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sexta-feira, 22 de julho de 2022

Segurança Eletrônica no enfrentamento de tragédias ambientai

Nos últimos meses, municípios brasileiros enfrentaram a pior face das chuvas: as enchentes e os deslizamentos de terra. Ao passo que o cuidado com as famílias atingidas é uma tarefa essencial e imediata, também é preciso que a administração pública se atente para evitar que as tragédias se repitam ano a ano. Nesse sentido, as soluções da segurança eletrônica indicam uma nova e necessária abordagem para este problema social e ambiental: a tecnologia. 

É certo que o monitoramento de áreas sensíveis não é algo novo, mas, talvez, nunca tenha ocorrido um momento tão propício para este investimento. Primeiro pela disponibilidade de infraestrutura tecnológica, como a chegada do 5G, que será responsável por reduzir a latência e possibilitar uma conexão segura, estável e adequada às demandas de novas aplicações como Internet das Coisas (IoT), que conecta os mais diversos dispositivos à rede, e aprendizagem de máquina em tempo real. Segundo, pela própria evolução e popularização tecnológica. 

Por exemplo, é comum a presença de câmeras de segurança pelas ruas. Por que não as transformar em ferramentas de análise inteligente de vídeo capazes de identificar situações de risco? Isso é possível. Outra evolução necessária é a integração, tanto entre as diversas secretarias para estruturar políticas públicas e estratégias de proteção, quanto com os cidadãos, seja enviando alertas em tempo real nos smartphones sobre o risco de enchentes e deslizamentos ou recados sobre a situação do transporte público. 

O fato é que o desafio é desenvolver um ecossistema de cidades inteligentes ativo, com participação dos munícipes e órgãos públicos. Para isso, é necessário o engajamento dos atores do poder federal, estadual, municipal, organizações da sociedade civil, educacionais e também empresas. Neste caminho, iniciativas como o laboratório de inovação da Abese, para uso de seus associados, em parceria com o InovaUSP, que apresentará as últimas tendências tecnológicas para a segurança e bem-estar público, são fundamentais para construir pontes entre fabricantes de hardware e software abertos e municípios interessados em replicar estas soluções em larga escala. 

Outras iniciativas com foco na inovação à serviço do bem-estar social e, sobretudo, da proteção à vida já despontam pelo Brasil e devem ser celebradas. Durante a pandemia, as soluções de segurança eletrônica se mostraram valiosas para responder às demandas que surpreenderam a todos naquele momento. O que está em jogo é que com a tecnologia podemos pensar em novas respostas para problemas antigos ou inéditos, basta incentivo, ação e trabalho coletivo. 

 

Selma Migliori - presidente da ABESE - Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança


Proibir uso de celulares em sala de aula é retrocesso, dizem especialistas

Educadores defendem incorporação de ferramentas on-line para atrair atenção de estudantes e melhorar ensino

 

Celulares desligados e guardados na mochila ou no bolso do uniforme ainda não são exatamente coisa do passado, mas estão perto disso. Pelo menos é o que defendem especialistas no uso de tecnologia voltada à Educação. O uso de aparelhos eletrônicos, mesmo durante o horário escolar, é, mais que uma tendência, uma realidade da qual pais, professores e equipes pedagógicas precisam parar de fugir.

Com o avanço do desenvolvimento de ferramentas como aplicativos de celular e recursos on-line, processos como a chamada gamificação do aprendizado têm se tornado onipresentes - e educadores acreditam que quem lutar contra eles vai, provavelmente, cair no ostracismo. Para a editora de conteúdo digital do Sistema de Ensino Aprende Brasil, Giselle Corso, esses recursos são fundamentais para atrair a atenção dos estudantes e garantir uma melhoria na qualidade do ensino no Brasil e no restante do mundo. “É anacrônico exigir que os estudantes fiquem afastados de seus celulares durante todo o período de aula. Devemos, em vez disso, estabelecer uma relação de uso moderado e respeitoso desses aparelhos, de modo a beneficiar o processo de ensino e aprendizagem”, defende.

Não é de hoje que há alguma dificuldade para entender qual a melhor estratégia para lidar com o uso de aparelhos em sala de aula. Desde que esses equipamentos se tornaram mais acessíveis e, portanto, se disseminaram entre adultos e crianças, a escola se pergunta o que fazer com eles dentro de seus muros. De acordo com o professor Romero Tori, autor do livro “Educação sem Distância”, que fala sobre o uso de novas tecnologias na Educação, “não dá para pensar na sociedade sem tecnologia e, portanto, não dá para pensar em Educação sem tecnologia. Não há motivo para que a escola fique alheia à nova forma como a sociedade encara essa tecnologia”.

Ele lembra que o grande questionamento que precisa ser feito não é a respeito do uso da tecnologia em sala de aula, mas dos propósitos aos quais esse uso serve. “A internet é tão necessária quanto a energia elétrica. É inconcebível ignorar que existem aplicativos, nuvem, possibilidade de acesso remoto. Mas é claro que isso precisa ser usado de forma pedagogicamente adequada”, destaca. Isso pode ser feito, por exemplo, escolhendo a mídia a ser usada em razão dos objetivos educacionais de cada atividade. “Hoje, a prioridade é usar metodologias ativas em que os alunos participam ativamente da construção do conhecimento. Todas as ferramentas tecnológicas disponíveis são importantes para isso”, avalia.

Para garantir um bom aproveitamento das ferramentas de tecnologia, o ideal, segundo o especialista, é inverter o foco. Entender primeiro qual é o objetivo pedagógico, quem são os estudantes, qual o tipo de ambiente em que a aula se dá - se é on-line, presencial ou híbrida - e outros detalhes, para depois definir quais recursos são adequados para esse contexto e quais mídias podem ser utilizadas.


E a distração?

Giselle e Tori reconhecem que os celulares também podem ser uma fonte de distração para crianças e adolescentes, mas lembram que toda e qualquer mídia tem essa mesma característica. “Quando eu era estudante e usávamos papel e caneta, também usávamos o papel para enviar bilhetes, atirar bolinhas nos colegas, fazer joguinhos, etc. Então o problema não é a mídia, mas o uso que se faz dela”, exemplifica o professor. 

As redes sociais, por sua vez, também podem ser usadas para aprender, desde que haja uma orientação dos professores para tanto. “É possível estimular que os jovens usem as redes para apresentar conteúdos que estão sendo estudados em sala de aula. Hoje há, inclusive, vários influenciadores digitais que formaram seu público justamente falando sobre aquilo que estão estudando”, completa Giselle.

Romero Tori é o convidado do episódio 48 do podcast PodAprender, produzido pela Aprende Brasil Educação, cujo tema é “Redes sociais como aliadas na aprendizagem”. Todos os episódios do PodAprender estão disponíveis gratuitamente no site do Sistema de Ensino Aprende Brasil (sistemaaprendebrasil.com.br), nas plataformas Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e nos principais agregadores de podcasts disponíveis no Brasil. 

  



Sistema de Ensino Aprende Brasil
http://sistemaaprendebrasil.com.br/

Saúde não tem preço. Mas tem custo

A água de boa qualidade é como a saúde. Só percebemos o valor dela quando acaba. Problemas com financiamentos, superlotação e déficit recorrente são fatores que colocam em risco a qualidade e a história do Sistema Único de Saúde (SUS). Para se ter uma ideia, enquanto 75% dos brasileiros são atendidos pelo sistema público, segundo a Agência Nacional de Saúde, 54% de tudo que é pago em medicamentos, atendimentos, exames e procedimentos saem dos bolsos de empresas ou famílias que mantêm os hospitais. Se a saúde lhe parece cara, não queira saber o preço da sua ausência. Para evitar isso, precisamos que público e privado trabalhem juntos.

Mas um barco não vai para frente se cada um remar à sua própria maneira. Mesmo que privado e público estejam interligados, falta o primeiro estar mais atento às reais necessidades do outro. Enquanto hospitais particulares estão mais focados no atendimento especializado a pacientes que estão internados para cirurgias eletivas e exames mais complexos, os hospitais públicos se destacam na atenção primária. E é nesse ponto que ambos podem unir forças: por meio do cuidado com as pessoas, em vez de apenas tratar doenças ou condições específicas. 

O caminho para alcançar o equilíbrio não é fácil, mas ninguém abre cadeados sem chaves. Então, muito provavelmente, a resposta esteja na filantropia. Uma ferramenta eficaz e indispensável, que hoje representa 70% da assistência de alta complexidade pelo SUS e tem mais de 3 milhões de pessoas dependentes dela para ter acesso a atendimento, cirurgia e internação. Os dados da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) mostram que o desafio imposto às instituições é grande. Principalmente quando o assunto é a atuação dos hospitais na linha de frente da pandemia da covid-19, período que impossibilitou a realização de algumas das principais ações beneficentes de rotina dos hospitais, e trouxe novos entraves para levantar recursos para a manutenção e para a melhoria dos serviços. 

Mas, assim como o rio, precisamos aprender a contornar os obstáculos. Qualquer que seja a direção escolhida, a colaboração de todos os agentes de ambos os sistemas, desde os usuários, profissionais de saúde e laboratórios farmacêuticos, até os próprios gestores de hospitais, operadoras e membros dos serviços, é de extrema importância. Afinal, cuidar da vida é um objetivo comum, que demanda cooperação, interesse e envolvimento coletivo. O que poucos entendem é que não precisamos escolher qual dos dois (privado ou público) é melhor. Mas, sim, perceber que há pontos de intersecção e de aprendizado em cada um. 

O primeiro passo para garantir atenção digna está na qualidade e segurança assistencial. Por isso, a acreditação hospitalar é tão necessária. Já, se a sustentabilidade financeira não for conquistada, será inviável manter o SUS nos próximos anos e, também, dar sequência ao atendimento por meio de planos de saúde. No meio disso tudo não podemos esquecer de olhar para a essência de cada paciente, seja qual for a condição financeira ou classe social. 

O que aconteceu com os hospitais durante a pandemia de covid-19, com falta de insumos, infraestrutura e até mesmo de profissionais capacitados, foi uma demonstração do perigo que é ter um sistema sobrecarregado. Isso traz aos gestores de hospitais a grande missão de tornar esse acesso à saúde perene e sustentável para que a população brasileira usufrua de forma plena o direito à saúde. Se evoluirmos para um modelo centrado no paciente, nas suas necessidades, valorizando os desfechos que realmente importam para ele, fica mais fácil conseguirmos alinhar as expectativas de todas as partes interessadas. Um trabalho árduo e que, se não for realizado, colocará em xeque os sistemas de saúde.

Precisamos aprender com os passos que foram dados para trás e usar isso como estímulo para pensar em quantos passos serão dados para frente. Se olharmos com atenção, veremos que podemos tirar proveito do melhor que os dois mundos oferecem. Creio que, com pequenas atitudes, podemos construir juntos um sistema de assistência à saúde melhor.

Além de aproximar os setores público e privado e suas estruturas, é preciso concentrar esforços para melhorar as atuais políticas públicas e prestar muita atenção às necessidades do paciente. Nessa relação, a lei do retorno é praticamente imediata. A forma como lidamos com o problema agora será o resultado que vamos colher no futuro. Portanto, precisamos de mudanças urgentes na forma como os setores público e privado se relacionam, na maneira de remuneração das instituições hospitalares e, também, na sensibilização de todos em relação à importância dos hospitais filantrópicos. Afinal de contas, saúde não tem preço. Mas tem custo. 

  

Juliano Gasparetto - diretor-geral do Hospital Universitário Cajuru e Hospital Marcelino Champagnat


quinta-feira, 21 de julho de 2022

Julho Amarelo: Ação itinerante oferece atendimento especializado contra hepatites virais no Largo do Arouche no domingo (24)


O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Henfil Henrique de Souza Filho, a Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Sé e a Unidade Básica de Saúde (UBS) Sé realizarão, no próximo domingo (24), uma ação itinerante contra hepatites virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) na região central de São Paulo. 

 

A partir do meio-dia, serão oferecidos testes rápidos para HIV, bem como hepatites B e C, atendimento para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e Profilaxia Pós-Exposição, ambos para HIV, além da distribuição de preservativos, gel lubrificante, entre outros serviços.

 

O objetivo da ação é oferecer acolhimento, aconselhamento e orientações voltadas às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), com foco nas hepatites virais. As hepatites virais são infecções que acometem o fígado. Por serem doenças silenciosas, com poucos sintomas na fase inicial, o diagnóstico requer ações constantes, como a campanha do “Julho Amarelo”. 

 


Serviço

Ação itinerante contra as hepatites virais
Data: 24 de julho (domingo)
Horário: 12h às 17h
Local: Largo do Arouche

ViaQuatro e ViaMobilidade promovem campanha de coscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço

 Julho Verde é o momento exato para conscientizar sobre a doença;

ação acontece em parceria com o Instituto Oncoguia


No dia 27 de julho é comemorado o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, data criada para esclarecer a população sobre a doença, possível prevenção, diagnóstico e tratamento. A ViaQuatro e a ViaMobilidade trabalham para ajudar a promover a campanha, com ações sobre o tema nas estações até do dia 31 de julho. 

Nos nichos de incentivo à leitura de todas as estações das Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens e nas estações da Linha 4-Amarela e Linha 5-Lilás de metrô, o público encontra material informativo sobre o tema, produzido pelo Instituto Oncoguia. 

Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), a doença é o segundo tipo de câncer que mais afeta homens, ficando atrás somente do câncer de próstata. Enquanto entre as mulheres, é o quinto tipo mais incidente, atrás de câncer de mama, tireoide, cólon e reto. 

O câncer de cabeça e pescoço atinge aproximadamente 40 mil brasileiros por ano -- a maioria dos casos registrados tem manifestação assintomática, trazendo um alerta maior para sinais do corpo como: dificuldade para engolir, manchas brancas na boca, nódulo no pescoço por mais de duas semanas e mudanças na voz. 

“Pensar no bem-estar dos passageiros faz parte das metas das concessionárias, por isso oferecemos atividades que possam promover a saúde de quem circula por nossas estações.” ressalta Juliana Alcides, gerente de Comunicação e Sustentabilidade das concessionárias.


 Sobre o Instituto Oncoguia

O Oncoguia “nasceu” em 2009, da união de um grupo de profissionais de saúde e ex-pacientes de câncer, liderados pela psico-oncologista Luciana Holtz de C. Barros, que deu início à ONG, uma associação sem fins lucrativos, criada e idealizada com o objetivo de ajudar o paciente com câncer a viver melhor por meio de projetos e ações de informação de qualidade, educação em saúde, apoio e orientação ao paciente, defesa de direitos e advocacy. A ONG foi um segundo passo tomado por Luciana Holtz após a criação, em 2003, do portal Oncoguia. Uma necessidade que surgiu da observação clínica da psico-oncologista de que as informações disponíveis na internet, muitas vezes sem qualidade e falsas, deixavam o paciente com câncer assustado, preocupado e desamparado.

 

 Serviço:

Julho verde -- Conscientização e prevenção sobre o câncer de cabeça e pescoço

Distribuição de folders nos dos nichos de incentivo à leitura até 31 de julho: em todas as estações da Linha 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda.

 

Pessoas precisam se atentar às doenças neurológicas. Saiba quando procurar ajuda médica

Dia Mundial do Cérebro foi instituído em 22 de julho para alertar à população sobre as questões que envolvem este órgão
Kiyoshi Takahase Segundo/Getty Images/iStockphoto

Especialista explica os principais problemas que afetam esse importantíssimo órgão e formas de cuidar dele


A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, atualmente, pelo menos um bilhão de pessoas no mundo convivem com algum tipo de doença neurológica. Assim, o Dia Mundial do Cérebro foi instituído em 22 de julho para alertar à população sobre as questões que envolvem este órgão tão poderoso e as doenças que o acometem. O neurocirurgião Leonardo Zapata, que atende no Tumi Espaço Clínico, no Órion Complex, em Goiânia, esclarece sobre a importância de cuidar bem desse órgão essencial. 

Segundo ele, as principais doenças que podem acometer o cérebro são  problemas vasculares como o acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame; aneurismas cerebrais e malformações arteriovenosas. Existem as doenças neurodegenerativas como Alzheimer, distúrbios do movimento como o Parkinson, infecções como meningites e tumores cerebrais. “Outras doenças neurológicas seriam os distúrbios do sono, esclerose múltipla e epilepsia. Ocorrem também os traumatismos de crânio (provocados por acidentes automobilísticos, quedas, violência) e hidrocefalia (acúmulo de líquido no sistema ventricular do cérebro)”, destaca. 

Apesar de uma quantidade considerável dessas doenças surgirem de maneira esporádica, algumas estão relacionadas à hereditariedade. “Fatores de risco como hipertensão arterial sistêmica, diabetes ou dislipidemia tem forte correlação familiar e predispõe a acidentes vasculares cerebrais. Os aneurismas cerebrais, principalmente quando múltiplos, tornam necessária uma investigação familiar através de exames de imagem”, explica o  neurocirurgião, citando que nesses casos é preciso um acompanhamento anual, na maioria dos casos.

 

Para ficar atento

Leonardo Zapata destaca que os sinais de alerta para as pessoas procurarem um médico são: dores de cabeça de forte intensidade ou sem melhora com analgésicos comuns; alterações na consciência; crises convulsivas; perda de força em um dos lados do corpo; alterações na fala ou na visão; vômitos não precedidos de náuseas e dores e rigidez na nuca. Ele revela que para cada doença cerebral existem grupos de risco diferentes. “Doenças como AVC, Parkinson e demências têm prevalência maior em idosos. Já as hidrocefalias e alguns tipos de deformidade craniofaciais ou da coluna podem se apresentar logo ao nascimento. Os tumores podem aparecer tanto na infância quanto em outras idades”, explica o especialista. 

Os tratamentos das doenças neurológicas podem envolver medicações, procedimentos como injeções, cirurgias convencionais, cirurgias endoscópicas, procedimentos por cateterismo arterial, quimioterapias e radioterapias. Os tratamentos clínicos em geral, são da área de atuação do neurologista. Os procedimentos cirúrgicos são de responsabilidade de um neurocirurgião. 

Para ter um cérebro saudável, Leonardo Zapata destaca que é preciso evitar, álcool, tabaco e outras drogas, praticar atividades físicas regularmente, ter boas noites de sono e uma alimentação balanceada, evitando alimentos industrializados, com excesso de conservantes, açúcar e sal. “A chamada dieta do Mediterrâneo, composta por azeite de oliva, nozes, amêndoas, grãos integrais, tomate e espinafre, podem adiar o avanço do Alzheimer. Além disso, aprender coisas novas com atividades mentais como música, artes e jogos ajudam a estimular o funcionamento do cérebro”, detalha o neurocirurgião, que também é especialista em cirurgias da coluna vertebral.


Como o estilo de vida do século 21 transforma a saúde e a fertilidade


A feritlidade feminina pode ser alterada por diversos fatores. Nem sempre conhecidos, muitas mulheres acabam tendo dificuldade em engravidar. Existe uma grande variedade de mitos e verdades acerca da fertilidade humana. Por isso, é importante prestar atenção e conhecer quais são os aspectos que realmente interferem na capacidade de engravidar. 

O fator mais conhecido que influencia a fertilidade feminina é a idade, pois com o passar dos anos há redução na quantidade dos óvulos, além da qualidade. Curiosamente, um casal divide a causa da dificuldade da fertilização, cerca de 40% da dificuldade de engravidar são relacionadas à mulher e 40% relacionadas às questões masculinas. Os 20% restantes é uma possível incompatibilidade do casal ou por razões desconhecidas, chamadas de ISCA (Infertilidade Sem Causa Aparente). 

A infertilidade (ou subfertilidade) está afetando um sexto dos casais atualmente e cujas incidências tendem a crescer. Estimativas mais pessimistas sugerem que atinjam um terço (33%) dos casais em idade reprodutiva nos próximos 15 anos. São muitos os fatores que estão conduzindo esse fenômeno, mas estudos apontam o estilo de vida e os hábitos alimentares dos adolescentes do século 21, como um fator importante. 

Nas mulheres, a síndrome dos ovários policísticos, por exemplo, é um fator essencial que precisa ser controlado, junto à resistência de insulina muito presente naquelas que estão acima do peso. Nesse caso, o metabolismo dos hormônios pode ser alterado pela tendência à resistência insulínica, que altera a esteroidogênese ovariana, aumentando os hormônios androgênios e o quadro de ovulação. E é muito comum acreditar que é possível resolver isso apenas tomando remédios para regularizar o problema, portanto, sem necessidade de se preocupar em mudar a alimentação. Essa solução é prejudicial, uma vez que é paliativa e aumenta o risco da pessoa desenvolver diabetes, que também influencia na reprodução. 

Felizmente, é possível balancear os problemas hormonais com alimentação adequada e consumir alimentos anti-inflamatórios e antioxidantes, que combatem também agentes externos como xenobióticos, por exemplo, que afetam a pele e os demais órgãos. A melhor estratégia de alimentação para regulamentação metabólica e combate a agentes agressores externos é a dieta mediterrânea (ou a que mais se aproxima a esse conceito), que é reconhecida como padrão alimentar que propicia a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. É difícil encaixá-la ao estilo de vida brasileiro em sua forma original, mas pode ser perfeitamente adaptada ao substituir os alimentos mediterrâneos pelos que encontramos no Brasil, basicamente alimentando-se de alimentos saudáveis, não industrializados, gorduras insaturadas, fibras alimentares e substituição de carne vermelha por brancas (peixes e aves) ou carnes vegetais, como bife de tofu, entre outras opções. 

Um importante foco é evitar substâncias xenobióticas que são basicamente compostos químicos estranhos ao organismo humano. Podem ser enquadrados em diversas categorias, como por exemplo, metais pesados, pesticidas agrícolas, inseticidas, plásticos, produtos de limpeza e fármacos, entre outros. 

Todos esses agentes externos estão associados à baixa eficiência reprodutiva, inclusive já foram encontrados resíduos de plásticos em placentas. Essas substâncias invadem o organismo através da utilização de produtos industriais como os com alta concentração de Bisfenol A, como pratos, copos, talheres, revestimentos de enlatados entre diversos produtos de utilidade comum e que são manufaturados. 

Existem, inclusive, produtos que vêm com o selo “BPA free” que garantem a ausência do Bisfenol A, no entanto, outros produtos químicos nocivos ao organismo são utilizados para substituir esse composto. Para evitar o uso desses componentes o ideal é não armazenar e, especialmente os ricos em gordura, especialmente os ricos em gordura e aquecer alimentos em produtos plásticos. Ao aquecê-los no plástico, acontece a alta taxa de transferência de xenobióticos para os alimentos. Também é indicado evitar consumir bebidas quentes em copos plásticos e evitar contato de alimentos e bebidas com o plástico em geral, que por ser um produto barato é muito utilizado, mas trazem diversos agentes químicos prejudiciais ao organismo e que, por extensão, também prejudicam a fertilidade. 

Além do plástico, outra forma de veneno ingerido de maneira imperceptível são os agrotóxicos. Eles estão dentro dos alimentos e são impossíveis de serem retirados totalmente, sua remoção acontece apenas superficialmente com a lavagem correta dos alimentos. 

Além dos fatores externos, também há o estilo de vida sedentário cuja ausência de exercícios e sobrepeso alteram a qualidade hormonal, assim como o excesso de exercícios também pode reduzir a fertilidade. 

A baixa exposição à luz solar é um problema pela falta de conversão de vitamina D. Os novos hábitos de consumo pela internet e o home office contribuem para a menor exposição das pessoas à luz solar. 

A ansiedade, o estresse e a insônia também interferem na fertilidade, desregulando a produção de cortisol e melatonina no organismo. O sono é importante porque, assim como temos substâncias que só se despertam no sol, também temos aquelas que só se manifestam no escuro. 

Agentes alérgicos podem atrapalhar também tanto na fertilidade quanto causar abortos, já que pode prejudicar a implantação do embrião no endométrio. Um problema que pode favorecer o aparecimento de alergia é o mal funcionamento do intestino, resultado de estresse, alimentação, insônia, agentes tóxicos e exposição excessiva ou rara à luz. 

É muito difícil se livrar de todos esses pontos que causam problemas no corpo e afetam a fertilidade e é importante saber que não se deve tomar uma atitude brusca de comportamento em relação a todos os fatores prejudiciais da noite para o dia. Medidas radicais também geram estresse e geralmente têm caráter temporal, portanto, o ideal é conhecer os riscos e adaptar-se para mitigá-los, aos poucos.

 

Dra. Camila Varella - nutricionista, mestre em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo/USP, pós-graduada em Nutrigenética e Modulação Intestinal. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). Tem formação livre em Personal Coaching, Genõmica Nutricional, Nutrição e Fertilidade, Saúde da Mulher e Nutrição Comportamental. Atua a mais de 20 anos em consultório, sendo também autora de livros, palestrante e experiência na gestão de qualidade de vida em empresas


Infectologista explica a importância da vacinação contra a gripe


 No outono e no inverno, há uma maior circulação dos vírus respiratórios, dentre eles o da Influenza, causador da gripe. Este vírus, de transmissão respiratória, tem como sintomas febre alta, tosse, congestão nasal, coriza, dor de garganta, cabeça e no corpo. Segundo a Dra. Cristiana Meirelles, pediatra, infectologista e coordenadora médica da Beep Saúde, healthtech lider em saúde domiciliar no país, crianças menores de cinco anos, idosos, gestantes e imunocomprometidos podem sofrer complicações da enfermidade, como pneumonia, insuficiência respiratória, miocardite, dentre outras.

“A vacina trivalente, que protege contra duas cepas do vírus A e uma cepa do vírus B, fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) contra a Influenza, é uma arma muito segura e eficaz. Na rede privada, também existe uma vacina que amplia essa proteção: a tetravalente previne a infecção por duas cepas do vírus A e duas cepas do vírus B”, explica. Apesar da importância da imunização, apenas 58% do público-alvo da campanha nacional de vacinação contra a influenza já foi vacinado neste ano, segundo dados atualizados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI).

Cristiana destaca, ainda, que a primeira vez que a pessoa recebe a vacina contra a gripe, com seis meses de vida, deve ser feita em duas doses no intervalo de trinta dias. Depois desta, todos os cidadãos devem se vacinar anualmente, pois os anticorpos contra o Influenza reduzem com o passar do tempo, diminuindo a imunidade. “As vacinas são modificadas todos os anos conforme a prevalência dos vírus que mais circularam no ano anterior. Além da imunização em dia, higienizar as mãos e o uso de máscaras podem impedir a propagação da doença”, finaliza.

 

Beep Saúde


Higiene bucal durante a gravidez: estudos apontam associação entre doença periodontal materna e parto prematuro

Pesquisa mostra que uso perinatal de goma de mascar de xilitol resultou em uma redução significativa de 12,6% dos partos prematuros

 

Durante a gravidez, é muito comum a ida ao obstetra, realização de exames, orientação para uma alimentação balanceada, mas importante também cuidar da higiene oral, pois isso pode afetar a saúde bucal do seu bebê.

Entre os impactos que as alterações fisiológicas causam na saúde bucal das gestantes estão a possibilidade de aumento dos níveis de inflamação periodontal devido à higiene bucal inadequada associada a alterações nos níveis hormonais. Pode causar desconforto e levar à perda de dentes se não for tratada adequadamente. Em um processo chamado de imprinting materno, a mãe passa a composição de seu microbioma (a soma da microbiota do corpo humano), seja ela boa ou ruim, para o bebê. Se a mãe tiver um bom microbioma oral, ou seja, se tiver uma boca saudável, seu bebê também terá uma boca saudável.

Além disso, a higiene bucal da mãe tem impacto no nascimento do bebê. Existe uma associação entre doença periodontal materna e parto prematuro. Um estudo realizado no Malawi, o país com a maior taxa de parto prematuro conhecido (22%), com mais de 10 mil mulheres, mostrou que o uso perinatal de goma de mascar de xilitol resultou em uma redução significativa 12,6% dos partos prematuros. Outras pesquisas indicaram que as mulheres grávidas com placa são mais propensas a dar à luz antes de 37 semanas e que 45% daquelas que tiveram seus bebês precocemente tinham gengivas inchadas, doloridas ou infectadas. Acredita-se que as bactérias na placa percorrem a placenta através da corrente sanguínea, fazendo com que ela fique inflamada. 

As mudanças comportamentais das gestantes relacionadas à maior frequência de consumo de açúcar e higiene precária também aumentam a chance de as mulheres apresentarem cárie. Os cuidados durante a gravidez são os mesmos, pois os dentistas sempre aconselham a escovação, o uso de fio dental e o uso de flúor. O problema é quando as gestantes não escovam os dentes após as refeições e, por serem mais sensíveis, podem apresentar sinais como gengiva inflamada, vermelhidão e sangramento durante a escovação.

Após o nascimento do bebê, a amamentação favorece o desenvolvimento da musculatura e dos ossos do rosto do bebê. Esse movimento funciona como um exercício oral, promovendo a respiração nasal, a fala e o desenvolvimento das arcadas dentárias. É nesse período da vida da criança que se estabelece um ambiente bucal saudável e é o que levará a uma vida inteira de dentes e gengivas saudáveis.

Uma pesquisa mostrou que o uso do xilitol no início da vida de uma criança terá efeitos duradouros, diminuindo as bactérias causadoras de cárie na boca. Cientistas analisaram durante um período de dois anos se o consumo de xilitol pelas mães poderia ser usado para prevenir a transmissão mãe-filho da bactéria estreptococos (encontrada na garganta) em comparação com o uso de clorexidina e flúor. Após esse período, 9,7% das crianças no grupo xilitol, 28,6% no grupo clorexidina e 48,5% no grupo verniz fluoretado apresentaram nível detectável de bactéria indicando que o consumo habitual de xilitol pelas mães reduz a probabilidade de transmissão mãe-filho de estreptococos.

Dr. John Peldyak, dentista e membro do conselho de programas da Academia Americana de Saúde Oral Sistêmica (AAOSH) diz que o xilitol perinatal é uma estratégia de autocuidado simples, agradável e altamente eficaz. “O xilitol bloqueia fatores nocivos ao mesmo tempo em que apoia os mecanismos naturais de proteção que constroem e mantêm dentes e gengivas fortes. Se as estruturas dentárias quebrarem, nossa saúde geral estará ameaçada”.

Segundo o CEO da Xlear, Nathan Jones, a boca é uma cavidade que tem contato direto com o meio externo e, portanto, é uma área aberta para a entrada de microrganismos que podem afetar a saúde de todo o corpo. “Embora precisemos prestar atenção à limpeza de nossos narizes, garantir que sua boca esteja limpa é especialmente importante para sua saúde e a saúde de outras pessoas. Se você não cuidar da sua higiene bucal, as bactérias e vírus que entram na boca podem se espalhar para outras partes do corpo com bastante facilidade”.


Agosto Dourado, 4 dicas para facilitar a amamentação

No mês de incentivo ao aleitamento materno, a Consultora Internacional de Lactação Cinthia Calsinski explica os benefícios da prática e dá dicas para as mamães

 

Todo agosto é conhecido como o mês Dourado por conta das campanhas de incentivo ao aleitamento materno. Mais do que uma forma de alimentação do bebê, o aleitamento é essencial para a saúde e bem-estar da criança e também para a criação do vínculo mãe-bebê.  

"Temos evidências científicas sobre vários benefícios do aleitamento, como prevenção contra doenças, desenvolvimento do sistema imune, prevenção de alergias respiratórias, de pele e alimentares, maior QI quando comparado a bebês não amamentados, prevenção da mortalidade infantil, proteção contra leucemias, estimula o bom crescimento da arcada dentária assim como respiração nasal… e muitos outros benefícios!", explica Cinthia Calsinski, Enfermeira Obstetra e Consultora Internacional de Lactação.  

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a recomendação é de aleitamento materno exclusivo até os seis meses e complementar à dieta saudável para a idade até os 2 anos ou mais.

 

Desafios da amamentação 

Campanhas de incentivo como as que acontecem anualmente no mês de agosto são importantes porque é comum as mulheres deixarem de amamentar o bebê antes do indicado ou optarem por fórmulas prontas e uma introdução alimentar precoce por conta de alguns desafios encontrados nesse processo. 

"As duas maiores dificuldades durante a amamentação são a dor para amamentar decorrente de pega incorreta e a baixa produção de leite, que pode ter como fator causal também a pega incorreta", continua a enfermeira.  

Além disso, existem mulheres que não conseguem amamentar por múltiplos fatores, como a falta de uma rede de apoio que a sustente para um aleitamento exclusivo em livre demanda, acesso a profissionais atualizados e que saibam manejar as dificuldades do aleitamento, falta de informação… A lista é longa.  

"Por isso, o melhor preparo é a informação de qualidade - não é necessário preparar os mamilos para amamentar, o uso de buchas, a questão da exposição ao sol, o uso de cremes e pomadas, nada disso é indicado atualmente", diz.  

Outro ponto importante é aprender a lidar com a culpa ao não conseguir amamentar. Além de buscar informar-se sobre o assunto, contar com o auxílio de profissionais capacitados é essencial nesse processo. Para muitas mulheres, apenas compreender que elas deram o seu melhor e esgotaram todas as alternativas leva a uma experiência diferente do que em situações contrárias.

 

4 dicas para facilitar e prolongar o aleitamento 

Com a campanha deste ano em mente e buscando facilitar o trabalho para as mamães, a enfermeira listou 4 dicas essenciais para o bom aleitamento materno.

 

1.Informe-se ainda na gestação

Não espere o bebê nascer para aprender sobre amamentação. Antecipe-se para entender sobre os conceitos de pega correta, livre demanda, bicos artificiais e outros relacionados ao tema, e reserve o tempo pós-parto para resolver com as dificuldades encontradas na aplicação desses conceitos.

 

2.Pega correta, pega correta, pega correta!

Esse mantra é essencial para facilitar o processo de amamentação. Um bebê que pega direito no peito faz uma boa extração do leite, ganha peso corretamente, faz xixi e cocô diariamente… Por outro lado, o bebê que não tem essa pega não se alimenta direito, não ganha peso e costuma ficar irritado, além de passar horas no seio, o que pode gerar desconfortos e machucados para a mãe.

 

3.Pratique a livre demanda

Que não tem nada a ver com passar o dia inteiro com o bebê no seio! Isso significa alimentar o bebê quando ele solicita, sem intervalos rígidos - assim como acontece com os adultos e as crianças, que comem quando têm fome, respeitando o ciclo da saciedade.

 

4.O desmame é sempre gradual

Dessa forma, tanto o bebê, quanto o corpo da mãe, se adaptam gradualmente ao número de mamadas diárias, tornando esse processo mais tranquilo.

 

A semana mundial de aleitamento materno acontecerá entre os dias 1 e 7 de agosto de 2022 com o tema: 'Step up for Breastfeeding:fv c Education And Support', ainda sem tradução oficial para o português.

 

 Cinthia Calsinski - Enfermeira Obstetra e Consultora Internacional de Amamentação


Além do melhor alimento: Produção de leite materno traz benefícios permanentes ao corpo feminin

De acordo com a consultora de Philips Avent, instrutora e educadora em Aleitamento Materno, Eneida Souza, alterações físicas, psíquicas, emocionais e sociais são algumas das transformações que ocorrem nas puérperas  


Além de gerar o melhor alimento para os bebês, o ato de produzir leite materno também proporciona diversos benefícios para o corpo da mulher, que passa por inúmeras mudanças durante a lactação. De acordo com a consultora de Philips Avent, instrutora e educadora em Aleitamento Materno, Eneida Souza, alterações físicas, psíquicas, emocionais e sociais são algumas das transformações que ocorrem nas puérperas. 

A especialista afirma que o ato de estimular a produção do leite materno vai muito além do que ser o melhor alimento para os bebês. A constante ativação hormonal provocada pela amamentação e pela produção do leite materno prepara o cérebro feminino para a sua mais nova arquitetura. 

Fique por dentro das 6 principais transformações que ocorrem durante a lactação:

  1. Os altos níveis de hormônios liberados durante a produção de leite materno resultam em alterações constantes no cérebro feminino, deixando-o mais motivado, altamente atento e extremamente protetor. Essa cascata hormonal faz com que a mãe responda prontamente ao bebê e passe a interpretar de maneira mais eficaz as suas necessidades.
           
  2. Diversos hormônios são ativados com a produção do leite materno, como a ocitocina, que não apenas reduz a pressão arterial do corpo, mas também inibe a liberação do hormônio do estresse, o glicocorticóide. Para manter esse sistema antiestresse ativado, as mães que não podem amamentar diretamente no peito podem fazer uso do extrator de leite que gera estímulos próximos ao que o bebê produz durante a amamentação e a mãe continua a ter todos os benefícios ao produzir leite materno por mais tempo.
     
  3. A prolactina é responsável também por amortecer o medo e a ansiedade ao inibir a amígdala, que é a parte do cérebro responsável pelas respostas ao medo. A cada vez que o bebê suga no peito, os hormônios da mulher são elevados e atingem níveis sanguíneos elevados.
     
  4. A liberação da ocitocina, hormônio que estimula as contrações uterinas durante o parto, ajuda a controlar o sangramento no pós-parto e é responsável pela ejeção do leite materno. Inclusive, faz com que as mulheres respondam de maneira diferente ao estresse, já que a raiva passa a ser substituída por sentimentos mais brandos, como a calma e a alegria. Essa troca hormonal funciona em resposta à amamentação, produção de leite materno e aos circuitos de ocitocina, que são reforçados pela sensação de prazer criados pelas explosões de dopamina -- a química do prazer e da recompensa.
     
  5. Durante a produção de leite, a dopamina é elevada no cérebro da mãe por estrogênio e ocitocina. Quando a pressão arterial dela cai, passa a sentir-se em paz e relaxada, em ondas de sentimentos amorosos inspirados pela ocitocina.
     
  6. A lactação também facilita o aprendizado e a memória especificamente para informações sociais, além de aprimoramento na visão ampliada, reflexos e aguçam o poder de ação e reação.
     

Eneida Souza - consultora de Philips Avent, enfermeira pediatra, instrutora e educadora em aleitamento materno pela Universidade da Califórnia em Angeles (UCLA-CA) e terapeuta sistêmica para família, casal, individual.

 

Philips Avent

https://www.loja.philips.com.br/avent


 

Enxaqueca oftálmica pode indicar doenças graves

Risco pode ser identificado por alteração no campo visual e pontos cegos nos dois olhos.

 

Dados da SBC (Sociedade Brasileira de Cefaleia) apontam que no Brasil 70% da população feminina e 50% da masculina têm pelo menos uma dor de cabeça ao mês. O levantamento também mostra que 20% das mulheres e entre 5% a 10% dos homens sofrem com enxaqueca, dor pulsante em um dos lados da cabeça, mas poucos buscam tratamento. Resultado: a enxaqueca crônica é bastante comum no Brasil. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier de Campinas 3,5 da população ou 7,5 milhões de brasileiros têm enxaqueca oftálmica ou com aura. A diferença, explica, é que a forte dor de cabeça, enjoo, sensibilidade à luz e ao som que caracterizam a enxaqueca comum, na oftálmica vem acompanhada perda transitória de campo visual e pontos cegos em um dos olhos, aparecimento de pontos cintilantes, escurecimento da visão e distorção da imagem. Quando a perda de campo visual  surge nossa dois olhos indica outras doenças que devem ser investigadas com um neurologista.

 

Sintomas e causas

O oftalmologista afirma que a aura visual sinaliza isquemia ou irrigação sanguínea insuficiente na retina. Por isso, o tratamento sempre é iniciado no consultório oftalmológico e requer tomografia de contraste na retina visando preservar a visão. “Quem tem problemas de circulação como hipertensão e diabetes deve ficar mais alerta com o acompanhamento oftalmológico. Adiar o tratamento de alterações na circulação da retina é perigoso”, pontua. Isso porque, recorrentes crises de enxaqueca com aura podem levar células da retina à morte. Também pode indicar risco de AVC (Acidente vascular Cerebral), em especial nos que têm hipertensão arterial.

 

Falta de óculos

Queiroz Neto diz que a dor de cabeça responde por uma em cada quatro consultas oftalmológicas, mas nem sempre a cefaleia está relaciona a algum problema de visão.

A dor relacionada à falta de óculos, explica, só aparece no fim do dia. Geralmente é decorrente do esforço visual para realizar as atividades cotidianas, sobretudo no computador. Para quem passou dos 40 anos, comenta, a dor de cabeça depois de horas olhando para uma tela pode sinalizar a chegada da presbiopia ou vista cansada que diminui a visão de perto e exige o uso de óculos de leitura para exercer as atividades próximas.  Mas pode surgir em qualquer idade. Entre crianças 30% sentem o desconforto nas atividades digitais.  Na infância comenta, outro problema de visão que com menor frequência pode causar dor de cabeça é a grande diferença de acuidade visual entre os olhos, conhecida como anisometria. Isso porque, as imagens chegam em tamanhos muito diferentes para cada olho.

Recorrer à automedicação faz com que a maioria dos brasileiros que sofrem com enxaqueca crônica fiquem expostos a graves complicações visuais e neurológicas já que de acordo com a SBC só 5% buscam tratamento com um neurologista. Quando o assunto é saúde prevenir é sempre melhor que remediar, conclui.

 

Colonoscopia: o exame que pode salvar a sua vida

A principal forma de diagnosticar precocemente e prevenir o câncer colorretal infelizmente ainda não faz parte da rotina da maioria das pessoas

 

Com o diagnóstico tardio da doença, diminuem as chances de cura

 

 

A colonoscopia é um exame que deve ser realizado rotineiramente para o diagnóstico precoce e prevenção do câncer colorretal. Nos casos em que há risco habitual para a doença, ou seja, quando não há informação de casos na família, a indicação é que o primeiro exame seja realizado aos 45 anos de idade. A partir deste, se não houver nenhuma anormalidade, o exame poderá ser repetido em até 5 anos, ou conforme a orientação do médico.  

No caso de câncer colorretal em parente de até segundo grau, o primeiro exame deve ser feito aos 45 anos, ou 10 anos antes da idade que o parente tinha quando recebeu o diagnóstico da doença. A partir daí, sem anormalidades no exame, repetir a cada 5 anos.  

Se houver alguma anormalidade no exame, em geral um adenoma, que é uma pequena lesão na superfície do cólon ou do reto, que pode evoluir para um câncer, o exame deve ser repetido com mais frequência. O médico que acompanha o paciente determinará esta frequência com base no histórico familiar e em outras informações do paciente. 

Há, ainda, algumas situações mais específicas que requerem atenção especial. É o caso de tipos de câncer mais raros, com aspecto de hereditariedade mais grave, como a Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) ou síndrome de Lynch. Neste caso, as chances de desenvolver a doença são muito elevadas e até mesmo um teste genético poderá ser recomendado. Para estes pacientes, a colonoscopia será indicada ainda na adolescência ou até mesmo antes, conforme cada caso.  

“O mais importante é que as pessoas conheçam a importância de realizar a colonoscopia e não deixem de realizar assim que tiverem a indicação médica. O câncer colorretal, quando diagnosticado precocemente, é muito mais simples de tratar e as chances de cura são muito maiores. Quanto mais tardiamente acontecer o diagnóstico, mais difícil será o tratamento”, explica o Dr. Arnaldo Urbano Ruiz, cirurgião geral e oncológico, , coordenador do Centro de Doenças Peritoneais da Beneficência Portuguesa de São Paulo – BP. 

 

A importância do preparo 

A colonoscopia é fundamental, mas existe um risco inerente ao procedimento. Por isso, não se deve fazer mais exames do que o necessário e sempre seguir corretamente as instruções do preparo antes da realização do exame. 

Estas medidas são importantes para reduzir os riscos e oferecer mais segurança ao exame.

“Os eventos adversos são bastante raros. Nos melhores serviços, acontecem em cerca de um a cada 4.500 exames. Ainda assim, o número é alto se compararmos a exames como toque retal, para a prevenção do câncer de próstata, ou a mamografia, para o câncer de mama, praticamente isentos de risco”, explica o Dr. Arnaldo. 

Os mais comuns são a perfuração durante o exame e o sangramento que não se resolve após o procedimento. No caso de perfuração, se o intestino estiver absolutamente limpo, dificilmente haverá uma contaminação fecal significativa. Por este motivo, a realização do preparo antes do exame é tão importante.  

O tratamento, neste caso, é cirúrgico e deve ser realizado imediatamente, por meio de videocirurgia, a fim de reparar as lesões ocorridas. No caso do sangramento, ainda menos frequente, em geral é autolimitado e cede espontaneamente em pouco tempo. Caso contrário, também será indicado o tratamento cirúrgico.

 

Sintomas e diagnóstico  

“As pessoas já estão acostumadas a realizar consultas e exames com foco na prevenção do câncer de próstata, câncer de mama e outras doenças graves, mas pouco se fala sobre o câncer colorretal”, alerta o Dr. Arnaldo Urbano, destacando que este é o terceiro câncer mais incidente, tanto em homens como em mulheres, atrás apenas do câncer de pele não melanoma e do câncer de próstata, nos homens, e de mama, nas mulheres.

 

A maneira mais fácil de diagnosticar o câncer colorretal é a colonoscopia. Isso porque o exame é capaz de detectar a doença antes mesmo de seu início. O exame pode detectar um pólipo, que somente depois de alguns anos, se não removido, poderá se transformar em câncer. Pode, também, detectar a doença em estágio inicial, quando ainda não oferece nenhum sintoma. 

Mesmo em estágio mais avançado, os sintomas podem ser bastante inespecíficos, dificultando o diagnóstico. Mudança do hábito intestinal, que passa a apresentar constipação ou diarreia, presença de sangue nas fezes, fezes mais escurecidas ou a sensação de querer evacuar, mas não conseguir são alguns deles.  

Outro sintoma que deve servir de alerta é a presença de massa abdominal palpável, dores abdominais constantes, anemia sem diagnóstico ou perda de peso não intencional, principalmente em pacientes acima de 45 anos.  

Todos estes sintomas podem estar relacionados a diversas outras causas, mas seja qual for, devem ser investigados. Quando antes o diagnóstico for realizado, maiores as chances de cura.

 

O câncer colorretal 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são cerca de 40 mil novos casos ao ano de câncer colorretal no Brasil, na grande maioria dos casos tratáveis e curáveis, quando detectados precocemente. 

O câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino, abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso, o cólon e o reto. 

Além de realizar a colonoscopia, alguns hábitos de vida são importantes para a prevenção não apenas do câncer colorretal, mas de vários outros tipos de câncer e problemas sérios de saúde. A prática de atividade física regular é um deles. 

“O paciente ativo fisicamente apresenta trânsito intestinal melhor, evacua melhor e reduz o tempo em que as fezes e produtos que ficam nas fezes e que são potenciais cancerígenos permanecerão em contato com a mucosa colorretal. Este contato prolongado favorece o surgimento de adenomas, que são os precursores do câncer”, explica o Dr. Arnaldo.  

O ideal é que sejam praticados pelo menos 150 minutos de atividades moderadas a intensas por semana. Além disso, é importante manter uma dieta rica em fibras e grãos, balanceada, com o consumo de laticínios e não exceder 500g de carne vermelha cozida por semana.

 

Também devem ser evitados os alimentos ultraprocessados, embutidos e enlatados, o consumo excessivo de bebida alcoólica, tabagismo e sobrepeso.



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