Assim
como na anorexia, o paciente passa a ter uma visão distorcida do próprio corpo
Que toda mulher
deseja perder 2 quilos, independente de ser magra ou não, isso é fato. Em
muitos casos, no entanto, essa obsessão pela magreza ganha aspectos
assustadores, como na anorexia nervosa, quando a pessoa está extremamente
magra, mas ainda se enxerga gorda. Mas já pensou existir o extremo oposto? Uma
pessoa obesa se ver magra e não se dar conta dos quilinhos a mais que carrega?
Essa disfunção existe e chama-se fatorexia (do termo fat=gordo, em inglês) ou
popularmente conhecida no Brasil como gordorexia.
Embora ainda não seja reconhecida como uma
doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a gordorexia é um distúrbio de
imagem onde a pessoa obesa não tem consciência do excesso de peso, ou seja, não
se percebe gorda, mesmo ao se olhar no espelho. Uma curiosidade é que as
pessoas que sofrem deste transtorno evitam espelhos de corpo inteiro, ao
contrário das anoréxicas, que os buscam obsessivamente.
Para o endocrinologista e
nutrólogo Joffre Nogueira Filho, assim como a anorexia, bulimia e demais
transtornos dismórficos, a gordorexia começa como uma patologia
psiquiátrico-psicológica e não deve ser confundida com excesso de autoestima.
“Uma pessoa feliz com a sua aparência se percebe gorda, mas não se incomoda. Já
a gordoréxica apresenta uma falha na auto percepção, isto é, se olha no espelho
e se enxerga magra”, explica o especialista.
O fato de se ver magro afeta
diretamente o comportamento das pessoas à mesa, que continuam a consumir tudo o
que querem e em grandes quantidades, sem nenhum tipo de remorso ou cuidado com
a saúde. “E as alterações metabólicas induzidas pelo aumento do peso só vai
piorando o quadro de obesidade, uma vez que afeta diretamente na diminuição da
vitamina D no organismo e o aumento da insulina e do cortisol”, diz dr. Joffre.
Outro problema que envolve o
gordoréxico é que por não ter consciência do seu peso ou da real imagem do seu corpo,
ele também não vê necessidade de procurar um tratamento para obesidade. Ainda
segundo o endocrinologista, dependendo do grau do distúrbio, às vezes o
paciente pode até procurar ajuda, mas acaba desistindo com perdas de peso muito
aquém da necessária.
A gordorexia é mais comum em
mulheres e o tratamento consiste em acompanhamento médico envolvendo aspectos
psíquicos, metabólicos e nutricionais. “Frequentemente o tratamento também engloba
medicamentos antiobesidade e remédios para tratar a ansiedade, depressão e
compulsão. Já a parte psicológica tem o papel de resgatar o indivíduo, fazer
com que ele perceba o processo ou o momento que está vivendo e voltar para si a
fim de alterar aquilo que está lhe causando sofrimento”, finaliza dr. Joffre
Nogueira Filho.
Dr. Joffre
Nogueira Filho (CRM 15867 -
clinico geral, é mestre em Ciências da Saúde e especialista em endocrinologia,
metabologia e nutrologia e procedimentos em estética médica. Pós-graduado em
Distúrbios Metabólicos, Risco Cardiovascular e Diabetes, responde também como
membro efetivo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia. Co autor do livro
“Dislipidemia da Teoria a Prática”, há 40 anos está a frente da clínica que
leva o seu nome, em São Paulo. Para saber mais, visite: http://www.drjoffre.com.br/