Uma análise crítica sobre como dietas da moda promovidas nas redes sociais podem comprometer a nutrição adequada e o bem-estar psicológico
Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 2,6% da população
mundial sofre de Transtorno Compulsivo Alimentar (TCA), mas o Brasil ganha
destaque com uma taxa significativamente mais alta, chegando a 4,7%, quase o
dobro da média mundial. A ascensão das redes sociais tem apresentado um impacto
significativo na saúde das pessoas, particularmente no que diz respeito às
dietas da moda. Estas tendências, muito divulgadas, prometem perda de peso
rápida e fácil, mas normalmente não têm embasamento científico.
Dietas como as cetogênicas, low carb, da sopa e jejum
intermitente são exemplos que ganharam popularidade pela promessa de resultados
rápidos, tendo como ideal baixos teores de carboidratos e calorias. Porém,
seguir estas dietas sem a orientação de profissionais pode acarretar riscos à
saúde.
Para Caroline Medeiros, nutricionista e responsável técnica da
policlínica universitária do UNASP (Centro Universitário Adventista de São
Paulo), uma dieta precisa ser individualizada e personalizada, levando em
consideração os aspectos socioeconômicos, culturais, pessoais e físicos de cada
um. “Quando se faz uso de uma dieta generalizada, sem levar em consideração
estes pontos pode acabar tendo consequências em diversos pontos da vida”,
afirma a nutricionista.
A preocupação é que muitas destas dietas promovem restrições
alimentares que podem levar a deficiências nutricionais, alterações no
metabolismo e até mesmo ao desenvolvimento de transtornos alimentares. A
carência de ferro, zinco, vitaminas D, B12 e A, são algumas das mais comuns a longo
prazo.
“Ao seguir uma dieta geral ou padronizada sem levar em
consideração as necessidades individuais, características físicas, condições de
saúde, estilo de vida e restrições orçamentárias, o indivíduo pode enfrentar
várias consequências adversas. Essas dietas, muitas vezes promovidas como
soluções rápidas ou universais para a perda de peso ou melhoria da saúde,
ignoram a complexidade e a singularidade do organismo de cada pessoa.”, destaca
a especialista.
Profissionais recomendam uma abordagem mais leve para a perda de
peso e manutenção da saúde, que inclua não apenas orientação nutricional, mas
também apoio psicológico quando necessário. O objetivo é promover hábitos
alimentares saudáveis que possam ser mantidos a longo prazo, sem sacrificar a
saúde mental ou física. Além dos aspectos nutricionais, as consequências
psicológicas de seguir dietas da moda através das redes sociais também são
preocupantes.
A constante exposição a imagens de corpos idealizados e as
promessas de transformação rápida podem afetar negativamente a autoimagem,
levando a uma relação prejudicial com a comida e, em alguns casos, ao
desenvolvimento de distúrbios psicológicos como a ansiedade e a depressão. “Em
geral o metabolismo e regulação hormonal ficam debilitados, fazendo com que
haja uma maior dificuldade para perder peso novamente”, finaliza Caroline
Medeiros.
Centro Universitário Adventista de São Paulo - UNASP
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