Pesquisar no Blog

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

TDAH aumenta de duas a três vezes risco de fracasso escolar



Transtorno também aumenta repetência, evasão escolar, dificuldades emocionais e problemas de relacionamentos interpessoais.
 

O ano letivo começou e para a maioria das crianças e adolescentes é um motivo para comemorar, afinal reencontrar os amigos, brincar e aprender é muito bom. Entretanto, para crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a volta às aulas pode não ser tão divertida assim, uma vez que o transtorno afeta de forma significativa o processo de aprendizagem e os relacionamentos com colegas e professores.  
 
Diversos estudos já mostraram que o déficit de atenção, associado ou não à hiperatividade e à impulsividade, frequentemente compromete o rendimento escolar. Um estudo realizado no Brasil mostrou que a área mais prejudicada é a escrita, seguida da matemática e da leitura. O mesmo estudo evidenciou que 53% das crianças apresentam dano em um dos três domínios (escrita, matemática e leitura); 42,86% em dois e 3,97% em três. Se combinarmos escrita e matemática, o prejuízo atinge 35% dos estudantes.
 
Diante de tantos dados preocupantes, será que é possível mudar esse cenário e oferecer a essas crianças a chance de serem bem-sucedidas no desempenho escolar e nas relações pessoais?
 
Para a neuropediatra, Dra. Karina Weinmann, sim e para isso é preciso acesso à informação sobre o TDAH e suas implicações no processo de aprendizagem. “A confirmação do diagnóstico do TDAH é apenas o primeiro passo para oferecer a essa criança novas oportunidades de explorar seu potencial, de acordo com o seu funcionamento. É preciso unir esforços e entender que cada criança e cada tipo de TDAH requer estratégias diferentes no ambiente escolar”, explica a médica. 
 
“A imagem que as pessoas têm de uma criança com TDAH é daquela que não fica quieta em sala de aula, que incomoda os colegas, que desrespeita a professora, que não tem controle de certos comportamentos e que vive no mundo da lua. Porém, precisamos parar de usar esses rótulos, porque o TDAH se apresenta em três tipos e cada um deles tem sintomas diferentes”, afirma Dra. Karina.  
 
Segundo a médica, o tipo hiperativo/impulsivo é o que mais causa preocupação, porque realmente ele tem mais dificuldade em se comportar na sala de aula. Entretanto, o desatento tem muito mais dificuldade para aprender, por exemplo.  
“É preciso considerar as necessidades de cada estudante com TDAH, porque eles não formam um grupo único. Na verdade são muito diferentes dependendo do tipo de sintoma predominante. Os professores precisam conhecer e entender o TDAH para ajudar os alunos. Além disso, uma avaliação psicopedagógica pode ajudar a identificar as dificuldades, assim como é preciso ter mais comunicação entre pais, professores e equipe médica. Só assim poderemos permitir que os alunos com TDAH desenvolvam todo seu potencial e tenham sucesso na vida escolar e em seus relacionamentos pessoais”, conclui Dra. Karina.  
 
Veja algumas dicas que os professores podem aplicar em sala de aula:

 
·         Conte com uma rede apoio: um professor sabe o quanto pode ser desafiador lidar com alunos com TDAH. Procure construir uma rede de apoio para consultar, como psicólogos, pedagogos, médicos e os próprios pais. 
 
·         Pergunte: Aproxime-se da criança e pergunte como ela gostaria de aprender, como seria mais fácil ela realizar determinada tarefa.
 
·         Respeite: Algumas crianças com TDAH apresentam momentos de inquietude, em que podem se balançar na cadeira, bater a caneta na mesa, etc. Se ela está realizando a tarefa e não está incomodando os colegas, procure respeitar esses movimentos.
 
·         Dê instruções curtas e claras: Alunos com TDAH precisam de uma comunicação muito objetiva e transparente, inclusive em enunciados de tarefas, como problemas de matemática. Procure fazer essa diferenciação, principalmente em provas.
 
·         Faça listas: O TDAH impacta diretamente na capacidade de organização. A dica é fazer listas com as tarefas do dia. Use outras estratégias, como amarrar uma fita no dedo, por exemplo, para lembrá-la de beber água ou de usar o banheiro. Tudo que ajudar na organização do dia a dia é válido.
 
·         Elogie sempre: O reforço positivo para quem tem TDAH é fundamental. Eles precisam ser reconhecidos quando fazem algo de forma adequada. O contrário também é verdadeiro, excesso de críticas e punições são desmotivadores. Lembre-se da parte emocional do aprendizado.
 
·         Estabeleça regras: Coloque em um lugar bem visível uma lista de regras, curtas e objetivas. Saber o que é esperado oferece segurança e aumenta a autoconfiança.




 
Fonte: NeuroKinder
 




Tênis de rodinhas: é preciso ter cuidado



Especialista orienta sobre os riscos e o tempo de uso do calçado que está na moda entre a garotada


Não é de hoje que a indústria têxtil e de calçados investem em tecnologia e inovação para atrair a atenção das crianças. Se antes a moda era usar sapatinhos com luzes ou modelos que acompanhavam bonecos como brindes, agora, o que quase toda criança e adolescente quer são os populares tênis com rodinhas. Mas, segundo Danilo Pinheiro, ortopedista do Hapvida Saúde, é preciso ter alguns cuidados com o uso deste calçado.


Riscos
Caso a criança passe por um local com a superfície inapropriada, onde não seja possível deslizar, ela será obrigada a andar na ponta dos pés, já que as rodinhas ficam na parte de trás dos tênis. Entretanto, o ortopedista alerta para o risco de problemas posturais decorrentes dessa pisada que força os ossos dos pés.

Outro risco apontado pelo especialista é o de quedas. “Como o calçado é para ser usado no lazer e até incentiva a prática esportiva, o ideal é que a criança utilize o tênis de rodinhas com equipamentos de proteção, como capacetes e cotoveleiras”, recomenda o médico.


Tempo de uso
Como toda prática esportiva, deslizar com o tênis de rodinhas pode ser muito divertido, além de fazer as crianças gastarem energia, no entanto, o médico recomenda que o uso não deve ultrapassar mais que duas horas por dia. “Abusar no tempo de uso pode comprometer o organismo da criança tanto por meio do esforço físico em exagero, quanto em desgastar mais rapidamente o tênis, o que pode causar quedas mais facilmente”, explica.

O ortopedista orienta ainda que os pais sempre vistoriem as condições do calçado antes das crianças começarem a utilizá-lo. “É preciso saber se as rodinhas estão bem presas ao tênis para evitar qualquer transtorno”, conclui.






Miopia pode ser controlada em crianças



Estudo mostra que a progressão  da miopia em crianças pode ser interrompida  pelo uso 'off label' do colírio de atropina e outras terapias 


A miopia, dificuldade de enxergar à distância, atinge hoje 1 bilhão de pessoas e está piorando no mundo todo. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que em 2050 metade da população global seja míope. No Brasil,  a prevalência deve passar de 27,7% em 2020 para 50,7% em 2050 conforme metanálise publicada por pesquisadores da AAO (Academia Americana de Oftalmologia).

De acordo com o  oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier em Campinas, a alteração miópica geralmente é permanente. "Se nada for feito para interromper a progressão vamos ter um aumento exponencial de graves doenças oculares", afirma. Isso porque, explica, a miopia acima de 6 graus aumenta o risco de catarata e outras doenças como o descolamento da retina, glaucoma e maculopatia miópica que estão entre as principais causas de perda permanente da visão entre pessoas economicamente ativas.

O uso de óculos, comenta, corrige a dificuldade de enxergar, mas não interrompe a evolução do grau que é mais intensa na infância e início da adolescência.


Tratamento

A boa notícia é que pesquisas feitas em diversas partes do mundo mostram  que a progressão da miopia em crianças pode ser interrompida mas, quanto antes for iniciado o tratamento, melhor é o resultado. Queiroz Neto afirma que de todos os medicamentos testados, o mais eficaz é o colírio de Atropina na concentração de  0,01%. Em uma pesquisa realizada com crianças de 6 a 12 anos que foram acompanhadas por 5 anos reduziu em 50% a progressão da miopia já no segundo ano e causou pouco  efeito adverso: visão embaçada, ardência e aversão à claridade.

Segundo o  médico a atropina é indicada para tratar estrabismo, uveite e irite, além de ser utilizada na paralisação de dois músculos oculares: o esfíncter responsável pela dilatação/contração da pupila e os músculos ciliares responsáveis pelo foco visual. É a paralisação desses músculo, explica, que evita  o aumento do comprimento axial do olho,  característico da alta miopia.

Queiroz Neto destaca que no Brasil a Atropina não é aprovada para controlar miopia, mas pode ser usada 'off label'. Significa que o médico pode indicar a Atropina para uma finalidade não prevista nabula como acontece com vários medicamentos, entre eles a aspirina indicada na prevenção de infarto.


Indicação

O consenso médico é de que para controlar a miopia a Atropina deve ser usado uma vez ao dia por crianças de 5 a 15 anos que apresentem aumento de 0,5 grau a cada seis meses. Significa que o colírio não é indicado para toda criança míope. O especialista afirma que antes de iniciar o tratamento é necessário passar por exame oftalmológico completo. Por se tratar de uso off label os pais devem assinar uma carta de consentimento informando estar cientes disso e de que o efeito pode não ser o esperado, como aconteceu em outros países.

O oftalmologista adverte que a concentração de  Atropina nos colírios disponíveis nas farmácias é de 1%. Caso seja usado nesta concentração  e por tempo prolongado sem acompanhamento médico pode causar importantes efeitos colaterais,, entre eles o glaucoma.


Risco da tecnologia

Outro alerta aos pais é o abuso das telas eletrônicas. Isso porque um estudo feito por Queiroz Neto com 360 crianças mostra que na infância  o excesso de tecnologia e  esforço visual para perto provoca a miopia acomodativa. Trata-se de uma dificuldade temporária de enxergar à distância causada pelo stress da musculatura ciliar. Caso os hábitos não sejam modificados pode levar à miopia permanente. .Por isso, a recomendação para crianças é descansar de 15 a 30 minuto a cada hora de  uso do computador, videogame ou outro equipamento.


Outras terapias

Uma pesquisa da AAO também revela que  uma hora/dia de atividade ao ar livre, preferencialmente durante a manhã ou no final da tarde, quando a radiação UV (ultravioleta) é mais baixa, também contribui com o controle da miopia. O oftalmologista explica que a exposição ao sol, estimula a produção de dopamina ocular e os neurotransmissores da retina responsáveis pela modulação das imagens. Os estudos feitos com lente ortoceratológica que aplana a córnea a noite, óculos bifocais e lentes progressiva não têm resultados expressivos sobre a miopia.






Posts mais acessados