que o sistema de EarWell é altamente bem sucedido no tratamento de orelhas proeminentes – uma  condição que geralmente passa despercebida pelos pais e pediatras, mas é provável que piore à medida que a criança cresce”, afirma o diretor do Centro de Medicina Integrada.

“Podemos operar as orelhas mais tarde na vida do paciente, o que aumenta a dificuldade da cirurgia, gera despesas, além da exposição  da criança a provocações, bullying e perda de autoestima. Se o seu bebê tem algum tipo de deformidade na orelha, os cirurgiões plásticos podem ajudar com ou sem cirurgia. Discuta a opção não-cirúrgica, como a moldagem da orelha com seu pediatra, e consulte um cirurgião plástico. Nesse caso, quanto mais cedo, melhor”, defende o médico.





Centro de Medicina Integrada.





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