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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Produtividade no Brasil: há muito o que fazer




Uma empresa eficaz é aquela que consegue entregar ao seu mercado aquilo que o mercado exige ou mais. Quer em produto quer em serviço. 
Uma empresa eficiente é aquela cujas despesas sejam menores que suas receitas líquidas.
A eficácia se busca com produtos atuais e com serviços adequados e bem feitos.
Porem alguns quesitos básicos da logística e do marketing devem ser atendidos: entregar o produto e /ou o serviço certo, na hora certa, no local certo e sem causar stress ao cliente.
A eficiência pode ser alcançada por aumento de vendas – maior quantidade e /ou preços mais altos – ou por diminuição das despesas.
O empresário sabe que num mercado competitivo apenas o desejo de aumentar preço não garante o sucesso da empresa. Por isso ele busca trabalhar o denominador desta fração, a redução de despesas. Em geral, vem como primeiro estagio a dispensa de funcionários ou alguns cortes em viagens, representações etc, que, muitas vezes são mais simbólicos que efetivos.
Menos discutida é a necessidade de ganho de produtividade.
A produtividade maior pode ser atendida por novas máquinas (também o caminho mais procurado). Porem há outras alternativas bastante interessantes, que na maior parte das vezes são menos custosas, e que, em geral, apresentam resultados melhores e mais duradouros. Podemos citar:
-         Alteração de processos internos
-         Integração de processos internos
-         Integração de processos externos com fornecedores
-         Integração de processos com mercado (clientes diretos e indiretos)
-         Implantação de sistemas 
-         Treinamento de pessoal
-         Redução de tempos mortos (sem produção)
Entretanto há grande dificuldade dos empresários, em geral, em enxergar ganhos de produtividade nestas alternativas porque elas não são palpáveis como uma nova máquina ou um funcionário.
Isto ocorre não por miopia do empresário mas por que o dia a dia o impede de ter um olhar diferenciado.
Só para ser ter ideia a produtividade de um funcionário americano é 10 vezes maior que a do brasileiro.
Em estudo do World Economic Forum 2014-2015 (www.weforum.org) o Brasil ocupa a 56° posição em competitividade enquanto que China 28°; Russia 53°; Africa do Sul 56°; India 71° dentre 144 economias.
Outra análise interessante nos é apresentada pelo Conference Board. Nesta análise a produtividade dos brasileiros cresceu perto de 2% ao ano entre 2006 e 2011 enquanto que, em média, a Russia cresceu 3,4%, a India 5,9%, a China 10,4% e a Indonesia 3,1%.

Podemos definir duas produtividades:
A produtividade expansiva e a produtividade intensiva.
A produtividade expansiva é alcançada pela troca de uma atividade menos produtiva, como agricultura familiar, para outra mais produtiva como industrial. Isto é característico de um processo social migratório. Em boa parte o espetacular crescimento chinês se deu por este movimento.
A produtividade intensiva é aquela que ocorre no mesmo segmento. 
Por isso a intensiva exige maior dedicação na busca de melhorias em processos.
Neste sentido consultores de empresa tem uma contribuição importante a dar na busca de melhor competitividade para cada empresa em particular e para o país, em geral.  Não por acaso os países mais produtivos e mais desenvolvidos são aqueles que mais trabalham cooperativamente com consultores e com troca de informações vitais.
Dados da entidade americana de pesquisas Conference Board indicam que os funcionários de empresas brasileiras geraram em torno de US$ 10,8 por hora trabalhada. É a menor média entre os países latino americanos. Por exemplo tem-se o Chile com US$ 20,8, o México com US$ 16,8 e a Argentina com US$ 13,9 apesar de todos os seus problemas atuais.
Parece que há um longo e penoso caminho pela frente
O ganho de produtividade passa inegavelmente por melhorias que fogem ao controle das empresas, como: leis mais claras; custo menor do dinheiro; melhor infraestrutura. 
Porem internamente, nas empresas, há grandes chances de ganhos não explorados.
Nossa trajetória tem mostrado entretanto que enormes ganhos de produtividade podem ser alcançados em prazos não muito longos e mesmo alguns em prazos que permitem um payback em menos de um ano.
Um exemplo:
Um grande cliente nos chamou. Precisava construir um novo deposito pois o atual havia chegado ao seu limite. Os clientes reclamavam de atrasos de entrega, mais de 30 dias para produtos em estoque ou em transito.
Ao analisarmos a situação verificamos que o problema eram os processos mal formulados, sem integração e muito desentendimento entre as áreas.
Após um ano de trabalho, com poucos gastos como leitores óticos e algumas prateleiras chegamos a reduzir o prazo de entrega para 48 horas o que permitiu faturamento acelerado no mesmo prazo. Foi reduzido o numero de funcionários da expedição de 56 para 24 e eliminadas horas extras antes necessárias para cobrir os erros e atrasos. Como resultados correlatos uma redução bastante importante de entregas com problemas e portanto cliente mais satisfeitos e aumento de vendas.
Também a linha de produção foi alterada com ganho de produtividade na própria produção, quer pela disposição de células de produção, quer pela menor movimentação dos matérias e produtos finais (revisão de layout).
No final a empresa não precisou construir novo deposito, alias sobrou espaço para novos produtos.
Também como consequência secundaria houve uma maior participação dos funcionários nos processos de melhoria. Isto permitiu que a empresa, um ano após estas mudanças, numa situação de competitividade com concorrentes chineses num determinado produto, conseguisse alcançar outras mudanças de processo produtivo, como resultado da nova cultura implantada. Com isto passou a ser mais competitiva que os chineses. 
O empresário brasileiro moderno precisa encarar simultaneamente duas situações antagônicas em momentos de crise. Uma é reduzir custos imediatamente para sobreviver no curto prazo e outra é investir em novos processos para continuar vivendo no médio e longo prazo. Isto requer uma boa dose de paciência e um forte coração.

Hermann Marx - Diretor da Prosperity Consulting - www.prosperityconsulting.com.br

Amamentar em público: por que tanta polêmica?




O aleitamento materno em público é bom para a mãe e a criança, enquanto “os mamaços” (como forma de protesto) na frente das lojas e das empresas podem não ser assim tão bons para os negócios
Amamentar em público tem sido tema de um debate global sobre os direitos das mães e bebês x “o bom comportamento público”, ao longo de décadas. Recentemente, no dia 14 de abril, o prefeito de São Paulo, sancionou uma lei que assegura o aleitamento materno em qualquer estabelecimento de São Paulo.
 Todo estabelecimento localizado no Município de São Paulo deve permitir o aleitamento materno em seu interior, independentemente da existência de áreas segregadas para tal fim.  Para fins desta lei, estabelecimento é um local, que pode ser fechado ou aberto, destinado à atividade de comércio, cultural, recreativa ou prestação de serviço público ou privado”, de acordo com o texto. Segundo os vereadores, autores da lei, a motivação para a norma veio de um episódio ocorrido no SESC Belenzinho, na Zona Leste, em 2013, quando uma mãe foi constrangida por amamentar nas dependências do SESC.
“A cidade de São Paulo deve se orgulhar da sanção dessa lei. Pouco a pouco, mães que tiveram sua dignidade ofendida por amamentar em público têm aprendido a reagir. Elas encontraram nas redes sociais canais apropriados para extravasarem suas emoções e compartilharem suas vitórias e conquistas.  Acompanho há algum tempo as discussões de grupos virtuais   e a discriminação por amamentar em público é um tema recorrente entre as participantes. Eu mesmo participei do evento de desagravo no SESC Belenzinho, no ano passado, que deu origem à lei. No entanto, precisamos ter em mente outros três aspectos fundamentais dessa discussão: o cumprimento/fiscalização dessa lei na cidade de São Paulo, a falta de legislação específica em outros municípios e estados e o preconceito em relação à amamentação em público”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

É proibido mamar?

Em mais de três décadas de prática médica, o médico conta que a censura em relação à amamentação em público é recorrente. “Por isso, fiz deste um tema de relevância no meu blog #euapoioleitematerno. As mães relatam diariamente, pessoalmente e virtualmente, diversas formas de intimidação em relação ao ato de amamentar em público: olhar com cara estranha, sugerir para a mãe que se cubra ao amamentar, indicar ‘locais apropriados’ para a amamentação, olhares de repúdio das pessoas por verem uma mãe amamentando um filho em público...”, conta Moises Chencinski.
O médico há três anos destaca o tema no seu blog #euapoioleitematerno, mencionando histórias ocorridas no Brasil e no mundo. “Quando mães e bebês são intimidados, humilhados e constrangidos, procuramos abordar o fato, exatamente para destacar o absurdo da situação. Por exemplo, o simples fato de uma empresa solicitar que uma mãe amamente de uma maneira X ou Y, para se adequar às necessidades da instituição, está errado, é bullying. As empresas precisam investir na capacitação de seus funcionários em relação às suas próprias políticas de aleitamento materno e às leis vigentes”, diz.

Confira alguns textos já publicados no blog #euapoioleitematerno:

1.      Fotógrafa comemora o aleitamento materno, apesar dos inimigos virtuais…;

2.      Amamentar em público ainda gera polêmica;

3.      Canção para todas as mulheres que já amamentaram em público…;

4.      Londres tem café especializado em amamentação, você sabia?;

5.      Papa Francisco defende (outra vez) o aleitamento materno em público;

6.      Fotos que mostram como realmente é bonito amamentar;

7.      Um bebê com fome não pode esperar: compreender isso pode até impulsionar os negócios;

8.      Locais que fazem mais que apoiar o aleitamento materno;

9.      Quando você proíbe uma mãe de amamentar em público…;

10.   Mulheres realizam mamaço no MIS após mãe ser proibida de amamentar;

11.   Segredo da amamentação: Victoria’s Secret não aprecia seios à mostra;

12.   É proibido mamar…;

13.   Se você não apoia a amamentação em público, você não apoia o aleitamento materno;

14.   Mães realizam “mamaço” em protesto;

15.   Você tem vergonha de amamentar seu filho em público? .

 

 

Fiscalização/cumprimento da lei paulistana

“Ao ler com atenção a lei sancionada pelo prefeito de São Paulo, o cidadão percebe que cabe ao ‘Poder Executivo regulamentar no que couber a presente lei no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data de sua publicação’. Ou seja, ainda esperamos a regulamentação da lei, que definirá a fiscalização, o cumprimento e a aplicação da multa. É preciso cobrar esta atitude do prefeito Fernando Haddad, visando a proteção dos direitos de mães e dos bebês”, defende o médico, autor do blog #euapoioleitematerno.

 

Falta de legislação nos demais municípios

“Como amamentar é um direito, não devíamos nos contentar com a aprovação dessa lei apenas na cidade de São Paulo. E nos demais municípios paulistas? E nos demais estados brasileiros? Devemos e precisamos pensar grande nesse sentido”, diz o pediatra.

Muitas organizações encaram a conveniência de uma mãe alimentar uma criança em um local público como um incômodo ou uma perturbação da ordem do dia. Mas amamentar em público é uma prática legal, não é um crime ou uma contravenção.
A visão de uma mulher amamentando seu filho em público pode ser ofensiva para alguns. Nos Emirados Árabes, é lei que as mães amamentem seus filhos durante dois anos, mas elas não podem fazer isso em público. A amamentação em público é protegida no Reino Unido através da Lei de Igualdade de 2010. Nos Estados Unidos, quase todos os 50 estados aprovaram legislação que protege as mulheres de serem processadas ​​por amamentar em público, menos Idaho e Dakota do Sul, onde ainda há leis que proíbem a prática.

 

Sobre amamentação em público, veja também:  https://youtu.be/OgOmrhcNzQM

 


Combate ao preconceito

 

Na linha do combate ao preconceito à amamentação em público, mães, “não mães”, celebridades, “não celebridades”, profissionais de saúde e até mesmo o Papa Francisco já vieram a público saudar e defender o aleitamento materno.

“No entanto, muitas vezes, este importante tema de saúde pública é retratado apenas como um problema social das mulheres. O que é menos conhecido é a biologia que impulsiona o aleitamento materno. A mãe que está amamentando vai produzir leite em intervalos regulares como uma consequência direta dos hormônios controlados pela alimentação infantil. Assim como um bebê com fome precisa ser alimentado, uma mulher que amamenta precisa dar de mamar. As duas necessidades juntas devem ser vistas como uma necessidade biológica simbiótica, como algo que não é realmente uma escolha. E também não é voluntário”, explica Moises Chencinski.
O médico destaca que atrasar a alimentação do bebê com fome acarreta nas consequências óbvias de fome e mau humor para a criança, mas também pode representar riscos de saúde para a mãe, como ingurgitamento mamário, dutos obstruídos e uma infecção chamada mastite. “A oferta de leite materno também pode diminuir, levando ao desmame precoce. Esses resultados têm custos mais elevados”, alerta o pediatra.
Se as crianças dos Estados Unidos fossem amamentadas exclusivamente por seis meses, cerca de 13 bilhões de dólares em cuidados de saúde seriam poupados anualmente, de acordo com os dados do the U.S. Surgeon General.
De acordo com a UNICEF, o aumento da prática da amamentação, em muitos países, resultou em 39% de todas as crianças do mundo em aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade. A amamentação tem o maior impacto sobre a sobrevivência de uma criança e pode evitar mais de 800.000 mortes de crianças por ano no mundo em desenvolvimento.
No entanto, o tempo que uma mãe amamenta continua a ser pequeno. Menos de 16% das novas mães que começam a amamentar seus recém-nascidos consegue manter o aleitamento até que a criança atinja seis meses de idade.

Amamentação em público x imagem das empresas
“A amamentação não é apenas importante para a saúde, mas também para a economia. Lojas, empresas e negócios precisam reconhecer a necessidade do aleitamento materno. As mulheres controlam 20 trilhões de dólares dos gastos dos consumidores em todo o mundo e representam 80% dos gastos dos EUA e 65% da despesa global, de acordo com o Banco Mundial. Milhões de mulheres nesse imenso contingente podem estar amamentando”, afirma o médico.
Além dos benefícios para a saúde e da necessidade fisiológica de alimentar uma criança com fome, acomodar as mães que amamentam, em vez de expulsá-las, pode impulsionar as vendas, bem como conquistar a fidelidade do consumidor. “Enquanto muitos vão argumentar que o aleitamento materno em público é bom para a mãe e a criança, particularmente, considero que os mamaços (como forma de protesto) na frente das lojas e das empresas podem não ser assim tão bons para os negócios”, defende Chencinski.


Moises Chencinski -  http://www.drmoises.com.br - Email: fale_comigo@doutormoises.com.br -  https://www.youtube.com/user/DoutorMoises - https://euapoioleitematerno.wordpress.com/


Nunca uma separação teve um final tão feliz






O Semasa coloca na rua neste abril a nova campanha para estimular a coleta seletiva em Santo André. Sob o conceito “Nunca uma separação teve um final tão feliz”, serão desenvolvidas ações porta a porta e na mídia local para sensibilizar munícipes para a importância da separação do lixo seco (reciclável) do úmido (orgânico). Numa segunda fase, atingirá condomínios e escolas. Com a campanha, esperamos alcançar novamente o índice de 20% de resíduos destinados à reciclagem, marca que outrora foi realidade em Santo André.
O município deve se orgulhar de ser pioneiro na coleta seletiva porta a porta no Brasil. O programa existe desde 1996 e, em 2000, passou a recolher resíduos secos porta a porta em todas as ruas da cidade. Ainda na década passada, chegamos a reciclar 20% do material recolhido nas residências. Ao longo dos anos, porém, o programa foi perdendo a adesão da população e, atualmente, os índices da coleta seletiva estão em 8%. Das 650 toneladas diárias recolhidas na cidade, apenas 33 toneladas seguem para a triagem de recicláveis feita por duas cooperativas de ex-catadores.
A consequência do descaso com que a coleta seletiva foi tratada na última gestão está expressa nos resultados da gravimetria (estudo que faz a segregação dos resíduos por tipo e regiões da cidade) realizada pelo Semasa em 2013: do volume total do resíduo úmido (orgânico) recolhido pelo Semasa na cidade, apenas 50,81% eram orgânicos.
Ou seja, ainda tem muita gente que coloca o resíduo seco junto com o úmido! Materiais passíveis de serem reciclados e com valor econômico atrativo para as indústrias de reciclagem estão sendo enterrados no aterro sanitário – o que acelera o esgotamento de um espaço que deveria apenas receber resíduos úmidos ou orgânicos.
Não podemos mais conceber que plástico, vidro e metal, entre outros materiais, deixem de ter destinação ambiental e socialmente adequada. Em Santo André, a coleta seletiva colabora sobremaneira para o aumento da renda dos mais de 60 cooperados e suas famílias, que vivem da venda destes materiais para as indústrias recicladoras.
A campanha tem este foco: virar este jogo, retomando e qualificando a coleta seletiva de Santo André. Aí podem perguntar: por que uma campanha de sensibilização depois de três anos do início do governo?  Porque tínhamos de ser criteriosos, reestruturando antes o processo de coleta e triagem dos materiais recicláveis na cidade.
A primeira ação foi a ampliação do aterro sanitário municipal, reaberto em 2014 para receber 100% dos resíduos gerados na cidade. A segunda foi a conclusão, há dois meses, da Central de Triagem de Resíduos Reciclados – Unidade Cidade São Jorge, um espaço adequado que permite o trabalho de separação com muito mais qualidade e segurança para os cooperados. Em dois meses, a central conseguiu ampliar em 50% o aproveitamento do material que chega às esteiras para ser triado.
Santo André tem mais de 700 mil habitantes. Cada um produz, em média, quase 1 kg de resíduos por dia. Se cada morador separar embalagens, plásticos, vidros e metais e destinar à reciclagem, todos serão beneficiados.
A campanha pela coleta seletiva começa agora, mas não tem prazo para terminar. Somos todos responsáveis pelo o que consumimos e pelos resíduos que geramos todos os dias. Por isso, esta é uma campanha que acontece em cada casa e ambiente de trabalho. Nela, você é o protagonista e o principal colaborador para a construção de uma cidade melhor.

Sebastião Ney Vaz Junior - superintendente do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André)

Admiração inconteste à Mozart Hamilton Bueno

Excelentíssimo Senhor
Fernando Pimentel
DD. Governador do Estado de Minas Gerais
“Minas Gerais não aceita a paz morna da submissão”
(Governador Itamar Franco)


Senhor Governador.
No ano de l982 fui agraciado pelo Governo do meu estado com a Medalha da Inconfidência.
Era então, Diretor do Colégio Tiradentes da Policia Militar sediado em Barbacena e Comandante Geral da mesma Corporação o Coronel PM Jair Cançado Coutinho sendo Governador do Estado o Dr. Francelino Pereira dos Santos.
Por indicação daquele Comandante fui agraciado pelo Governador com esta comenda pelos “relevantes serviços prestados” à gloriosa Polícia Militar e ao seu sistema de ensino.
Não sei se tão relevantes foram esses serviços, mas afirmo que durante os sete anos em que dirigi o referido Colégio entreguei-me de corpo de alma à missão e o fiz despontar, coadjuvado por excelente equipe de Especialistas, Professores e Corpo Administrativo, como Padrão em Minas Gerais, segundo avaliação da Secretaria de Educação, e, sem qualquer dúvida, o melhor de Barbacena.
Cheguei à direção daquele Colégio através de uma caminhada pelas fileiras da Corporação, na qual me alistei, em 1.954, com treze anos de idade, como aluno da Escola de Formação Musical do 9º Batalhão, escola essa criada pelo Governador Juscelino Kubitscheck. Nessa caminhada e graças à PMMG logrei alcançar dois cursos superiores, conquistar o primeiro lugar no Estado no Concurso Público para a Cadeira de História, patrocinado pela Corporação e, em seguida, ser nomeado Diretor do referido estabelecimento.
Com dedicação e apoio do saudoso Coronel Walter Rachid Bittar, Chefe do Estado Maior da PMMG e do não menos saudoso Dr. Chrispim Jacques Bias Fortes Secretário de Obras do Estado, edificamos o novo prédio do Educandário, remodelamos a sua administração e implantamos o Serviço de Supervisão Pedagógica.
Foram vinte e oito (28) anos vividos no seio da Corporação, da qual me desliguei para encetar carreira na Magistratura do Estado de Rondônia.
Reconheço, sinceramente, que a comenda a mim conferida, ultrapassa, e muito, os meus méritos, se é que os tenho, mas a recebi com orgulho e a consciência tranquila de quem tudo fez em prol da educação mineira e em especial da juventude barbacenense.
Hoje, assisto no noticiário haver Vossa Excelência conferido igual comenda a um tal Stédile, de quem ouço falar como invasor de propriedades alheias, de incentivador da desobediência civil, da liderança de insurrectos e como comandante de um exército ilegal e nocivo à segurança nacional.
Respeito a escolha de Vossa Excelência por essa atitude, mas me recuso ao nivelamento a que estão submetidos os nomes de grandes brasileiros que também foram distinguidos pelos governadores que lhe antecederam.
No Brasil atual em que a corrupção endêmica é a tônica do noticiário, em que a mediocridade se sobrepõe à criatividade; a esperteza à honestidade, a incompetência à capacidade e o corporativismo partidário aos interesses maiores na nação, sinto quão imerecida se apresenta essa condecoração, eis que grandes nomes do cenário nacional, em todas as áreas da atividade, são ignorados neste momento pelos governantes de plantão.
Prefiro tê-la merecido sem ostentá-la que dividi-la com quem nada fez em prol do Brasil, da ordem pública e muito menos por Minas Gerais onde é ilustre desconhecido.
Nesta oportunidade peço desculpas ao ilustre Coronel PM Jair Cançado Coutinho e ao Governador Francelino Pereira dos Santos por esta atitude, afirmando, contudo que maior que a comenda que me concederam é a gratidão que por eles guardo no recôndito do meu coração.
Não me julgo superior a esse senhor Stédile, mas a minha modesta biografia, a minha devoção ao meu Estado natal, -berço e sacrário da nossa liberdade- recomendam-me não aceitar esse nivelamento, razão pela qual e por imperativo da minha formação cívica, renuncio ao galardão, com pesar, é verdade, mas convicto de que faço o que dita minha consciência.
A medalha, a passadeira e o respectivo Diploma seguem endereçadas ao Cerimonial do seu governo, via SEDEX com aviso de recebimento.


Atenciosamente.
Brasília, 21 de abril de 2015
MOZART HAMILTON BUENO

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