Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de
abril, é uma oportunidade para repensar hábitos e reverter as estatísticas de
falecimento por doenças cardiovasculares
Em
2016, ocorreram 349 mil óbitos por doenças cardiovasculares no Brasil, um
aumento de 1,39% em relação a 2015. Segundo o médico José Luiz Aziz, diretor da
Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), o Dia Mundial da
Saúde é uma oportunidade para conscientizar a população a respeito da
importância da prevenção e sobre os fatores de risco que desencadeiam doenças
cardiovasculares, que podem ser evitados pela adoção de uma rotina e hábitos
alimentares mais saudáveis.
Dados
da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, a cada ano, 17,3 milhões de
pessoas falecem em todo o mundo vítimas de doenças cardiovasculares. A
estimativa para 2030 é preocupante, pois o total de óbitos deverá chegar a 23,6
milhões. De acordo com a SOCESP, no Brasil, a cada um minuto e meio uma pessoa
morre do coração. Presume-se que ocorram 720 paradas cardíacas no País todos os
dias (registros norte-americanos estimam 50 paradas cardíacas para cada 100 mil
pessoas por ano).
O
médico da SOCESP ressalta que alguns indivíduos têm maior probabilidade
genética de desenvolver certas doenças. Porém, estudo apresentado no Congresso
da American Heart Association, em 2016, ratificou que a aderência a uma rotina
saudável reduz o risco de doença cardiovascular, infarto e morte de causa
cardíaca, mesmo nas pessoas que mostram história familiar e herança genética.
Abaixo,
o diretor da sociedade lista uma série de fatores que contribuem para o aumento
dos riscos de doenças cardíacas.
Bebida
alcoólica – O
consumo excessivo de álcool pode ser danoso à saúde do coração e está
relacionado ao desenvolvimento de hipertensão, alteração no ritmo do coração e
aumento de peso.
Colesterol
elevado -
Elemento importante para vários processos orgânicos, entre eles, a formação das
células, a produção de hormônios, de vitamina D e de ácidos que ajudam a
digerir as gorduras. O problema é que o ser humano necessita apenas de uma
pequena quantidade de colesterol no sangue, produzida quase que totalmente pelo
fígado. O excedente acaba se acumulando nas paredes das artérias, aumentando o
risco de problemas cardiovasculares, como infarto do miocárdio ou acidente
vascular cerebral
Diabetes - Caracterizada pela elevação do
açúcar no sangue, o que acarreta prejuízos sérios ao organismo. MUitos
alimentos que ingerimos é transformada em glicose ou açúcar, utilizado como
fonte de energia pelo nosso organismo. A insulina, produzida pelo pâncreas, é o
hormônio responsável pela entrada de glicose nas células, que será utilizada
como fonte de energia. Histórico familiar de diabetes pode aumentar
significativamente o risco de desenvolver a doença. Diabetes não tratado pode
levar a cegueira, doenças renais, doenças nervosas, amputações de membros e as doenças
cardiovasculares. É importante fator de risco para o acidente vascular cerebral
e doenças coronárias, incluindo o infarto agudo do miocárdio.
Estresse
excessivo -
Consequência do ritmo da vida moderna, o estresse é inevitável e é preciso
aprender a conviver porque também está relacionado ao aumento do risco
cardíaco.
Etnia – Existem fatores de risco não
evitáveis, controláveis ou tratáveis, como a etnia. Certos grupos étnicos têm
maior risco para desenvolver doenças cardiovasculares.
Hipertensão - A Hipertensão Arterial Sistêmica
(HAS) ou Pressão Alta (PA), sozinha, é a principal causa de doenças do coração,
dos rins, de Acidente Vascular Cerebral, de comprometimento das artérias e dos
olhos, além de matar mais que doenças como câncer e até mesmo a AIDS.
História
familiar – Se
familiares próximos, como pais e irmãos, têm ou tiveram problemas do coração,
as pessoas têm mais chances de desenvolver as mesmas doenças. Este é mais um
fator de risco não evitável, controlável ou tratável, mas serve de alerta para
os membros da família.
Idade - Com o envelhecimento, aumentam os
problemas que afetam a saúde do coração e, consequentemente, os riscos de
desenvolver doenças também aumentam. Outro fator de risco não evitável,
controlável ou tratável, mas serve de alerta para os membros da família.
Obesidade - Doença crônica que engloba fatores
sociais, comportamentais, ambientais, culturais, psicológicos, metabólicos e
genéticos. Caracteriza-se pelo acúmulo de gordura corporal, que pode ser
causado pelo excesso de consumo de calorias e/ou sedentarismo. O sobrepeso e a
obesidade contribuem de forma importante para o desenvolvimento de doenças
crônicas, como as cardíacas, e outras.
Sedentarismo - A falta de atividade física é
importante fator de risco para as doenças cardiovasculares. O sedentarismo
contribui para o desenvolvimento de hipertensão arterial, obesidade, diabetes,
colesterol elevado e outras doenças.
Tabagismo - A maior causa evitável de mortes
no mundo é o tabagismo. Os fumantes têm o risco de morte súbita até quatro
vezes maior do que não fumantes. O vício do cigarro aumenta as chances de ter
infarto do miocárdio, Acidente Vascular Cerebral, conhecido como derrame,
angina e outras doenças, como câncer.