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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

MULHER CONFORME O DICIONÁRIO

Eu tinha dez anos e duas paixões. Uma se chamava Graça: loirinha, linda, dona do mundo, obrigava-me a manter limpa a bicicleta. Com ela, as coisas eram tratadas de igual para igual: comigo, com a professora, com quem quer que fosse. O nome da outra era Regina. Aluna mais sabida da sala, era, entretanto, tímida, jamais polemizava com alguém. Um dia Guida, colega com um pouco mais de idade, xingou Regina. Interferi. Guida injuriou-me de cavalo. No ato, insultei Guida de vaca.

 

Juro que só troquei uma invectiva por outra. Equivalência: animal por animal. Mas houve um alarido. Sem entender porque um quadrúpede era havido por menos honroso do que outro, ouvi sermão e ameaças de castigo por parte de uma professora furibunda. Só resisti valente ao alvoroço porque contava com o sorriso que Regina me dirigira. Ele me acompanhou por toda a batalha incompreendida que me travaram. Mas não me foi nada fácil sustentar aquela luta sem causa inteligível.

 

Apenas muito mais tarde compreendi, contudo pela metade, a confusão, e só porque ouvi uma senhora, com más caras, referindo-se a sua vizinha. Dizia, com ira na voz e faísca nos olhos: “aquela vaca”. Claro, concluí, vaca é palavrão. Mas o entendimento completo, com vaca querendo significar puta, isso só veio algum tempo depois. Daí – eureca! – o alvoroço da professora. Mas jamais entendi como ela não entendeu que eu não estava entendendo nada. E quase me permiti: “aquela vaca”.

 

Assim fui iniciado na percepção às diferenças. Notei que bastava estar associada ao masculino ou ao feminino para o significado de inúmeras palavras despegar-se completamente do seu sentido léxico oficial, tornando-se dignificador ou pejorativo. Acho curiosas as disciplinas que estudam as relações sociais de poder não nomearem essas distintas acepções. Gostaria de saber como analistas do discurso denominariam, se o fazem, esse fenômeno, que se me ressalta ser de gênero.

 

Há muitos exemplos dessa hedionda discriminação que refiro. O Houaiss me ajuda na demonstração. Tomemos o vocábulo mulher: “na tradição, como indivíduo e/ou coletivamente, representação de um ser sensível, delicado, afetivo, intuitivo; fraco fisicamente, indefeso (o 'sexo frágil'), idealmente belo (o 'belo sexo'), devotado ao lar e à família (mulher do lar) etc”. Já, homem é aquele ser “em que sobressaem qualidades como coragem, força, determinação, vigor sexual”. E o Houaiss é moderno.

 

O Aurélio não difere na carga minorante dos significados. O verbete mulher: “dotada das chamadas qualidade e sentimentos femininos (carinho, compreensão, dedicação ao lar e à família, intuição)”. Formando palavra composta: “mulher-dama; mulher-da-rótula; mulher-da-rua; mulher-da-vida; mulher-da-zona; mulher-de-amor; mulher-de-má-nota; mulher-de-ponta-de-rua; mulher-do-fandango; mulher-do-mundo; mulher-do-pala-aberto; mulher-errada”. Todas são categorizadas como meretriz.

 

Ainda o Aurélio, homem: “dotado das chamadas qualidades viris, como coragem, força, vigor sexual etc”. Em palavras compostas: homem da lei; homem da rua; homem de ação; homem de bem; homem de Deus; homem de empresa; homem de espírito; homem de Estado; homem de letras; homem de negócios; homem de palavra; homem de prol; homem de pulso; homem de sociedade; homem do mundo; homem do povo; homem público. Todas são palavras que enaltecem, proporcionam dignidade.

 

Um texto que roda na internet, denominado A Sociedade Feminina Brasileira queixa-se do tratamento machista, porém, mais ainda do que o dicionário, arremata a comprovação da minha suspeita. Não identifiquei o autor, talvez a manifestação seja da SFB, mas o escrito arrola exemplos bem-acabados do machismo que, na produção de sentido histórico e ideológico das palavras, habita o vocabulário vinculado a gênero nesse nosso caro Brasil. Transcrevo-o sem comentário. Ele fala por si:

 

Cão = melhor amigo do homem; Cadela = puta \\ Vagabundo = desocupado; Vagabunda = puta \\ Touro = homem forte; Vaca = puta \\ Pistoleiro = assassino; Pistoleira = puta \\ Aventureiro = destemido, desbravador; Aventureira = puta \\ Garoto de rua = menino que vive na rua; Garota de rua = puta \\ Homem da vida = pessoa com sabedoria; Mulher da vida = puta \\ O galinha = o "bonzão", que traça todas; A galinha = puta \\ Peixe = bom nadador; Piranha = puta \\ Puto = irritado, bravo; Puta = puta.

 

 

Léo Rosa de Andrade

Doutor em Direito pela UFSC.

Psicanalista e Jornalista.

O consumismo aumentou pois a ansiedade usa a compra como válvula de escape

O cientista e pesquisador Fabiano de Abreu diz que o varejo virtual lucra com a ansiedade

 

Vivemos na era do consumo, da compra, dos bens descartáveis. O ato de querer sempre mais quase perdeu o controle. O neuropsicólogo, psicanalista e especialista em estudos da mente humana Fabiano de Abreu atribui essa necessidade de obter os bens materiais como uma forma de colmatar outras situações da nossa vida.

 

"A ansiedade é um mecanismo de defesa natural, a pulsão necessária para resolvermos pendências. Hoje em dia não só estamos ansiosos devido ao medo e receio do futuro por causa da doença e da questão econômica, estamos mais ansiosos por diversos motivos incluindo o receio, também não estamos usando a ansiedade como utilizávamos já que não temos a mesma rotina causando assim uma pendência, uma falta, já que estávamos programados para o cotidiano repetido, há também o excesso de informações ao dedilhar a rede social e a internet num todo.", explica.

 

Segundo o especialista, o stress e a ansiedade são os gatilhos deste gênero de comportamentos.

 

"Ou seja, temos diversos gatilhos para potencializar a ansiedade gerando assim um stress, já que o stress não é um sentimento nem uma emoção e sim uma reação para uma ação que a ansiedade não resolve. Recebi diversos relatos em minha empresa de empresários que dizem estar faturando em dobro com compras online, inclusive há métodos para aumentar as vendas em uma situação dessas. As pessoas com esta ansiedade potencializada, com tantas pendências sem resolver, enganam o próprio organismo comprando, a compra libera dopamina, neurotransmissor da recompensa e assim disfarça a pendência de conquistas de metas que a liberam.", refere Abreu.

 

Ainda segundo o neuropsicólogo, devemos estar atentos a estas situações, especialmente porque elas podem estar a encobrir quadros mais graves e de difícil resolução.

 

"Somos um circuito que precisa funcionar e o mau funcionamento resulta em disfunções que levam a doenças, então, buscamos saídas mesmo que inconscientemente para “tapar o sol com a peneira” satisfazendo assim neurotransmissores viciantes como a dopamina e ativando outros neurotransmissores pois temos a necessidade de buscar a felicidade.", concluí.

 

 

 

Fabiano de Abreu - Neurofilósofo - neurocientista, neuropsicólogo, neuropsicanalista, neuroplasticista, psicanalista, psicopedagogo, jornalista, filósofo, nutricionista clínico, poeta e empresário. 

 

Registro e currículo como pesquisador: http://lattes.cnpq.br/1428461891222558

Especialistas alertam: cuidados com a saúde mental dos idosos evitam outras doenças



 Com o isolamento social, idosos estão mais sujeitos à ansiedade e estresse. Conforto de profissionais e familiares podem amenizar os danos à saúde. Foto: Arquivo/Solary


O isolamento ocasionado pelo coronavírus (COVID-19) está trazendo um alerta para famílias que têm idosos vivendo sozinhos em casa: o reflexo da saúde mental na saúde física. Profissionais da área de saúde que atuam no cuidado destes pacientes relatam o desenvolvimento de doenças que comprometem a saúde mental e podem afetar o restante do organismo, acarretando em um cenário favorável para o adoecimento físico. "Pessoas que enfrentam quadros de estresse, ansiedade e depressão são afetadas. Elas podem apresentar uma redução da imunidade, maior suscetibilidade de infecções, não só do covid-19, mas pneumonias e infecções urinárias que são mais frequentes em idosos", considera o geriatra Kleber Xavier. O isolamento ocasionado pelo coronavírus (COVID-19) está trazendo um alerta para famílias que têm idosos vivendo sozinhos em casa: o reflexo da saúde mental na saúde física. Profissionais da área de saúde que atuam no cuidado destes pacientes relatam o desenvolvimento de doenças que comprometem a saúde mental e podem afetar o restante do organismo, acarretando em um cenário favorável para o adoecimento físico. "Pessoas que enfrentam quadros de estresse, ansiedade e depressão são afetadas. Elas podem apresentar uma redução da imunidade, maior suscetibilidade de infecções, não só do covid-19, mas pneumonias e infecções urinárias que são mais frequentes em idosos", considera o geriatra Kleber Xavier. 

A psicóloga Regina Celebrone, doutora em Distúrbios da Comunicação que atende idosos há quase duas décadas, destaca a importância do afastamento dos corpos para evitar o contágio, mas da aproximação emocional para preservar a saúde física e psicológica. Para ela, as redes de apoio são fundamentais durante o distanciamento social. "A qualidade de pensamentos, de emoções e afetos atingem diretamente o corpo. A saúde mental está ligada ao biopsicossocial. Neste momento, como os relacionamentos sociais estão tolhidos, cerceados, isso vai interferir na qualidade psicológica e física", explica Regina.


ATENÇÃO E CUIDADOS - Os familiares dos idosos podem contribuir muito para amenizar os riscos de desenvolvimento de doenças durante a pandemia. Conversas interessantes sobre histórias antigas e inclusão em atividades interativas são exemplos de acolhimento. 

Para o geriatra, os idosos que estão vivendo o isolamento acompanhados têm apresentado uma resposta melhor aos desafios do que aqueles que estão completamente sozinhos. "A gente observa que idosos que estão em quarentena com outros idosos, casais, familiares e Casas de Repouso, têm estímulos para contato, estão produzindo e tendo algum tipo de resposta na questão psicossocial", explica Kleber. 


ALTERNATIVA QUE FAZ BEM - Para familiares que não podem estar perto dos idosos constantemente, as casas de hospedagem são uma boa opção. Muitas delas adaptaram o atendimento para proteger os seus hóspedes da contaminação contra o COVID, mas intensificaram as atividades sociais, físicas e a interatividade com amigos e familiares. "Beijos e abraços foram suspensos temporariamente, mas incluímos chamadas de vídeo e áudio diária com os para que eles possam ver e ouvir mães e avós que estão hospedadas conosco", afirma a fundadora da Solary, Roberta Bombonatto. 

Ela conta ainda que o espaço está promovendo visitas pelo portão de entrada, onde a família vê a idosa com distância de três metros. "Nossas cuidadoras acompanham esse momento e garantem a proteção de todos. Também aumentamos as opções de atividades diárias para estimular e garantir a saúde física e mental das nossas moradoras", pontua. 


CUIDADOS ESPECIALIZADOS - Atividades físicas também fazem parte do cotidiano das idosas que participam de aulas de dança, música e fazem fisioterapia. "A interação aumenta para espantar a ansiedade, estresse, tristeza e sentimento de abandono. Doenças oportunistas podem ser geradas com idosos fragilizados. Nosso papel é fortalecê-las com cuidados, carinho e atenção", destaca Jane Mendes, responsável técnica da Solary.

No local, a convivência com pessoas da mesma idade e o acompanhamento integral de profissionais especializados são essenciais para o enfrentamento deste momento. A rotina das moradoras inclui uma série de atividades, como rodas de conversa, jogos de memória, bingos e dominós, e momentos de religiosidade para fortalecer a espiritualidade.

Precisamos fazer hoje o que queremos viver amanhã

Transitoriedade, finitude e imprevisibilidade. A pandemia trouxe impactos para a vida de todas as pessoas, em todo o mundo, e também explicitou para cada um de nós o quanto tudo é transitório, finito e imprevisível. Diante de uma realidade para a qual ninguém estava preparado, com rapidez, tivemos que entender e internalizar essa constatação. Em relação à transitoriedade, muito do que tínhamos ou fazíamos deixou de ter importância - e os modelos e formas de viver se transformaram ou sofreram adaptações. Sobre a finitude, com as notícias da morte de milhares de pessoas, nos lembrando diariamente que nossa vida tem um fim, não há também como não imaginar que tudo, inclusive as coisas, terminarão um dia. E de uma hora para outra, imprevisivelmente, fomos obrigados a dar um turning point, uma virada de 360 graus.

Para algumas pessoas, ou alguns setores, um ou outro aspecto citado acima pode impactar mais ou menos que outros. No caso da Educação, a imprevisibilidade foi o que atingiu em cheio escolas e profissionais dessa área. Nenhuma escola estava preparada para o que aconteceu. Nenhum planejamento realizado para o ano letivo de 2020, que mal havia começado, se encaixou na realidade repentina. E diante disso, muitas lições estão sendo aprendidas, não apenas no plano pessoal, mas também no profissional e educacional. A primeira delas é que o projeto pedagógico de uma escola é um instrumento vivo. Mais do que um documento que muitos imaginavam existir apenas para ser apresentado quando necessário, ele se mostrou realmente como um elemento vivo, que deve ser alterado e adaptado sempre que for preciso. 

Se ele precisar sofrer mudanças todo ano, não há nenhum problema, porque a realidade também pode mudar de um ano para outro (ou em questão de poucos dias). Apenas dessa forma ele conseguirá ser uma ferramenta de apoio e ajuda aos professores, mostrando como atingir os objetivos, chegar às metas definidas e fazer com que os alunos aprendam. Manter um projeto pedagógico, sem fazer alterações, pela simples comodidade do fato de que ele já está pronto, é o que de pior uma escola pode fazer. Ele precisa representar não apenas a escola, mas um contexto, deve dialogar com a realidade e se adaptar a ela. Essa foi a primeira lição que as escolas aprenderam nessa pandemia. 

Outra lição que foi preciso ser aprendida às pressas foi que o uso das mídias digitais não pode mais ser ignorado no processo de aprendizagem. Mais do que nunca, se alguém ainda duvidava do fato de que uma aula pode ser realizada sem ser presencial, acho que agora já está provado que isso é possível. E dessa constatação, abre-se a reflexão para um outro aprendizado: é um erro querer dar uma aula on-line aplicando a mesma metodologia e modus operandi que se aplicaria na modalidade presencial. A tendência de muitos professores de querer fazer igual se faz presencialmente foi o que fez muita gente patinar no início da pandemia. Uma aula de 50 minutos presencial, com 40 alunos numa sala é uma coisa. Querer aplicar a mesma aula, com a mesma prática, na modalidade on-line é diferente. Nem alunos, nem professor conseguirão cumprir seus papéis como fazem quando estão interagindo entre si num mesmo espaço. Então, está claro que não é a mesma coisa, mas não é impossível de se realizar e se obter resultados positivos. Basta adaptar a metodologia. 

Por isso mesmo é que o ensino híbrido se apresentou como uma opção que veio para ficar. Um ensino híbrido integra o melhor das modalidades offline e on-line. E é muito importante que as escolas não esqueçam essa lição depois que tudo isso passar. Essa será uma herança positiva da pandemia para a Educação. Os alunos não serão os mesmos quando as aulas presenciais forem retomadas, após toda essa experiência de interação pedagógica com as mídias digitais. Então, não poderemos continuar oferecendo o mesmo que era oferecido antes da pandemia. A tecnologia a serviço dos processos de aprendizagem será uma realidade ainda maior.

E numa época em que se fala tanto em protagonismo do aluno, essa situação de ensino remoto elevou essa condição. O estudante teve que assumir a responsabilidade de estudar sozinho, fazer pesquisas, formular ideias sem aquela troca natural de experiências e impressões que é possível em sala de aula, com o professor e seus colegas. Mais do que nunca, o aluno se tornou o protagonista do seu processo de aprendizagem. É claro que não se pode deixá-lo sozinho nessa caminhada, largado à própria sorte e, por isso mesmo, escolas e professores precisam (e vão precisar sempre) oferecer a este aluno as melhores possibilidades de aprendizagem, dando orientações e fazendo intervenções.

Por fim, acho que a reflexão que devemos fazer para a Educação é que as escolas foram desafiadas a viver o hoje, o presente. Escolas sempre se apoiaram muito no passado, recorrendo a ele para avaliar quais as melhores experiências, o que deu certo e deve ser mantido (o que também é importante). E além disso, sempre se preocuparam muito com o futuro, com um planejamento para o que está por vir. E aí, chega uma pandemia e mostra que todos nós precisamos dar conta do presente. E isso é muito desafiador. Podemos prever, planejar muitas coisas, mas o que temos de real mesmo é o dia de hoje. Então devemos cuidar do hoje. Precisamos fazer hoje o que queremos viver amanhã.




 Joseph Razouk Junior - diretor editorial do Sistema Positivo de Ensino

 

É preciso se reinventar na carreira e nos negócios

Momento pede que profissionais se reposicionem e se adequem de forma rápida e inovadora


Presente nas principais pautas da atualidade, o pós-pandemia pode ser entendido como um “novo agora”, porém, muito mais exigente. A demanda por inovação e gestão às empresas e profissionais da Medicina Veterinária já era uma realidade, que foi potencializada, mesmo em segmentos menos impactos pela crise.

“As novas demandas, na verdade, são velhas. O que acontece, agora, é que houve uma aceleração em decorrência do digital, impulsionada pela necessidade do isolamento social durante a pandemia”, comenta o professor livre-docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, Marco Antonio Gioso.

Para o professor, as frequentes mudanças de atitudes na carreira e nos negócios são um caminho sem volta. “É indispensável que as empresas e profissionais se permitam uma mentalidade aberta para a gestão”, diz ele, que frisa, ainda, que os setores agro e pet estão entre os poucos que cresceram mesmo durante a pandemia.

“Mas, porque alguns faliram, mesmo nestes setores?”, indaga Gioso. Na opinião do professor, a resposta está no fato de que o dinamismo da atualidade não dá chances aos que não se estruturam com planejamento e estratégia e, principalmente, propósito.


É tempo de inovar!

O argumento da consultora do Sebrae-SP, Jane Albinati Malaguti, vai na mesma direção: “reposicionar-se e adequar-se de forma rápida e inovadora é a tônica”. Portanto, este é o caminho a ser percorrido para aumentar as possibilidades de crescimento nos próximos anos. “É preciso pensar em novas formas de atendimento e de oferecer serviços e produtos.”

Neste sentido, Gioso comenta que apresentar soluções para as “dores” dos diversos públicos é uma dica. “Quais os problemas do tutor do seu paciente você pode ajudar a sanar? Quando focamos em oferecer solução, em vez de reforçar a presença do problema, passamos a ser mais necessários e valorizados no mercado.”


Habilidades essenciais

Consultora de carreira, Danielle Lima considera que a pandemia foi a “prova de fogo” para, pelo menos, três habilidades cruciais: resiliência, disponibilidade para aprender continuamente e autorresponsabilidade por decisões e atitudes. “É necessário sair do modo piloto automático.”

Para isso, a sugestão de Danielle aos profissionais é que invistam no autoconhecimento. “Quando sabemos o que queremos e quais são nossos valores, prioridades e limites, fica mais fácil colocar as três habilidade essenciais em prática e obtermos resultados positivos”, frisa.


Questionar-se é passo importante para estas descobertas

Diante da dificuldade, muitos negócios e profissionais ficaram estáticos, outros se realinharam e, uma parcela, ainda, enxergou novos campos a serem explorados. A possibilidade de escolha é uma dádiva, mas, também, um grande problema quando não se sabe para onde se quer ir.

Neste sentido, Jane faz algumas provocações: “suas escolhas permitirão que você saia desta crise mais preparado? Que novas habilidades e competências você precisa desenvolver?”. Comportamentos mais assertivos, muitas vezes, dependem da capacidade de observar, questionar, compreender e decidir o caminho a seguir para o futuro.


Quer saber mais?

Marco Antonio Gioso, Jane Albinati Malaguti e Danielle Lima falarão mais sobre o assunto durante o painel “Profissionais e negócios no pós-pandemia”, no dia 09/09, das 19h às 21h, Dia do Médico-veterinário! O evento on-line faz parte da 4ª Semana do Médico-veterinário do CRMV-SP. Participe!

Inscreva-se em https://www.sympla.com.br/profissionais-e-negocios-pos-pandemia__955336


Sobre o CRMV-SP

O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do estado de São Paulo, com mais de 39 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.


Brasil e Dinamarca assinam acordo de cooperação para aperfeiçoar o atendimento e reduzir custos na saúde pública

Medidas têm por objetivo reduzir custos, melhorar a gestão do SUS e atendimento aos pacientes, além de integrar as informações pelo prontuário eletrônico

 

Brasil e Dinamarca assinaram a segunda etapa do acordo de cooperação para desenvolvimento de um sistema de classificação de pacientes brasileiros. Essa cooperação terá duração de três anos (2020-2022) e prevê medidas para aperfeiçoar o sistema de financiamento da atenção especializada em saúde e reduzir custos, somando-se aos esforços do Ministério da Saúde na melhoria da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), integração do prontuário eletrônico e atendimento à população. No início da próxima semana, o Ministério da Saúde publicará um edital para seleção interna dos profissionais que trabalharão com o Grupo de Diagnósticos Relacionados (DRG-SUS). Entre outras especialidades, estão previstas vagas para economistas, estatísticos, médicos, enfermeiros e equipes de TI.

O acordo aborda o aprimoramento do uso dos dados de saúde para melhorar o acesso da população a serviços de saúde de qualidade. Esse aprimoramento ocorrerá baseado em duas vertentes: construção de um sistema de classificação de pacientes pela metodologia de DRG-SUS e o aperfeiçoamento da transformação digital em saúde. “A metodologia possibilita uma mensuração precisa da performance dos hospitais e a realização de análises comparativas entre os serviços de saúde (benchmarking) disponíveis ao SUS”, diz a Dra. Cleusa Rodrigues Bernardo, diretora do Departamento de Regulação e Controle (DRAC), uma das peças fundamentais no desenvolvimento do DRG. “A implantação do sistema permitirá uma distribuição de recursos mais igualitária baseada em dados, otimizando os recursos disponíveis ao SUS e qualificando os serviços prestados à população brasileira”.

Nesta etapa, serão construídos e testados, em todos os estados e municípios, os algoritmos de todas as especialidades atendidas no sistema de saúde por meio do DRG-SUS. Os dois sistemas estruturantes da pasta, o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e o Repositório em Terminologias em Saúde (RTS), também serão aperfeiçoados para viabilizar que o DGR-SUS entre em funcionamento. A previsão é que a metodologia seja implementada em todo o território nacional até o fim da cooperação.

SOBRE O DRG

O Grupo de Diagnósticos Relacionados é uma metodologia de classificação dos atendimentos de saúde, com características clínicas que permitem aperfeiçoar as análises das informações e a forma de remuneração dos serviços de saúde, trazendo mais segurança e transparência nos atendimentos oferecidos pelo SUS.

O trabalho com o sistema DRG exige uma abordagem integrada de conhecimentos e que envolve áreas especializadas do Ministério da Saúde: processos de validação clínica para construção dos agrupamentos DRG, com base nas informações disponíveis nos registros de atendimento; metodologias e apuração de custos; atribuição dos custos de atividade assistencial e cálculo de tarifas nacionais; aplicação dos algoritmos computacionais dos agrupamentos DRG; apuração e atribuição de custos e dos cálculos das tarifas nacionais.

PRIMEIRA ETAPA

A primeira fase do acordo previa três áreas complementares: o aperfeiçoamento dos dados de saúde e a unificação dos cadastros nacionais de saúde; o aprimoramento do sistema de classificação de risco dos pacientes no SUS pela metodologia de DRG; e a melhoria da gestão e padronização de terminologias médicas. 

As atividades desenvolvidas no projeto de cooperação possibilitam aos técnicos do Ministério da Saúde conhecimento mais aprofundado sobre o sistema, especialmente sobre a metodologia de levantamento dos custos das atividades desenvolvidas nos estabelecimentos de saúde. Assim, além de garantir um atendimento mais adequado, a ferramenta pode ajudar na gestão hospitalar e no melhor uso do recurso público.

Na primeira fase, técnicos dinamarqueses conheceram 25 estabelecimentos de saúde no Rio de Janeiro, Porto Alegre, Maceió, Goiânia e Brasília. O objetivo foi acompanhar a coleta de informações, desde o registro até o armazenamento, processamento, análise e divulgação dos dados em diferentes estabelecimentos de saúde. Outro resultado importante desta cooperação foi a construção de um sistema DRG das especialidades de cardiologia e de ortopedia.

 


 

Gustavo Frasão, do NUCOM/SAES

 

Ministério da Saúde

 

Selic baixa, avanços tecnológicos e regulatórios, além de foco nos clientes ajudam na recuperação do mercado automobilístico

“Percebemos que, mesmo diante da pandemia, há uma retomada e o setor de veículos é um grande impulsionador dessa melhora”, pontuou Luis Eduardo da Costa Carvalho, Presidente da ACREFI

 

A taxa básica de juros, a Selic, com tendência de baixa, avanços tecnológicos e regulatórios, além de foco na demanda dos clientes são boas notícias para quem quer financiar veículo novo ou usado. Mesmo diante da pandemia, o setor sinaliza melhora e resiliência. De olho nestes movimentos, a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (ACREFI) realizou o segundo dia de debates de um evento que teve como tema “Financiamento de Veículos: A hora e a vez da retomada”.

O encontro contou com a abertura de Luis Eduardo da Costa Carvalho, Presidente da ACREFI e sócio-fundador e presidente do conselho da Lecca Financeira, que agradeceu aos presentes. “Essa é uma das atividades mais relevantes da entidade, uma vez que grande maioria do nosso quadro atua neste segmento. Percebemos que, mesmo diante da pandemia, há uma retomada e o setor de veículos é um grande impulsionador dessa melhora”, pontuou Carvalho.

O presidente da entidade também falou sobre a importância do open banking nas negociações. “O mercado brasileiro está vivendo um momento especial. O Banco Central inseriu dois grandes projetos, o open banking e o Pix – que, como um novo meio de pagamentos, vai baratear o custo das operações de pagamentos e transferências. É um ganho importante para sociedade, ao consumidor. Já o open banking abre um leque de opções disponíveis para o consumidor e permite que ele tenha mais liberdade para levar suas informações financeiras para onde quiser - melhorando o ambiente de competitividade”, destacou Carvalho.

André Novaes, Diretor da Santander Financiamentos, afirmou que boa parte da retomada do crédito se deve a solidez do sistema. “O processo de digitalização, dessa transformação, é um grande auxiliar do segmento. O crédito de veículos impulsiona a participação da economia e os canais digitais melhoraram essa experiência do cliente pela simplicidade e agilidade em termos de atendimento”, destacou André.

Novaes reforçou sobre os benefícios do sistema PIX, que permitirá pagamentos e transferências bancárias 24 horas por dia, 7 dias por semana. “Já fazemos isso no Santander, com Gravames nos fins de semana, mas essa o PIX é um complemento nesse processo – que ajudará na interoperabilidade com outras instituições, não somente na qual o cliente e parceiro possui relacionamento. É um instrumento que trará outras possibilidades de negócio”, ponderou.

Alfredo Dassan, Diretor do Banco Bradesco Financiamentos, mencionou que é preciso estar atento na percepção do momento, até advindo do Covid-19. “O crédito não faltou e não faltará, pois há uma mudança positiva no segmento. Fizemos (sistema bancário e financeiras) movimentos importantes, como ofertas personalizadas e adequando ao fluxo de necessidade do cliente. Essa percepção, por parte do consumidor, incrementada pelo avanço dos canais digitais, foram  extremamente importantes. Trabalhamos com os dealers nesta intermediação e interlocução, focada em fomentar o crédito para empresas inclusive”, ressaltou.

Dassan avaliou ainda sobre o processo de retomada da indústria automotiva. “O mês de agosto deu forte indicativo de melhora, ou seja, a indústria se readaptou, evolui e já está crescendo. Estamos otimistas com o próximo ano – e já temos números e diversos setores que demonstram avanço. Projetamos um 2021 otimista e o mercado está preparado”, destacou.

Celso Rocha, Diretor de Distribuição e Varejo do Banco BV, comparou a situação atual ao período pré-Plano Real, salientando uma série de desafios e hiperinflação, antes do marco da estabilização. “O mercado aprendeu sobre resiliência e, esta construção, também impactou o cliente mais exigente: ele não aceita mais a demora e outras adversidades no atendimento. É uma mudança que, inclusive, envolve o comportamento de compra. É uma decisão diferente e, essa resiliência, exige que haja uma projeção de negócio diferente para sobreviver – temos decisões mais rápidas. O jogo hoje acontece de forma antecipada, já quando o cliente pensa na compra, e precisamos entender esse processo”, sugeriu Rocha.

Rocha fez também uma análise sobre a evolução das vendas, olhando para os EUA e Europa no contexto da evolução digital. “O brasileiro é diferente – a gente tinha uma venda calcada em relacionamento, na presença física. A Pandemia mudou essa percepção e, cada vez mais, precisamos sentar na cadeira do cliente e entender suas necessidades: a praticidade, a agilidade (no objeto de compra) e eficiência foram incorporadas ao processo”, exemplificou.

Enilson Sales, Vice-Presidente da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), alertou que as vendas de veículos melhoraram consideravelmente. “Já projetamos setembro 12% acima e, os números de agosto, já estão se equiparando aos de 2019 – lembrando que, no ano passado, não tivemos uma pandemia que afetou nossa economia. Acreditamos que, se tudo ocorrer bem, podemos fechar como o ano passado”, disse Sales, mencionado que um dos entraves pode ser a falta de produtos.

Segundo ele, o mercado de multimarcas reagiu rapidamente. “Lá o caixa da loja está mais próximo do coração e bolso do dono, pois sente o impacto rapidamente. Foi preciso buscar alternativas, como vendas online e outros caminhos. O importante é que essa barreira foi ultrapassada”, ponderou.

Sales falou dos impactos dos fechamentos dos DETRANS. “O processo digital, cada vez mais, viverá harmonicamente com o cliente. A plataforma RENAVE – Registro Nacional de Veículos em Estoque – idealizado pela Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), com a participação da Fenabrave e da Anfavea, proporcionará maior segurança no comércio de veículos, com o uso de certificados eletrônicos e assinatura de documentos digitais. O objetivo é agilizar o processo de transferência, acelerando o trâmite e reduzindo os custos atuais, oferecendo maior transparência, segurança e benefícios para o setor e governo. Mesmo com resistência de alguns segmentos, em razão da burocracia, há um espaço e ambiente propício para romper essas barreiras. Mesmo que haja pessoas que querem viver no século passado, porque convém, essa barreira será ultrapassada”, alertou. 

Wilson Diniz, Superintendente Executivo do Banco PAN, mencionou que o Brasil é um país de riqueza e dimensão grande. “Temos uma distinção de clientes, diferente do passado, quando havia um atendimento padrão. Hoje o mercado se adequou, personalizam o atendimento (concessão de crédito) para atender qualquer nicho. Esse é um processo de eterna evolução, uma vez que cada cenário é um momento. Todos os mercados estão preparados para oferecer soluções com segurança e agilidade. A digitalização é um grande aliado nesse processo”, enfatizou.

Diniz falou que o mercado de motos sofreu por falta de produtos, não de consumidor. “Moto ainda havia um estoque, um soluço, mas que só aguentou até maio – depois começou a escassez e o mercado esfriou. Mas retomou em uma velocidade impressionante, em ‘V’, e precisamos lembrar que temos as principais montadoras de motos em Manaus (AM) – que foi um dos locais mais impactados do país no começo da pandemia e acabou parando para ajudar na produção de respiradores e, em seguida, retomou com vigor e baterá recordes. É um mercado que só vai crescer e é promissor”, avaliou.

Os painéis do evento foram mediados por Cleber Martins, Consultor de Operações/Comissões Técnicas da Acrefi. Os volumes de concessões mensais de financiamentos de veículos registraram R$ 9,1 bilhões e R$ 10,7 bilhões em Junho e Julho, respectivamente, volumes em linha com os registrados no pré-crise, afirmou.

 

Velho Sábio ou Cowboy: qual perfil de masculinidade irá triunfar nas urnas estadunidenses?


Este ano (2020) haverá eleições presidenciais nos Estados Unidos da América. Há dois candidatos majoritários: o republicano Donald Trump, que busca a reeleição, e o democrata Joe Biden. Para além de uma análise político-partidária, vou centrar nos diferentes perfis de masculinidade em que Trump e Biden performam.

Donald Trump performa um estereótipo de gênero masculino no qual os homens são os líderes poderosos, milionários, vigorosos, agressivos e corajosos.

Se recorrermos ao conceito de arquétipo criado pelo médico psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, os eleitores estadunidenses que apoiam Trump projetam nele a encarnação do cowboy cinematográfico vivido no cinema por John Wayne. A forma como Trump lida com as questões da imigração hispânica e com a pandemia expressam o estereótipo do cowboy que não teme, atira com precisão e nunca erra o alvo. Trump performa a velha dicotomia presente no imaginário estadunidense: o herói WASP (sigla de branco, anglo-saxão e protestante) contra o mexicano ou indígena (retratados pela indústria hegemônica da mídia como bandidos). Nesse sentido, a adesão à Trump pode ser lida como uma resposta psicológica profundamente enraizada na masculinidade hegemônica que performa um padrão patriarcal bruto de homem.

Joe Biden, 78 anos, expressa um padrão distinto de masculinidade. Diferente de Trump, cujo pai já era muito rico, Biden vem da classe trabalhadora; o pai era um humilde vendedor de carros. Durante sua vida, enfrentou tragédias familiares: a morte de sua primeira esposa e de sua filha de 13 meses em um acidente de carro e, décadas depois, a morte de seu filho Beau, aos 45 anos, de câncer no cérebro.

Aos olhos de alguns eleitores, isso faz de Biden um homem que sabe como é passar por momentos difíceis, superá-los e compreender a dor dos outros. "Ele tem a capacidade de mostrar empatia e compreensão por aqueles que enfrentam adversidades", disse Anthony Zurcher, jornalista da BBC. Biden escolheu como vice a senadora Kamala Harris, uma mulher, negra, filha de um jamaicano e uma indiana. Kamala, ex-procuradora-geral da Califórnia, tem um peso simbólico, uma vez que expressa causas identitárias e de gênero.

Por fim, Biden performa um protótipo de masculinidade que se distancia do padrão do cowboy e se aproxima ao arquétipo do velho sábio. O velho sábio (também chamado de senex) é o filósofo distinto pela sua sabedoria e julgamento. Diferente da figura paterna que usa a força, o velho sábio se vale do conhecimento para oferecer orientação, agindo como um mentor.

Em tempos de pandemia, caberá aos eleitores estadunidenses escolher quem será o seu líder: o cowboy que atira primeiro e pergunta depois ou o velho sábio que usa a temperança e a empatia para guiar o povo no caminho da História.




Jorge Miklos - Sociólogo e Analista Junguiano. Dirige uma pesquisa sobre as contribuições da mídia para a constituição das masculinidades no Imaginário Social Brasileiro.

 

Não misture interesses particulares e negócios da empresa

Ser dono de uma empresa não significa ter acesso indiscriminado ao caixa, ainda mais em tempo de recessão e pandemia


A divisão de bens particulares e ativos empresariais entre herdeiros de uma mesma família exige cuidados. Sim, essa etapa é decisiva na continuidade dos negócios, com reflexos para influenciar na sobrevivência da própria corporação.

Se bem conduzida, a sucessão trará muitos benefícios e desdobramentos importantes, assegurando que a companhia continue saudável e o patrimônio individual seja preservado.

É preciso lembrar: em caso de problemas financeiros - com a consequente entrada em cena de credores - é grande o risco de que uma parte da herança transferida aos herdeiros possa ser dilapidada, tudo por causa do obrigatório pagamento de dívidas.

Para que a condução dos negócios familiares seja conduzida com normalidade e as posses sejam garantidas, acompanhe as orientações de Morgana Borssuk, sócia do escritório Borssuk & Marcos Advocacia:

1) A transferência de patrimônio aos legatários exige uma cultura de sucessão dentro da organização. Ou seja, o fundador deve treinar as novas gerações para se familiarizarem com os negócios. Assim, eles podem assumir gradativamente todas as responsabilidades, sem traumas.

2) Quando se percebe o desinteresse do familiar, o que fazer? Uma das soluções é encontrar um sócio que esteja disposto e apto para assumir o negócio. É uma maneira de garantir o futuro financeiro daquele membro que não quer contato com os empreendimentos.

3) Dentro de um ambiente de confiança entre as partes, por causa dos laços familiares, a tomada de decisões tende a ser mais rápida, definindo com segurança como será a nova cara da companhia. Use isso em favor de todos e do próprio negócio.

4) Toda a família, com a devida qualificação profissional, tem condições de assumir setores importantes da corporação. Esse fato emerge como uma segurança natural, mas não quer dizer que profissionais competentes no mercado devam ser descartados. Não deixa de ser um caminho para arejar planejamentos e novas estratégias.  

5) Ser dono do negócio não significa ter acesso indiscriminado ao caixa, ainda mais em tempo de recessão e pandemia. Por isso, é fundamental definir um valor como salário ou pró-labore. Trata-se de uma forma de não misturar interesses particulares com os associados à condução dos rumos da empresa. Isso evita o aparecimento de dívidas e confusões desnecessárias sobre a administração.

 

A importância das trocas intergeracionais

As interações sociais fazem parte de nossas vidas e tem forte impacto em vários aspectos dela, podendo promover atitudes positivas e gerar conhecimento. Todos nós precisamos nos fazer entender, e a comunicação é uma parte importante desse desenvolvimento, sendo um processo natural e fundamental. E para isso é necessário que além de nos comunicar de maneira correta possamos compreender uns aos outros, e assim, promover uma interação de qualidade e construtiva.

As interações entre as gerações são de suma importância. As trocas intergeracionais fortalecem o relacionamento, promovem a troca de ideias e conhecimentos entre as faixas etárias favorecendo a formação e a consolidação de vínculos sociais, que permitem além da troca de experiências de vida o compartilhamento destes conhecimentos, ideias, atitudes, crenças, pontos de vista, hábitos, culturas, oportunidades, novos caminhos, crescimento e por fim evolução. De forma amigável, são construídos bons relacionamentos com aceitação e comprometimento entre as partes.

Pessoas são diferentes umas das outras, seja por questões familiares, educação, outras culturas, outras crenças, entre vários aspectos que podem fazer com que tenham visões diferentes de mundo, mas que não deve ser visto como empecilho para a criação de laços empáticos e novos aprendizados.

As trocas intergeracionais devem ser incentivadas, seja por meio de programas, politicas públicas, dentro das famílias, e na sociedade como um todo. Visto que estamos caminhando para ser um país de idosos e esse é um fenômeno global.

Nesse sentido, se faz necessário a construção de laços significativos e de reciprocidade entre as faixas etárias criando momentos de convivência e desconstrução de estereótipos e minimização de preconceitos relacionados à velhice.

Quando se tem respeito às diversidades e aos saberes e experiências de vida de cada um, há uma convivência pacífica e rica em solidariedade e reconhecimento das necessidades do próximo.

A solidariedade intergeracional pode reverter os preconceitos sociais frente ao envelhecimento, bem como agregar na melhoria da qualidade de vida de jovens, adultos e idosos e seus efeitos se produzem na saúde e bem-estar de cada geração.

Pessoas que vivenciam de forma positiva as relações e apoio intergeracional sentem-se mais positivas em relação a si próprias e ao mundo de forma geral, suportando melhor o stress, doenças e outras dificuldades que venham a se apresentar.

A gerontologia, como ciência que estuda o processo do envelhecimento nos aspectos biológico, psicológico, social, entre outros que permeiam esse processo, tem um papel fundamental na promoção e criação destas trocas intergeracionais. Os profissionais da área são figuras essenciais na construção de uma interação de qualidade entre as gerações.

 



Fabiana da Silva Prestes - professora do Curso de Tecnologia em Gerontologia – Cuidado ao Idoso do Centro Universitário Internacional Uninter.


Andrew da Silva Alfaro - professor do Curso de Tecnologia em Gestão das Organizações do Terceiro Setor e Práticas Integrativas e Complementares (PICS) do Centro Universitário Internacional Uninter.

 

Empreendedorismo no pós-pandemia: 6 dicas para empreender alinhando seus propósitos aos negócios

Especialista revela um passo a passo de estratégia e metodologia para desmistificar o medo de empreender


A crise do novo coronavírus afetou a forma como as pessoas têm encarado as dificuldades, e ao mesmo tempo reacendeu temas como propósito e sentido de vida, o que para muitos significa empreender. Além disso, a palavra empreendedorismo traz consigo o medo do descontrole e do desconhecido, e para esclarecer alguns pontos importantes, a especialista em estratégia de carreira Rebeca Toyama preparou 6 dicas para mostrar que com propósito, estratégia e metodologia pode ser mais fácil encarar o desafio.  

De acordo com dados do Portal do Empreendedor, do Governo Federal, o número de microempreendedores individuais (MEIs) no país cresceu 10,2% no primeiro semestre de 2020, chegando a mais de 10 milhões de registros. Entre os indicadores que explicam o crescimento, estão o aumento do desemprego e mudanças nas relações de trabalho, além das vantagens que a formalização garante.

Para a especialista, a crise vem trazer uma visão ampla das contradições e conflitos que os profissionais mantinham encobertos e até negavam, como a forma que se conduzia a vida profissional, mas com a chegada da pandemia fez com que as pessoas se relembrassem da responsabilidade com o seu destino, propósito e sentido de vida. Com isso, muitos profissionais se veem na necessidade de ter um negócio próprio, e por muitas vezes, procuram soluções rápidas com atitudes impulsivas e os resultados não surgem como esperado, assim vem a paralisação e medo de continuar no projeto.

“Por diversas vezes começamos a empreender em diferentes áreas de diversas formas, sem refletir, planejar ou conversar com alguém que já tenha experiência nesse percurso. E no ritmo da urgência, tendemos a negligenciar o tempo necessário para identificar o que realmente queremos e encontrar caminhos que nos levem onde realmente queremos chegar. ”, explica Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira.

Diante do distanciamento social, as pessoas têm se sentido inaptas para tudo que for decidir e até mesmo para refletir sobre o futuro, mas é necessário buscar entender o que realmente se quer para assim encontrar um propósito e o transformar em um negócio. “Neste momento, a primeira coisa a se fazer é respirar e buscar se reconectar consigo mesmo, assim as escolhas serão feitas de forma consciente e a partir de quem realmente somos e nos levem onde verdadeiramente queremos chegar. ”, comenta a Rebeca.

Junto da busca pelo caminho a seguir, muitos empreendedores costumam se queixar sobre a solidão ao empreender, mas de acordo com a especialista, é uma ilusão acreditar que sozinho se produzirá um projeto imbatível, sem mesmo ter buscado referências de pessoas mais experientes na área.

“Buscar pessoas mais experientes nas áreas de atuação pretendida, aprender com profissionais que já superaram desafios, como o que você está enfrentando, ou criar redes colaborativas, além de acelerar o crescimento do negócio, afastará o sentimento de solidão que habita na vida de muitos empreendedores. ”, ressalta, Toyama.

Mas para que esse cenário seja positivo, é necessário entender que existem saídas que podem ser o ponto-chave para se ter mais experiência e sucesso ao empreender, como projetos de mentoria para profissionais que desejam ser orientados, estimulados e desenvolvidos nos dois pilares: o profissional e o pessoal. E neste caso, a mentoria é a porta para tirar o projeto do papel e ainda melhorar o networking com empreendedores que estão no mesmo processo.

E é importante se atentar que para um profissional ser chamado de mentor, é primordial que a pessoa tenha apresentado uma jornada de sucesso, e que tenha uma vasta experiência para um determinado negócio. 

“Não existe uma resposta pronta, mas existem formas de encontrá-la. Pesquisar, explorar, fazer perguntas para quem pode nos trazer partes dessa resposta: as empresas que nos inspiram através de seus valores, os concorrentes com seus modelos de negócio, as pessoas com suas expectativas e necessidades e os mentores com sua experiência e sabedoria. ”, finaliza Rebeca Toyama.

A especialista em estratégia de carreira, Rebeca Toyama preparou um passo a passo com 6 dicas que levam estratégia e metodologia para aplicar em seu projeto e ter sucesso ao empreender.

1- Trabalhe o autoconhecimento para aprender a focar a mente e o coração em uma única direção. Sabemos que neste momento muitas emoções estão à flor da pele e para agirmos com sabedoria, é necessário não perder a conexão com seu propósito;

2- Identifique 3 negócios que te inspire, independentemente se estão na sua área de interesse, e extraia de cada um deles o máximo de aprendizados divididos em: o que devo fazer e o que não devo fazer;

3- Encontre 2 pessoas que possuam experiência positiva em sua área de interesse, extraia de cada um deles o máximo de aprendizados divididos em: o que funciona e o que não funciona;

4- Transforme os aprendizados em ação e depois dessas experiências acima você estará mais preparado para começar a colocar suas ideias no papel ou aprimorar seu projeto;

5- Agora vem uma parte importante: Apresente seu projeto para 3 pessoas e peça a opinião delas. Cuide para que essas pessoas sejam diferentes para que você receba diferentes opiniões;

6- Aprimore seu projeto e desenvolva a oferta do produto e serviço, monte uma boa apresentação, pois agora chegou a hora de apresentá-lo para 3 possíveis clientes, isto é, pessoas que possuam as características de quem você gostaria de atender.

 



Rebeca Toyama - fundadora da RTDHO e ACI empresa com foco em bem-estar e educação corporativa. Especialista em estratégia de carreira e saúde financeira. Possui formações em administração, psicologia, marketing e tecnologia.  Atua há 20 anos como coach, mentora, palestrante, empreendedora e professora. Colaboradora do livro Tratado de psicologia transpessoal: perspectivas atuais em psicologia: Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT (Associação Luso-Brasileira de Transpessoal), Instituto Filantropia e Universidade Fenabrave.


Investimento em pesquisa é um alicerce para a rentabilidade do agronegócio

Terceiro episódio do "Caminhos do Agro" mostrou resultados de pesquisa e inovação desenvolvidos pelas iniciativas iniciativas público e privada


Investir em pesquisa e inovação no agronegócio se traduz em maior produtividade e rentabilidade, beneficiando toda a cadeia produtiva. É o que concluiu um levantamento feito pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, que comprovou que a cada R$ 1,00 investido em suas unidades de pesquisa, o retorno econômico foi de R$ 12,20 para a sociedade. Além disso, as tecnologias adotadas por todo o setor produtivo tiveram R$ 10,9 bilhões de impactos econômicos, o que representa um retorno 18 vezes mais que o valor total investido.

Estes foram alguns dados apresentados durante o episódio “Pesquisa e Inovação”, o terceiro do “Caminhos do Agro SP”, realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo em conjunto com a TV Cultura, a InvestSP e a iniciativa privada.

O encontro online foi conduzido pelo Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira e contou com a participação do gerente do Seedcare Institute, localizado em Holambra (SP), José Veiga; do pesquisador e gerente de qualidade de sementes da Syngenta, Adhemar Oliveira; do Diretor do Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária do MAPA, Cleber Oliveira Soares; e do Diretor Geral do Instituto Agronômico da Secretaria de Agricultura, Marcos Machado.

Investir em pesquisa no agronegócio proporciona diretamente o melhoramento dos produtos fornecidos ao consumidor final e o aumento da renda dos pequenos e médios produtores. “A força que o agronegócio brasileiro tem atualmente, de fato, foi construída graças aos desenvolvimentos feitos pelos institutos e empresas de ciência e tecnologia. Se mudamos a história do Brasil e do estado de São Paulo, ao sairmos de importador para o maior exportador de alimentos do mundo é, sem dúvida, graças ao trabalho feito por nossos pesquisadores, cientistas e estudiosos, que tanto se dedicaram ao estudo e desenvolvimento do ecossistema”, reforçou o Secretário Gustavo Junqueira.

As pesquisas de melhoramento genético são, segundo o Diretor Geral do Instituto Agronômico, Marcos Machado, o principal motivo de o mercado contar hoje com uma gama de variedades de culturas como o arroz, café e citros. “Nosso trabalho é levar a qualidade genética que mantém esse material produtivo e resistente a doenças. Essas pesquisas são o alicerce do agro atual, que vem se tornando cada vez mais integrado, seja no controle biológico ou na genômica”, destacou.

O Diretor do Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária DIAGRO/SDI/MAPA, Cleber Oliveira Soares, salientou que investir em ciência, tecnologia e inovação é vital para o desenvolvimento de todas as atividades econômicas de qualquer nação. E no Brasil isso não é diferente. “Estamos vivendo um momento em que o agronegócio, como um todo, tem cada vez mais suportado a base da economia do país. A pesquisa é uma oportunidade ímpar para agregar mais valor ao setor. É a chance de alavancar a cadeia do sistema produtivo nos segmentos agroalimentar e foodtechs, principalmente para o Estado de São Paulo, que tem o maior parque agroindustrial do Brasil. É capturar valor sobre a nossa robustez do agronegócio”, ressaltou Soares.


Semente: o insumo mais tecnológico

O debate também abordou um dos insumos mais importantes do ecossistema do agronegócio: as sementes. São elas que carregam todos os avanços tecnológicos, do melhoramento vegetal, desenvolvimento de genética, resistência às pragas e doenças e características do produto final. No Brasil, cerca de 30% das sementes comercializadas são tratadas na indústria antes de chegar ao plantio. “A semente, hoje, tem muito mais tecnologia do que um carro”, salientou Gustavo Junqueira.

“Vivemos numa nova era em que a tecnologia permite o desenvolvimento de sementes de alto teor produtivo. Nosso papel como instituto é garantir a fluidez nos testes de ensaio, a aderência no tratamento das sementes e a plantabilidade das sementes tratadas. O tratamento de sementes é um investimento, um seguro imprescindível, pois é esse insumo nobre que garantirá a germinação de uma planta saudável”, explicou o gerente José Veiga Seedcare Institute, que atua em pesquisas e testes no tratamento de sementes.

De acordo com o pesquisador e gerente de qualidade de sementes Syngenta, Adhemar Oliveira, o estado de São Paulo é um dos que mais utiliza e aplica tecnologia no agronegócio, pois há uma necessidade de expandir a produtividade, sem aumentar área de produção. Para isso, a parceria entre as iniciativas público e privada é fundamental para que seja possível entender as necessidades de quem está na ponta da cadeia, atuando no campo. “Para aumentar a produtividade, a semente é o início. É a responsável por levar a tecnologia embarcada ao homem do campo para que lá expresse todo seu potencial. A atuação dos técnicos da Secretaria espalhados pelo estado e por nossas equipes comerciais de campo é fundamental, pois são esses profissionais que trazem para a indústria as necessidades e dificuldades do campo. Em conjunto, buscamos entender e buscar alternativas para inovar e levar soluções ao mercado”, explicou.

“Caminhos d

o Agro SP” 

O projeto “Caminhos do Agro SP” é resultado de uma parceria entre InvestSP, Fundag, TV Cultura e Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Os episódios podem ser acompanhados nos canais do YouTube da Secretaria de Agricultura e Abastecimento: https://www.youtube.com/agriculturasp e da TV Cultura: https://www.youtube.com/cultura


AGENDA CAMINHOS DO AGRO SP

16 de setembro: Live 2 - Café

23 de setembro: Episódio 4 - Regularização Ambiental

30 de setembro: Live 3 – Carne Bovina

07 de outubro: Episódio 5 - Produção Sustentável

14 de outubro: Live 4 - Leite

21 de outubro: Episódio 6 – Agro Seguro

28 de outubro: Live 5 - Citricultura

04 de novembro: Episódio 7 - Comercialização

11 de novembro: Live 6 - Papel e Celulose

18 de novembro: Episódio 8 - Consumo

25 de novembro: Live 7 - Olericultura

02 de dezembro: Episódio 9 - Exportação

09 de dezembro: Live 8 - Soja

16 de dezembro: Episódio 10 – Conectividade

 

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