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terça-feira, 10 de julho de 2018

Estudos com novo medicamento contra a hemofilia A mostram redução em 96% no número de sangramentos


A Roche, líder mundial em biotecnologia, anuncia os resultados das pesquisas clínicas de fase III da molécula emicizumabe para o tratamento da hemofilia A, um distúrbio hereditário que faz com que o paciente tenha dificuldade de parar a hemorragia. Os dados dos estudos HAVEN 3 e HAVEN 4 foram apresentados no Congresso de 2018 da Federação Mundial de Hemofilia (WFH, nas suas siglas em inglês), celebrado em Glasgow, na Escócia.
Foram realizados dois estudos com adultos e adolescentes, com pelo menos 12 anos de idade, o HAVEN 3 e o HAVEN 4. O HAVEN 3 avaliou a administração do fármaco semanal ou quinzenalmente em pacientes sem inibidores do Fator VIII, proteína que atua no processo de coagulação do sangue. Os resultados comprovaram redução do número de sangramentos em 96%, quando comparados a pacientes que não realizaram o tratamento para prevenção de hemorragias.
Além disso, 55,6% dos pacientes tratados com o fármaco semanalmente e 60% dos que usaram a cada duas semanas não tiveram sangramentos. É importante mencionar que, na comparação intrapaciente, a profilaxia semanal com emicizumabe mostrou eficácia superior à da profilaxia prévia com o tratamento padrão para pessoas com hemofilia A sem inibidores, conforme demonstrou a redução de 68% nos episódios hemorrágicos.
No HAVEN 4, os pacientes com ou sem inibidores do Fator VIII, receberam profilaxia com emicizumabe a cada quatro semanas e os resultados demonstram que a administração mensal da molécula pode proporcionar um controle clinicamente relevante do sangramento: 56,1% não tiveram sangramentos tratados e 90,2% tiveram menos de três sangramentos tratados.
Em análise não intervencionista sobre o impacto da hemofilia A na qualidade de vida de crianças com inibidores do fator VIII, apresentada separadamente, foi apontado como o convívio com essa condição tem um impacto substancialmente negativo na saúde física e emocional, além de representar uma carga significativa para os cuidadores. Outro ponto constatado foi o fato de que 97,8% dos pacientes que participaram do estudo HAVEN 3 e 100% dos que participaram do HAVEN 4 preferem emicizumabe ao seu tratamento para atual.
“Esses novos dados de referência mostram que emicizumabe controlou os sangramentos em pessoas com hemofilia A, permitindo flexibilidade para que as injeções subcutâneas menos frequentes”, disse a Dra. Sandra Horning, diretora médica e de desenvolvimento global de produtos da Roche. “Agora temos resultados positivos de todos os nossos quatro estudos de fase III, com dados que reforçam a eficácia e segurança gerais de emicizumabe e seu potencial para o tratamento de todas as pessoas com hemofilia A”.
Essas apresentações dão continuidade aos anúncios dos resultados de estudos anteriores, o HAVEN 1 e HAVEN 2, que mostraram redução na taxa de sangramento de pacientes com hemofilia A com inibidores do fator de coagulação e fundamentaram a aprovação da agência regulatória americana, a FDA, para o uso profilático rotineiro, visando prevenir ou reduzir a frequência de episódios hemorrágicos em adultos e crianças que sofrem com o distúrbio.
O emicizumabe foi recentemente aprovado pelas autoridades regulatórias em outros países, assim como pela Comissão Europeia. Os dados dos quatro estudos estão sendo submetidos às autoridades de saúde de todo o mundo para análise e eventual aprovação. No Brasil, a molécula está sob avaliação da autoridade competente.

Sobre o HAVEN 3

HAVEN 3 é um estudo de fase III, multicêntrico, aberto, randomizado, que avalia a eficácia, a segurança e a farmacocinética da profilaxia com emicizumabe versus nenhuma profilaxia (tratamento dos episódios/sob demanda com fator VIII) em pessoas com hemofilia A sem inibidores do fator VIII. O estudo incluiu 152 pacientes com hemofilia A (12 anos de idade ou mais) que haviam sido previamente tratados com fator VIII sob demanda ou profilático. Os pacientes previamente tratados com fator VIII sob demanda foram randomizados na proporção de 2:2:1 para receberem profilaxia com Hemlibra por via subcutânea na dose de 3 mg/kg/semana por quatro semanas, seguida por 1,5 mg/kg/semana até o final do estudo (grupo A), profilaxia com emicizumabe por via subcutânea na dose de 3 mg/kg/semana por quatro semanas, seguida por 3 mg/kg/2 semanas por pelo menos 24 semanas (grupo B), ou nenhuma profilaxia (grupo C). Os pacientes previamente tratados com fator VIII profilático receberam profilaxia com emicizumabe por via subcutânea, na dose de 3 mg/kg/semana por quatro semanas, seguida por 1,5 mg/kg/semana até o final do estudo (grupo D). O protocolo permitia o uso de fator VIII para tratamento de novos episódios de sangramento.


Sobre o HAVEN 4

HAVEN 4 é um estudo de fase III, multicêntrico, aberto, randomizado, com um só grupo, que avalia a eficácia, a segurança e a farmacocinética da administração subcutânea de emicizumabe a cada quatro semanas. O estudo incluiu 48 pacientes (12 anos de idade ou mais) com hemofilia A com ou sem inibidores do fator VIII e que haviam sido previamente tratados com fator VIII ou agentes de bypass profiláticos ou sob demanda. O estudo teve duas partes: uma fase introdutória de farmacocinética e uma coorte de expansão. Todos os pacientes da fase introdutória de farmacocinética haviam sido previamente tratados sob demanda e receberam emicizumabe por via subcutânea, na dose de 6 mg/kg para caracterização completa do perfil farmacocinético após uma dose única durante quatro semanas, seguida por 6 mg/kg a cada quatro semanas por pelo menos 24 semanas. Os pacientes da coorte de expansão receberam profilaxia com emicizumabe por via subcutânea, na dose de 3 mg/kg/semana por quatro semanas, seguida por 6 mg/kg a cada quatro semanas por pelo menos 24 semanas. O protocolo permitia o uso de fator VIII ou agentes de bypass para tratamento de novos episódios de sangramento, dependendo da condição do paciente quanto a inibidores do fator VIII.


Sobre estudos anteriores

Haven 1

Estudo de fase III, multicêntrico, aberto e randomizado que avalia a eficácia, a segurança e a farmacocinética da profilaxia com emicizumabe versus tratamento sob demanda com agentes “bypass” em pessoas com hemofilia A e inibidores do Fator VIII. Incluiu 109 pacientes de 12 anos de idade ou mais. As análises realizadas no estudo HAVEN 1 demostraram uma redução em 87% na taxa de sangramentos, nos pacientes tratados com emicizumabe em profilaxia. Após 31 semanas de observação, 68,6% dos pacientes que receberam a molécula não tiveram sangramentos espontâneos, em comparação com 11% dos que receberam “agentes by-passing” sob demanda.


Haven 2

Estudo de fase III, braço único, multicêntrico e aberto que avalia a eficácia, a segurança e a farmacocinética da administração subcutânea de emicizumabe uma vez por semana em crianças de 2 a 12 anos. Análise após uma mediana de 12 semanas de tratamento incluiu 19 crianças com menos de 12 anos de idade com hemofilia A e inibidores do Fator VIII de coagulação, que necessitam de tratamento com agentes de “bypass”.
Após 12 semanas de acompanhamento, o estudo revelou que apenas 1 a cada 19 pacientes relatou episódios de sangramento que precisaram de tratamento e que não houve sangramentos articulares ou musculares. Na comparação intra-paciente foi observado uma redução de 100% nos sangramentos durante o tratamento com emicizumabe, incluindo os que usaram agentes “by-passing” profilático ou sob demanda previamente.



Roche



Doenças oculares dificultam renovação da CNH


 Ceratocone e catarata são as mais frequentes, depois dos óculos desatualizados. Saiba identificar os sinais de risco


Acidentes de trânsito são considerados um grave problema global de segurança e saúde pública pela OMS (Organização Mundial da Saúde). No Brasil, o número de pessoas que perdem a vida por esta causa vem crescendo.  É o que revelam os relatórios do DPVAT, seguro social que cobre acidente no país. Só nos cinco primeiros meses deste ano foram mais de 100 pessoas/dia. Aumentou 7%, passando de 15,6 mil indenizações de janeiro a maio de  2017  para  16,7  mil este ano. 

De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, perito em medicina do trânsito e membro da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego)  o  uso de óculos desatualizados é um dos fator que contribui com este crescimento. Isso porque,   a maioria dos brasileiros só faz exame oftalmológico quando vai renovar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação). “A nossa legislação é clara: Para dirigir é necessário ter, no mínimo, 50% de acuidade visual. O problema, observa, é que as alterações no grau dos óculos ou lentes de contato são lentas e passam despercebidas.  Por isso, pessoas que enxergam próximo ao limítrofe estabelecido pelo Detran  correm mais risco de serem reprovadas no exame de  renovação da CNH”, alerta.  Resultado: Além de colocarem a própria vida e a de outras pessoas em risco por descuido com a saúde ocular, têm de arcar com o custo de mais de um exame no Detran e ficam um tempo privadas de dirigir. 

Queiroz Neto afirma que a dificuldade de enxergar aumenta em até três vezes a chance de acidentes. Isso porque, 85% de nossa integração com o meio ambiente depende da visão. “Um motorista que enxerga 100% e trafega em uma estrada a 90 km/hora tem 3,2 segundos para processar as informações de uma placa de sinalização. Para quem enxerga 66% a leitura tem de ser feita em  2,5 segundos e com 50% de acuidade visual o tempo de leitura cai para 1,6 segundos”, exemplifica. 
Os sinais de que já está na hora de consultar um oftalmologista são:

·         Não ter o tempo suficiente para ler algumas placas do trajeto.

·         Aperta os olhos para ler.

·         Sentir desconforto na claridade.

·         Dificuldade para acompanhar palestras ou as legendas de um filme.

·         Dor de cabeça, geralmente no final do dia, depois de longo tempo de esforço visual.

Independente destes sinais, até 40 anos o médico recomenda um exame oftalmológico a cada 18 ou 24 meses. A partir dessa idade, surge a presbiopia e o risco de  outras doenças oculares. Por isso a consulta deve ser anual. 


Pesquisa aponta doença ocular que mais causa acidentes entre jovens

Engana-se quem pensa é só o envelhecimento que pode atrapalhar a visão dos motoristas. Pesquisa realizada por Queiroz Neto com portadores de ceratocone mostra que a doença dificulta a direção de 1 em cada 5 jovens, 1 em cada 8 tem dificuldade para conduzir à noite e o mesmo índice não consegue dirigir independente do horário. Por isso, entre jovens é a doença que mais causa acidentes. O oftalmologista comenta que o ceratocone afina e altera a curvatura da córnea, lente externa do olho responsável pela refração.   Dependendo do quanto avança torna a visão bastante embaralhada para perto e longe. Isso explica porque a doença responde por 70% dos transplantes no Brasil. A boa notícia é que a pesquisa do médico também revela que o crosslink interrompe a progressão do ceratocone em 88% dos que passaram pelo cirurgia e melhorou a visão de 45%. 

Queiroz Neto ressalta que embora a cirurgia tenha como proposta interromper o avanço da doença associando a aplicação de radiação ultravioleta com riboflavina (vitamina B12) a melhora da visão resulta da  maior resistência que o procedimento oferece à córnea. ”Quanto menos o ceratocone progride maiores são as chances de enxergar melhor. Já operei  pacientes que ganharam até duas linhas de visão na carta de Snellen após o crosslink”, afirma. Para ele a cobertura da cirurgia pelos planos de saúde a partir deste ano pode diminuir a fila de transplante, embora muitos jovens ainda desconheçam o procedimento. A pesquisa também revela que 20% têm medo de passar pela cirurgia e por isso não se dão a chance de ter mais independência e qualidade de vida. 


Catarata desabilita maiores de 60

Queiroz Neto afirma que a partir dos 60 anos quem viver um dia terá catarata, doença que torna o cristalino opaco e responde por 49% dos casos de cegueira  tratável no mundo. Para ele o acesso à cirurgia, a menor frequência entre as avaliações oftalmológicas para esta faixa etária prevista na legislação e a disponibilização de informações aos médicos peritos sobre os efeitos da doença na visão do condutor, podem resultar no diagnóstico precoce da catarata .

Os primeiros sinais da doença elencados pelo médico  são: 

·         Mudança frequente do grau dos óculos.

·         Perda da visão de contraste.

·         Visão de halos ao redor da luz.

·         Dificuldade de enxergar à noite ou em ambientes escuros .

·         Aumento da fotofobia (aversão à luz) a ponto de gerar cegueira momentânea causada por faróis contra.

A má notícia é que a espera no SUS pela cirurgia pode demorar mais de um ano e por isso muitos condutores acabam colocando a vida em risco no trânsito. A boa é que a cirurgia de catarata reduz em 50% o risco de acidentes. “Por isso, quem precisa dirigir, principalmente à noite, deve passar pela operação que substitui o cristalino opaco por uma lente intraocular logo no início da doença”, conclui.



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