Estudo do PageGroup traça perspectiva econômica para região
na visão de quase 1800 executivos
Juros, inflação e a cotação do dólar preocupam as empresas. Investimentos devem ser manter estáveis
Juros, inflação e a cotação do dólar preocupam as empresas. Investimentos devem ser manter estáveis
O ano de 2015 deve
ser desafiador não apenas para o Brasil, mas para os principais países da
América Latina. É o que revela o Mapa de Perspectivas Econômicas e
Profissionais 2015, desenvolvido pelo PageGroup, consultoria líder mundial em
recrutamento executivo especializado, que opera com as marcas Michael Page,
Page Personnel e Page Executive na região. Ao todo, participaram do
levantamento 1773 executivos que ocupam altos cargos de gestão no Brasil (518),
Argentina (154), Chile (432) Colômbia (159) e México (518).
Dos profissionais
consultados na pesquisa - 57% de empresas multinacionais e 43% de companhias
locais - ocupam postos de observação privilegiados. 41% atuam em
companhias com faturamento superior a US$ 1 bilhão, 27% em empresas com
faturamento até US$ 1 bilhão, 14% em empresas com faturamento de até US$ 500
milhões e, por fim, 18% estão alocados em empresas com faturamento até US$ 100
milhões.
Hierarquicamente
estão divididos em CEO ou Diretor Geral (11%), Vice-Presidentes (8%), Diretores
(22%), Gerentes Executivos (18%, Gerentes (25%) e outros cargos (16%). 29% do
total de profissionais ocupam posição estratégica no RH das empresas, os demais
estão divididos em Finanças (18%), Vendas (14%), Operações (11%), Tecnologia
(6%), Marketing (4%), Logística (3%), Jurídico (1%) e outras áreas (14%).
Cenário
Macroeconômico
Juros
Para 49% dos
executivos latino-americanos a taxa de juros irá aumentar em 2015. O Brasil,
neste aspecto, se mostra o país mais pessimista.
No Brasil, 77% dos profissionais acreditam que a
taxa básica de juros aumentará neste ano, enquanto que no ano passado apenas
60% apostavam em aumento. 50% dos Colombianos e 49% dos Mexicanos também
acreditam em aumento. Os Chilenos, porém, são os mais otimistas, 31% dos
profissionais acreditam em queda na taxa, enquanto que na Argentina a
expectativa é de manutenção, crença compartilhada por 52% dos executivos que
atuam no país.
Inflação
A inflação deve
aumentar na região em 2105 na visão de 47% do total de profissionais que
participaram do levantamento do PageGroup. Neste quesito, os mexicanos são os
mais pessimistas: 60% acredita no aumento da inflação no país, seguidos pelos
brasileiros (48%) e argentinos (45%). Entre chilenos e colombianos, somente 40%
acreditam em aumento de preços.
O ponto fora da curva neste aspecto
do estudo é a visão de 28% dos chilenos que acreditam em diminuição da inflação,
em contraste com 8% dos brasileiros, 7% dos argentinos e 5% de mexicanos e
colombianos.
PIB
Para 45% dos executivos consultados
no estudo, o PIB, que mede a taxa de crescimento da economia, deverá se manter
estável. Os colombianos são os que apresentaram visão mais favorável, sendo que
30% acreditam em crescimento. Para 24% dos mexicanos a economia também deve
crescer em 2015, enquanto que para 20% dos chilenos o crescimento também deverá
marcar o desempenho econômico do país neste ano.
Os argentinos, por sua vez, se mostraram descrentes quanto ao crescimento do
país e 61% dos profissionais ouvidos acreditam em redução do PIB. Os
brasileiros, em sua maioria, apostam predominantemente na estabilidade, 55%
apostam na manutenção do cenário atual de baixo ou quase nada de crescimento,
mas sem recessão.
Dólar
Para 75% dos
executivos consultados o dólar deverá aumentar seu valor em relação às moedas
locais em 2015. Os argentinos são os mais crentes neste sentido: 82% acreditam
na valorização da moeda americana, enquanto que 79% dos colombianos também
apostam na mesma direção, seguidos por mexicanos (78%), brasileiros (75%) e
chilenos (64%). O país andino, porém, chama atenção pelo alto grau de confiança
quanto ao dólar: 27% acreditam na manutenção do valor da moeda americana.
Desemprego
Para 54% dos profissionais
entrevistados o desemprego também deverá aumentar em 2015. Na argentina, porém,
a expectativa do fechamento de postos de trabalho é uma preocupação para 69%
dos profissionais entrevistados. Chile e Brasil também compartilham visões
negativas a respeito do emprego, 68% dos chilenos e 64% dos brasileiros
acreditam no aumento da taxa. Colombianos e mexicanos são os mais otimistas,
54% e 39%, respectivamente, acreditam em estabilidade neste indicador.
Investimentos
A visão dos
executivos latino-americanos sobre os investimentos que a região deverá receber
ao longo do ano de 2015 está dividida e bastante equilibrada. Para 33% dos
profissionais eles deverão aumentar em relação ao ano passado, enquanto que
para 32% devem diminuir. 36% acreditam que ficarão estáveis.
Colômbia e
México são os países com melhores expectativas de investimentos, na visão dos
executivos. Para 50% e 38%, respectivamente, estes deverão ser maiores,
enquanto 30% dos brasileiros acreditam que o país receberá mais investimentos
em relação ao ano passado. No Chile, 27% creem em aumento de investimentos,
enquanto na Argentina, apenas 16% apostam em mais recursos de fora para
estimular a economia do país.
O Chile lidera nas expectativas pessimistas. Para 42% dos entrevistados o
país deverá receber menos investimentos que no ano passado, enquanto no Brasil
apenas 32% são pessimistas, seguido de 31% de argentinos.
Investimentos Corporativos
As empresas da região estão
decididas a investir no aumento da produtividade. É o que aponta o levantamento
do PageGroup. O perfeito equilíbrio entre produção e rentabilidade, além da
maximização do potencial dos canais de venda foram apontamentos prioritários
pelos profissionais ouvidos no estudo.
Investimentos
em ações para ganho de produtividade, procedimento muito comum em cenários
econômicos desafiadores estão acima da média geral em países como Argentina,
brasil e Chile. Já a expansão de capacidade operacional e planos fabris,
consequência de economias em expansão, superam a média geral na Colômbia e no
México.
Contratações
mais estratégicas
Mesmo com a
expectativa de um cenário desafiador em 2015, 43% das empresas devem aumentar
seu quadro de funcionários em 2015 na América Latina. As áreas
operacionais (43%) e de vendas (35%) ganharam prioridade por parte das empresas
que pretendem contratar na região, comprovando que as companhias estão mesmo
focadas em ganho de produtividade e rentabilidade. Tecnologia entra em terceiro
lugar na escala de prioridades de contratação (6%).
Áreas
prioritárias por país:
Brasil
Operações
|
46%
|
Vendas
|
33%
|
TI
|
9%
|
México
Operações
|
44%
|
Vendas
|
37%
|
Finaças
|
4%
|
Colômbia
Operações
|
43%
|
Vendas
|
27%
|
TI
|
6%
|
Chile
Operações
|
45%
|
Vendas
|
35%
|
TI
|
8%
|
Argentina
Vendas
|
32%
|
Operações
|
30%
|
TI
|
14%
|
Plano de Carreira 2015
O estudo também
avaliou os objetivos destes profissionais em relação ás suas carreiras ao longo
de 2015. Para a maioria dos profissionais (34%), acumular experiência na mesma
empresa e posição atual é a prioridade, enquanto que 21% estão em busca de
outras oportunidades, em setores diferentes dos que atuam. 20% buscam
oportunidades no mesmo setor e 13% esperam conseguir se movimentar internamente
em sua empresa. Para 12%, porém, a prioridade é investir em aperfeiçoamento
acadêmico.
Confira o que é
prioridade em cada país analisado pelo estudo:
Obstáculos ao
crescimento
Por fim, o Mapa
de Perspectivas Econômicas e Profissionais do PageGroup procurou identificar,
na visão dos 1773 executivos entrevistados, os principais problemas
apresentados para o desenvolvimento econômico na região.
A burocracia
lidera a lista de reclamações na Argentina, Chile e México, ficando em segundo
lugar no Brasil e na Colômbia. A alta carga tributária é apontada como um
grande problema na maior parte dos países, com exceção do Chile, que vê a baixa
produtividade de seus profissionais como um problema mais grave.