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segunda-feira, 4 de maio de 2020

Autoleitura de energia elétrica é vantajosa para comércios com portas fechadas


FecomercioSP orienta empresários a estudarem a viabilidade da nova modalidade de cobrança para maior economia


Para os comércios que estão fechados desde março, por conta da quarentena em vigor, devido à pandemia de coronavírus, a autoleitura de energia elétrica é vantajosa. Neste período, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desobrigou as distribuidoras de enviarem funcionários para apurar o consumo de energia. Com isso, empresários e consumidores podem fazer a leitura do medidor e informar para a distribuidora. A Enel Distribuição São Paulo já oferece essa opção.

As distribuidoras do Estado de São Paulo estão autorizadas a suspender a leitura e cobrarão pela média de consumo dos últimos 12 meses, o que pode gerar faturas maiores do que o consumo real para os estabelecimentos que estão fechados, situação que foge ao conhecimento de muitos consumidores. A fim de esclarecer o assunto, o Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP orienta a verificar a disponibilidade da autoleitura para que empresários consigam pagar pelo consumo real, e assim diminuir suas contas de energia elétrica.

Considerando que o índice de inadimplência dos clientes das distribuidoras de energia está, em geral, entre 15% e 20%, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), a medida é essencial. Antes da quarentena, a taxa média era de 4%.

Neste cenário, o Conselho enviou um ofício para o Ministério de Minas e Energia solicitando que as outras distribuidoras também ofereçam a opção da autoleitura, pedindo, também, outros benefícios aos consumidores de energia elétrica, como a não cobrança de juros e multas em relação a essas faturas.


Coronavírus: tendências e oportunidades do setor de saúde brasileiro no pós-crise


A pandemia do coronavírus e a iminente crise econômica exigirão capacidade de gestão, planejamento e poder de reação das empresas. Neste momento de instabilidade e imprevisibilidade, é fundamental a conscientização de pessoas e empresas para as mudanças que devem vir. Aceitá-las e promover as adaptações necessárias será o fator de sobrevivência para as empresas.

O passado mostra que crises humanitárias e econômicas são grandes divisores de água para a sociedade, a pandemia do Covid-19 será um marco para representar o fim do século XX como descreveu recentemente o jornal El País. A publicação do jornal traz as tendências para o mundo pós-pandemia, e evidencia que dentre as mudanças elencadas a busca pela eficiência de recursos guiará a gestão das empresas. Para o setor da saúde suplementar, esse cenário deverá favorecer e fortalecer ainda mais as operadoras mais eficientes na gestão de seus custos assistenciais. Com isso, a tendência é que o mercado de planos de saúde se torne cada vez mais concentrado, acelerando o movimento de consolidação do setor.

Esta mudança significará o fim de um ciclo para algumas empresas, mas o início de uma nova era para outras. É importante que os empreendedores da saúde brasileira vejam as oportunidades que surgirão após a crise e saiam fortalecidos dela. O crescente aumento do desemprego levará a uma queda expressiva no número de beneficiários de planos de saúde. O impacto pode causar uma redução de 7,4% em número de beneficiários (3,5 milhões de pessoas) no pior cenário em 2020. Além da saída de beneficiários, as operadoras enfrentarão um aumento da inadimplência do setor nos próximos meses.

Apesar da redução na receita, os custos deverão aumentar. As razões são diversas, mas incluem: a concentração de idosos na carteira, visto que, se aposentados, sua remuneração não será impactada pelo desemprego; o aumento dos custos com judicialização devido a suspensão por inadimplência; a sobrecarga dos leitos de UTI no país, a depender da disseminação de novos casos de Covid-19; o aumento na taxa de internação pelo atendimento da demanda reprimida de cirurgias eletivas que foram suspensas no início da crise. Portanto, poderá ocorrer um aumento significativo na sinistralidade no setor, e apenas operadoras eficientes sobreviverão.

Mas podemos assinalar algumas tendências do pós-crise no setor e suas oportunidades.

A crise pandêmica alterou costumes das populações no mundo inteiro, e no Brasil, servirá como conscientização social da importância de alguns cuidados. A busca por uma vida mais saudável, os cuidados com higiene básica e a tomada de precauções em ambientes públicos serão realidade (uso de álcool gel e máscaras). Essa mudança de cultura, levará a uma maior percepção da necessidade da utilização da medicina preventiva e até mesmo, de maiores investimentos em saneamento básico nos próximos anos.

As pessoas na zona de risco do vírus terão de buscar por operadoras com produtos de atenção primária bem definidos. A atenção primária será importante para uma melhor gestão dos custos, além de oferecer benefícios para operadoras que participarem do programa de certificação da ANS. Portanto, no pós-crise, as operadoras terão a oportunidade de lançar produtos para atendimento de públicos específicos e idosos, o que poderá promover a eficiência dos custos dessas operadoras com foco na integralização do cuidado.

O coronavírus deixou evidente o déficit de leitos públicos e privados no país, a desigualdade geográfica destes recursos e diversas fragilidades dos sistemas de saúde.

Essa sobrecarga poderá elevar os custos dos procedimentos médicos em toda a rede hospitalar, que serão repassados futuramente para as operadoras. O congelamento nos reajuste nos medicamentos (MP Nº 933, de 31 de Março de 2020) e nos planos de saúde (que ainda é um projeto de lei e uma recomendação da Fena Saúde e Abramge) deve apresentar as devidas correções após a crise. Com isso, as operadoras verticalizadas, que conseguem administrar seus próprios custos assistências ao longo de toda a cadeia de suprimentos, deverão ser menos impactadas.

O momento também escancarou os conflitos de interesses entre a Rede Hospitalar e Operadoras de Saúde e, principalmente, do modelo de remuneração por Fee For Service. Estas forças antagônicas reforçam a estratégia de verticalização, como forma de sustentabilidade para o setor. Diante deste contexto, alguns dos benefícios divulgados pelo governo no combate à crise do coronavírus representam oportunidades de financiamento a custos menores para investimentos no setor. A crise deixará clara a deficiência de leitos hospitalares e outros recursos em regiões e estados, que se bem avaliadas, representarão oportunidades de investimento para empreendedores da saúde e operadoras.


Oportunidades

Com a necessidade vem as soluções. O vírus deixou evidente que mesmo com a incessante evolução da tecnologia na medicina nos últimos anos, ainda há muito espaço para evoluir. As pesquisas no setor só aumentaram com o início a crise, e no Brasil o Governo destinou R$ 50 milhões para pesquisas sobre o coronavírus. Os resultados deverão trazer soluções não apenas para a Covid-19, mas também para outras enfermidades, e representarão ganhos para toda o setor. A pandemia reforçou a importância dos profissionais de saúde, especialmente médicos e enfermeiros. Nos últimos anos, houve um enfraquecimento do SUS, que com a crise, recebeu maior atenção e investimentos não vistos na história recente, conquistando uma maior importância em relação a períodos passados.

Além disso, com a alta demanda por profissionais de saúde, a crise deve levar a um maior investimento na formação médica no país.Durante a pandemia, são várias as demonstrações de homenagem e gratidão aos profissionais da saúde, resgatando a essência da profissão e valorização da sociedade. Certamente, estes profissionais saem mais fortalecidos e com grande reconhecimento da sociedade.

Em meio à crise instalada, muito se falou do colapso do sistema público de saúde. Antes da crise, mais de 75% da população dependia do SUS, sendo que a rede privada concentrava cerca de 32% dos leitos gerais no país (desconsiderando os leitos adicionados durante a crise). O número de leitos públicos para cada 1.000 habitantes era de 1,44, enquanto o número de leitos privados para cada 1.000 beneficiários era 3,03. O indicado pelo Ministério da Saúde era de 2,5 antes da crise.

Com isso, a importância relativa dos planos de saúde, que era o terceiro maior desejo do brasileiro segundo pesquisa do IESS em 2017, aumentou em meio à crise. Para os próximos anos, com a recuperação gradual da economia, o mercado de planos de saúde deverá ganhar força novamente. Destaca-se que a crise econômica e limitações de gastos públicos, o Sistema Público de saúde não conseguirá acompanhar a demanda populacional. Por isso, a saúde suplementar ganhará ainda mais importância no orçamento das famílias.

O setor passará pela aceleração no movimento de consolidação do mercado da saúde suplementar. Operadoras verticalizadas e com melhor gestão de seus custos terão reflexo em seu ticket médio, ganhando estabilidade perante as de menor eficiência. Com isso, essas operadoras deverão ganhar mercado, ampliando seus ganhos de escala, mantendo seus diferenciais competitivos em meio a recuperação da crise.

O resultado será o fortalecimento da saúde suplementar com operadoras mais preparadas para crises, com processos de governança corporativa estruturados e com maior eficiência na gestão de seus custos assistenciais. A busca por recursos no mercado financeiro deverá ser mais recorrente, e será um movimento chave para recuperação e alavancagem do setor.





Eduardo Kfouri Forero - Consultor / XVI Finance


Prof. Dr. Adriel Branco - Diretor de Negócios / XVI Finance


UM NOVO PERIGO RONDA A NAÇÃO


Não passa um dia sem que algum leitor, estarrecido ante o desastre político em curso no Brasil, me pergunte: "E aí, qual é a solução?".

        O Brasil que em 2014, graças à vitalidade das redes sociais, começou a acordar para o flagelo esquerdista que o acometera durante três décadas ao longo das quais comprara gato por lebre, foi mudando de lado. Descrevo o processo como uma "iluminação" que acendeu luzes para a destruição de seus valores, para o assalto ao futuro do país, para a ruptura sistemática da ordem. Era imensa a lista dos malefícios de natureza social e moral em curso, com outro tanto na geração de riqueza e postos de trabalho. O braço festeiro gastador do Estado conseguiu transformar em voo de galinha as extraordinárias oportunidades proporcionadas pela primeira década deste século. Consolidara-se no país um capitalismo de compadrio, padrinho de corruptos e corruptores.

        Bolsonaro elegeu-se portando bandeiras com forte ressonância popular. Era combatido pelos que haviam construído passo a passo a realidade social, política e econômica a que o país chegou no ano de 2018. Seus adversários falavam pelos cotovelos na mídia militante, no ativismo judicial dos ministros do STF, nos partidos de esquerda e no centrão desalojado de seu poder. Em consonância com seu modo combativo de ser, o presidente passou a arrostá-los ostensivamente e varou o ano de 2019 perdendo quase todas, contra quase todos. Ele só tinha seus eleitores em seu favor, representados, de forma visível, por aqueles que, nas redes sociais e aos milhões, saíam às ruas para expressar seu apoio. E, ainda assim, nesse tumulto, o governo, como tal, ia bem.

No carnaval, o coronavírus desembarcou no país e o governo ganhou mais um adversário, invisível, a causar imenso dano social e econômico. Não bastante isso, entra no mês de maio do segundo ano de seu mandato num confronto de versões, em palco policial, contra seu ex-ministro da Justiça e Segurança Pública.

Como conservador, tenho apenas uma resposta à pergunta feita no primeiro parágrafo deste artigo. As instituições brasileiras, um susto permanente, são de péssima alfaiataria e vestem um corpo social desconjuntado. O sistema não é funcional, como estamos vendo pela enésima vez. Tem sido dito em relação ao momento atual, "as instituições estão funcionando". Há total razão em quem o afirma. Os males que estamos enfrentando são resultado desse funcionamento. Esse é um dos estragos que elas fazem ao funcionar! Há piores. Ou obrigam o governo a comprar maioria parlamentar ou a maioria do Congresso e o STF protagonizam a governança do país. Todas as deposições de presidentes - Getúlio, Jango, Collor e Dilma - aconteceram por falta de apoio parlamentar. 

Espero que o circo não tenha aberto a jaula. Que a investigação iniciada sábado siga seu curso e que nela a prudência separe o joio do trigo, o grave do fútil, e o bem do Brasil se sobreponha aos interesses individuais em jogo.






Percival Puggina -  membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


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