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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

No fundo do poço de iniquidades



 
A corrupção e governo inepto e irresponsável jogaram o Brasil ao fundo do poço. Para recuperação do capital e dos investimentos a palavra de ordem é o saneamento das finanças públicas. Não discordamos, mas há reparos necessários. Em geral, as políticas mundiais de austeridade seguiram uma nota só: cortar gastos, porém só em detrimentos dos menos favorecidos. 

O governo de Michel Temer já percebeu que trabalhar na coluna do crédito também é importante, com a repatriação de 50,9 bilhões e o pensamento de reiterar o procedimento. Imposto sobre as grandes fortunas (acima de 50 milhões de reais), no termos em que tem sido proposto, não arranhará a epiderme das pessoas situadas nesse patamar superior de rendas. Portanto, pode ser perfeitamente assimilado pelos ricos, que, em nosso país, sequer têm o hábito da filantropia. 

A ênfase, contudo, está sendo dada à crueldade social, de resto estúpida em relação próprio erário. A comissão de reforma da previdência social, diretamente ligada ao Presidente, propõe contribuição generalizada dos aposentados. Seriam R$ 70 ao governo da grande massa que recebe salário mínimo. 

Falácias não faltam. Recebendo sem desconto nosso robusto salário mínimo, esses infelizes seriam incentivados a aposentar-se precocemente. Ganhariam mais os $ 70... Falácia porque os trabalhadores da ativa não recebem apenas os salários, mas todos os adicionais e direitos previstos em acordos e convenções coletivas celebrados pelos sindicatos. Fiquemos na cesta básica e no plano de saúde, dois dos mais importantes dessas dezenas de direitos acrescidos. A cesta básica contem alimentos e até mesmo produtos de higiene, capazes de afastar sujeira, bactérias e doenças, além de, se não encher, ocupar minimamente as barrigas. Os convênios de saúde permitem que trabalhadores escapem das nefandas filas do SUS e de consultas marcadas, muitas vezes, para data já inútil. Há convênios trabalhistas que permitem aos trabalhadores serem atendidos em hospitais de ponta. 

Logo, aposentar-se não é negócio nenhum para 90% dos segurados que percebem salário mínimo. E a queda de seu padrão de vida, já profundamente decaído, leva-os ao poço da iniquidade da salvadora política de austeridade - para os pobres. 

A crítica volta-se a um projeto presidencial. Mas o destino dos trabalhadores está selado por uma recente liminar concedida monocraticamente pelo Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Embora provisória e dependente de ratificação pelo Plenário, dita liminar diz que, atingida a data final de vigência da convenção ou do acordo coletivo, todos os direitos coletivos são retirados dos trabalhadores, até que o empregador concorde em celebrar novo ajuste. Com isso, a liminar lançou ao fundo do referido poço a Súmula n. 277, do TST, que garantia esses direitos até a celebração de novo pacto. Reconhece-se que haverá um período de anomia, não se sabe de quanto tempo, que seria preenchido pelo mínimo previsto na CLT. Melhor dizendo, diremos que se tratará de um período de anemia e de revolta social. 

Conjugadas essas e outras medidas contrárias aos trabalhadores, afirmamos que são estúpidas em relação ao próprio governo. O capital só se acumula quando a maioria da sociedade não padece de carências básicas, quando as barrigas, pelo menos, além de boa educação e saúde, estão cheias. E, obviamente, só retomaremos o crescimento com acumulação de capital. "Afinal de contas, capital é a margem que resta quando as necessidades básicas da população foram satisfeitas, mas na maioria dos países subdesenvolvidos as necessidades fundamentais da população jamais são satisfeitas" (Aldoux Huxley, "A situação humana", p. 61). 

A acumulação necessária de capital ficará retraída com a supressão das cestas básicas. As indústrias produtoras e de comercialização desses alimentos e outros produtos produzirão e venderão menos. E os respectivos impostos cairão. A falta de produtos de limpeza aumentará o número de bactérias e de doenças, cujo enfrentamento é dever constitucional do governo. As despesas aumentarão, de tal modo que não tem a mínima lógica essa austeridade burra. A precarização dos serviços de saúde entra no mesmo buraco. 

Não se dá transparência à questão previdenciária. Nos termos propostos, talvez a solução venha da morte de muitos beneficiários, aposentados e da ativa. Estes não mais contribuirão e aqueles deixarão de ser um peso. A história demonstra que populações inteiras foram dizimadas nessas circunstâncias. O desaparecimento de um grande número de dependentes da previdência social equilibrará seus gastos. Porém, haverá queda da acumulação de capital, do desenvolvimento e seremos uma aldeia equilibrada financeiramente - na miséria. 

Sabe-se que os gastos com os servidores da Previdência são maiores que os dos benefícios. A atividade-meio consome vampirescamente a atividade-fim numa instituição monstruosa e inepta de dimensões continentais. O ideal político está em que o governo atual, que veio para tentar salvar o Brasil arrasado pelo lulopetismo, primeiro demonstre a todos o real estado da Previdência e escolha, globalmente, uma política de austeridade fiscal que elimine suas excrescências, mas não conduza o povo brasileiro ao buraco de iniquidades irreversíveis. 





Amadeu Roberto Garrido de Paula - advogado e membro da Academia Latino-Americana de Ciências Humanas.  




Água sanitária ajuda no combate à larva do Aedes aegypti




A ciência já comprovou que água sanitária (hipoclorito de sódio diluído) é a solução mais eficaz para prevenir doenças relacionadas com enchentes, como leptospirose, hepatites do tipo A e E e gastroenterites e no combate ao Aedes aegypti,  transmissor da zika, chikungunya,dengue e febre amarela.

“O produto é capaz de matar a maior parte de germes e bactérias causadores das doenças transmitidas pela água contaminada das enchentes. Além disso, é de fácil acesso à população e tem baixo custo”, explica o médico toxicologista Flavio Zambrone, da Associação Brasileira da Indústria de Cloro, Álcalis e Derivados (Abiclor).

Com objetivo de mostrar a eficácia do uso do cloro – componente básico da água sanitária - no combate ao Aedes aegypti,  transmissor da zika, chikungunya, dengue e febre amarela, a  ABICLOR (Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados) está divulgando  estudo desenvolvido recentemente pelo Laboratório de Radiobiologia e Ambiente do Centro de Energia Nuclear na Agricultura – CENA -,  da Universidade de São Paulo (USP).

Realizado em abril e maio deste ano, o estudo corroborou as pesquisas anteriores, de 2002 e 2008, desenvolvidas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - ESALQ/USP. Encomendado pela  ABICLOR, o estudo comprovou a eficácia do hipoclorito de sódio, conhecido como água sanitária, no combate às larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, chikungunya, zika vírus e da febre amarela.

O hipoclorito de sódio controlou as larvas do mosquito Aedes aegypti em média 75% por um período de até 120 horas.

Nas primeiras 24 horas do experimento houve uma eficiência do hipoclorito de sódio na mortalidade dos mosquitos nas diferentes concentrações de 1,0 ml, 2,0 ml e 3,0 ml por litro de água. A dosagem de 2,0 ml/ litro de água foi a que apresentou a maior porcentagem de mortalidade larval, 75,0% nesse período. 

Já em 48 horas observou-se um aumento no índice de eficiência de mortalidade das larvas, de 92,5%, no tratamento com 3,0 ml de hipoclorito de sódio.

No teste adicional com uma dose de 4,0 ml/l, duas vezes superior à recomendada, a mortalidade foi de 80% em 24 horas. “Portanto recomenda-se o uso de uma dose de 10 ml/l para matar 100% das larvas do mosquito em 24 horas”, afirma o professor Valter Arthur, do CENA, que desenvolve pesquisa sobre o combate ao Aedes.

A higienização das casas para eliminar as larvas do mosquito é um hábito a ser incorporado na rotina das famílias e empresas, considerando-se que 80% dos focos do mosquito estão dentro de casa

A prevenção é a melhor maneira de combater o mosquito e evitar epidemias e outras doenças, como as causadas pela água contaminada das enchentes, como hepatites do tipo A e E, gastroenterites e leptospirose. 


Dicas práticas de uso da água sanitária

Ralos: Despeje solução de água sanitária na proporção de uma colher de sopa por litro de água em ralos de pias, banheiros e cozinha. Atenção: Faça a limpeza das pias e dos ralos à noite, antes de dormir, para que a água sanitária possa agir por mais tempo.

Plantas: Essa mesma solução (água sanitária na proporção de uma colher de sopa por litro de água) também pode ser usada para a rega de plantas, particularmente  que acumulam água entre as folhas, como as bromélias. Esta solução não faz mal às plantas e evitará o desenvolvimento da larva do mosquito.

Vaso sanitário: Coloque o equivalente a duas colheres de hipoclorito de sódio por litro de água no vaso sanitário, nos ralos do banheiro, cozinha e a área de serviço. Esse é um cuidado que se deve ter antes de viajar, quando a casa fica fechada por algum tempo.

Piscina: É importante manter a piscina tratada, mesmo que não esteja sendo usada. Com o tempo, o cloro pode evaporar, e a piscina se tornar um foco da larva do mosquito. Durante o inverno, por exemplo, é comum deixar a piscina coberta. Nesse caso, não deixe acumular água de chuva na lona de cobertura, pois pode ser um foco do mosquito. 

Caixas d’água:  A limpeza deve ser feita a cada seis meses. Feche a entrada de água e esvazie a caixa quase toda. Deixe sobrar água suficiente para lavar, com uma escova, as paredes e o fundo da caixa. Não use produtos de limpeza nessa etapa. Enxágue bem e esvazie toda a água suja, dando repetidas descargas no vaso sanitário. Depois de limpa, encha a caixa novamente e adicione um litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água. Espere duas horas e esvazie novamente a caixa, abrindo todas as torneiras, para limpar os canos da casa, até sair água limpa. Depois, encha com água potável e tampe. 

Verduras, frutas e legumes: Coloque numa bacia plástica água misturada com águia sanitária, na proporção de 1 colher  das de sopa (15 ml) de água sanitária para cada litro de água. Lave as verduras, frutas e legumes com água corrente em abundância e depois mergulhe-as por 30 minutos na bacia plástica,  agitando–as ocasionalmente. Passado esse tempo, lave novamente a verdura na torneira tirando o excesso de água sanitária.

A água usada na desinfecção dos alimentos pode ser aproveitada para lavagem de pias, pisos, bancadas e utensílios domésticos em geral, inclusive toalhas e panos de pia. 
Importante:  Por ser um produto químico, é fundamental tomar alguns cuidados na hora de utilizar o produto, evitando o contato com os olhos e a pele e a ingestão.


- Mantenha o produto longe de crianças e animais
- Guarde a água sanitária em recipiente fechado e em local ventilado, longe dos raios solares e calor.
- Nunca misture com vinagre, ácidos ou outros agentes de limpeza.
- Não reutilize a embalagem. 
- A ação de hipoclorito perde efeito depois de quanto tempo? O cloro evapora?

Sim, o cloro perde o seu poder através da evaporação. Tanto que a embalagem de água sanitária é opaca, pois até com a incidência da luz o cloro perde o seu poder. Por esse motivo, deve ser feita a administração regular do produto na água.

- É preciso manter coberto o recipiente onde a água está armazenada?
O recipiente usado para o armazenamento deve estar limpo e ser mantido na sombra e longe do calor, fechado.  Além de impedir a contaminação,  evita problemas como a dengue e o contato com animais.

- Quais são os melhores tipos de recipientes para esse fim?
Para armazenar água potável, os recipientes ideais após a desinfecção são potes de barro e garrafas térmicas, com tampa. Já para outros fins, os mais indicados são os de polietileno, PRFV (Polímero Reforçado com Fibra de Vidro) e concreto tratado, sempre fechados com tampas apropriadas.

- A água de chuva, se tratada como hipoclorito, também pode ser usada para cozinhar e lavar verduras/frutas?
A água de chuva não é recomendada para cozinhar, lavar frutas, verduras ou louça, pois quando encosta na calha ou no telhado, traz todo tipo de sujeira, inclusive matéria orgânica. O ideal é usá-la para limpar o chão e jogá-la no vaso sanitário.  E o uso de cloro, apesar de eficaz,  não é recomendado para ser colocado na água da chuva porque, em cidades como São Paulo, existe o fenômeno da chuva ácida. 

- Que outros cuidados é preciso ter com a água armazenada utilizada para outros fins que não o de cozinhar e lavar verduras/frutas?
A água utilizada para limpeza deve ser armazenada longe do calor e da luz solar, em recipiente apropriado  e tampado.

- O armazenamento de água em caixas d’água, baldes e bacias aumenta o risco da dengue?
Sim, pois água parada pode ser fonte de doenças, mesmo se estiver guardada em caixas d’ água, galões, potes. As larvas do mosquito da dengue ficam incubadas justamente em locais com a presença de água parada.  Por isso, após a limpeza da caixa, que deve ser feita periodicamente. Depois de limpa, encha a caixa e adicione um litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água.


Você sabe a diferença entre cloro, hipoclorito de sódio e água sanitária? 

 É comum as pessoas se confundirem ao falar sobre cloro, hipoclorito de sódio e água sanitária. Há diferenças significativas entre os três produtos. Veja quais são, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor):

- O cloro é uma substância química encontrada em temperatura ambiente em estado gasoso e, em seu estado puro, não está disponível para compra no comércio. Como reage com rapidez com muitos elementos e comp0stos químicos, ele é encontrado na natureza apenas formando parte de cloretos e cloratos, sobretudo na forma de cloreto de sódio nas minas de sal gema e dissolvido na água do mar. É a partir dele que é feito o hipoclorito de sódio, o ‘cloro’ de piscina e a água sanitária.

- O hipoclorito de sódio é um produto obtido da reação do cloro com uma solução diluída de soda cáustica, aquosa e alcalina, que contém entre 10% a 13% de cloro ativo. No comércio, ele é encontrado tradicionalmente em bombonas de 20 a 50 litros. O produto, que só pode ser usado se for dissolvido em água, serve para desinfectar águas destinadas ao consumo humano, piscinas e em processos de limpezas domésticas e hospitalares. É usado, ainda, como matéria-prima para fabricação de águas sanitárias.

- Obtida a partir da diluição do hipoclorito de sódio em água, a água sanitária destina-se à limpeza, branqueamento e desinfecção em geral. O produto é conhecido popularmente como água de lavadeira e cloro líquido. Ela também é eficiente na desinfecção como hipoclorito de sódio, sendo menos perigosa e mais adequada ao uso diário.

O médico toxicologista Flavio Zambrone, consultor da Abiclor, alerta que não se deve reutilizar a embalagem de outros produtos de limpeza para armazenar hipoclorito de sódio e água sanitária. Ele explica que há o risco de o produto reagir com resíduos da substância que estava na embalagem, gerando um processo químico que pode resultar até em explosões. Além disso, o frasco onde o produto estiver armazenado deve ser devidamente identificado, para evitar acidentes.



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