Pesquisar no Blog

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Prepare-se para o fim do emprego como conhecemos


A nova dinâmica de trabalho desafia nossa convicção tradicional de emprego. Em um mundo em constantes adaptações, geradas principalmente pelas novas tecnologias, muitas das coisas que operaram até aqui não operarão mais no futuro próximo, e isso é uma verdade também para o mercado de trabalho.

Hoje, não podemos pensar em um único emprego para a vida toda. O que percebo é que gradativamente os ciclos de trabalho nas empresas tornam-se mais curtos, justamente por conta dessas mudanças aceleradas e intensas das atividades profissionais. Vale evidenciar que os empregos sempre existirão, contudo serão transformados. O autodesenvolvimento contribuirá para essa transformação.

Esse conjunto de novos conhecimentos adquiridos define a evolução e a qualidade competitiva do profissional. Por exemplo, o psicólogo que analisa comportamentos inserido na área Comercial será um forte e decisivo influenciador para os consumidores. Ainda, se essa nova função for fortalecida por uma especialização em Mídias Digitais, poderá, nos processos comerciais, criar estratégias contundentes de Marketing focadas em gerar leads e vendas. O avanço de negócios na internet provoca novas performances para uma carreira.

O importante é conhecer, compreender e antecipar-se frente às transformações para estar pronto para esse novo cenário. O aprendizado deve ser permanente e a distinção quanto a quais conhecimentos dedicar-se fará a diferença. Ampliar a nossa visão em relação ao trabalho e fixar o conceito da trabalhabilidade são as escolhas mais coerentes nos dias atuais. Panorama real que acredito sustentar uma carreira.

Muito diferente do significado de empregabilidade, a trabalhabilidade envolve a ideia do quanto uma pessoa consegue desenvolver suas competências, trabalhar com elas e gerar renda. A recomendação é buscar alternativas de carreiras, manter-se atento ao mercado e atualizado para se sentir menos vulnerável. O profissional que investir em sua trabalhabilidade estará melhor preparado para lidar com as mudanças e terá como se adequar a possíveis reduções de empregos.

Mudança? Ainda somos tradicionalistas quando falamos de gerir nossas próprias carreiras. Avultar a nossa perspectiva geral em relação a outras e novas áreas é um complemento significativo para qualquer carreira, no entanto não suportada caso não haja foco. Novamente faço a ressalva, o emprego permanece como uma opção de carreira, mas não deve ser uma estratégia isolada.

Toda movimentação é válida, desde que se tenha um objetivo claro dentro do projeto profissional e que esse encaixe seja confortável. Como já citei em outros artigos, o que não se pode fazer é contrariar nossa vocação. Não adianta ao jornalista que quer ser músico se aventurar em abrir um restaurante.





Norberto Chadad - Engenheiro Metalurgista pela Universidade Mackenzie, Mestre em Alumínio pela Escola Politécnica, Economista pela FGV, Master em Business Administration pela Los Angeles University, CEO da Thomas Case & Associados e Fit RH Consulting, e tem “Paixão por Pessoas”.


A gestão está em xeque: quem efetivamente paga pelos produtos que você consome?


Quando perguntamos "quem paga pelo produto ou serviço consumido por um consumidor ou cliente" a resposta vem de boca meio cerrada ou desconfiada que "consumidor ou cliente", pois lhes parece óbvio.


O consumidor ou cliente pagar por um produto ou serviço que consome, sim, parece razoável! Se avaliarmos a maioria das definições que aprendemos, quase todas falam de “troca de valor” entre duas partes.

Presumo que aceitar o óbvio como verdade acontece porque somos constantemente pressionados por resultados de curto prazo e nem sempre “investimos” tempo em pensar no modelo de negócios com uma visão mais holística.

Tampouco nos “interessamos” em buscar novas ideias em outros mercados  diferentes dos que atuamos e conhecemos. Isso a princípio nos leva à mesmice, mas não vou desviar o assunto. Ah! Grifei “investimos” e “interessamos” porque gestores com foco no curto prazo usariam a expressão “não gastamos tempo” ou “não nos dispersamos”.

Para exemplificar esse artigo, me referencio a um tema polêmico e aparentemente sem solução, embora você possa aplica-lo a qualquer tipo de negócio. Segundo o relatório da OXFAM International Report publicado no Fórum Econômico Mundial, 15% da população estão vivendo com menos de 2 dólares por dia e 56% estão vivendo com uma média de 6 dólares por dia.

Isso não mostra tendência de mudar no curto prazo, pois o mesmo relatório mostra que 82% das novas riquezas de 2017 foram para os 1% mais ricos da população, enquanto a metade mais pobre não viu nada!

Como dar o mínimo necessário para uma vida digna com esse montante mensal? Parece impossível! Mas é a pergunta que está errada!

2 motivos para alcançar minha conclusão:

Primeiro, verificamos em detalhes a definição de Marketing pela AMA (Associação Americana de Marketing), que prega que"Marketing é a atividade, conjunto de instituições e processos para a criação, comunicação, entrega e troca de ofertas que tragam valor para os consumidores, clientes, parceiros e sociedade como um todo."

Nisto, notamos a citação dos envolvidos na troca, porém sem estabelecer “quem” de fato troca, em que momento e como o faz. Assim, consumidor, fornecedor e patrocinador podem ser papéis de entidades diferentes.

Segundo, verifico que o Google é frequentemente usado por consumidores que não desembolsam qualquer valor monetário ou de qualquer natureza “diretamente” ao Google. O modelo de negócios do Google os permite uma bela receita, mas não diretamente do bolso dos consumidores. Anunciantes interessados nos acessos destes consumidores geram essa receita.

A pergunta correta é: (voltando ao objeto do artigo) “quem se interessaria” para que essa porção da população tivesse uma vida minimamente digna, com educação, saúde, moradia e segurança?

Será que não são, por exemplo, os que mesmo morando em grandes centros estão sujeitos a morrerem pelas crescentes epidemias (muitas voltando após décadas erradicadas) causadas pela falta de condições dessa população menos favorecida aliadas às cada vez mais frequentes viagens internacionais conectando os continentes com maior intensidade?

Será que não são os que, mesmo morando em grandes centros, estão sujeitos às violências e sequer protegidos mesmo com os altos investimentos ou despesas em segurança privada? Será que não são aqueles afetados, sobretudo, pela falta de educação?

Definitivamente não é essa porção da sociedade - menos favorecida - que pagará efetivamente por esses produtos ou serviços que necessitam consumir!
Consumidor, fornecedor e patrocinador podem eventualmente ser papéis de entidades diferentes, com bases nos seus interesses próprios.

Quem paga pelo produto ou serviço? Quem tem interesse, mesmo que indiretamente, no consumo do produto ou serviço. Certamente o Plano de Negócios deverá conter elementos inclusivos para alcançar este resultado.
Pense holisticamente! Seja mais estrategista e abrangente nos seus Planos de Negócio!







Flavio Ricardo Rodrigues - professor da IBE Conveniada FGV e conselheiro empresarial orientado ao marketing.
 



Posts mais acessados