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quinta-feira, 4 de abril de 2024

Veja os riscos de seguir dietas de redes sociais para saúde

Uma análise crítica sobre como dietas da moda promovidas nas redes sociais podem comprometer a nutrição adequada e o bem-estar psicológico

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 2,6% da população mundial sofre de Transtorno Compulsivo Alimentar (TCA), mas o Brasil ganha destaque com uma taxa significativamente mais alta, chegando a 4,7%, quase o dobro da média mundial. A ascensão das redes sociais tem apresentado um impacto significativo na saúde das pessoas, particularmente no que diz respeito às dietas da moda. Estas tendências, muito divulgadas, prometem perda de peso rápida e fácil, mas normalmente não têm embasamento científico. 

Dietas como as cetogênicas, low carb, da sopa e jejum intermitente são exemplos que ganharam popularidade pela promessa de resultados rápidos, tendo como ideal baixos teores de carboidratos e calorias. Porém, seguir estas dietas sem a orientação de profissionais pode acarretar riscos à saúde​​. 

Para Caroline Medeiros, nutricionista e responsável técnica da policlínica universitária do UNASP (Centro Universitário Adventista de São Paulo), uma dieta precisa ser individualizada e personalizada, levando em consideração os aspectos socioeconômicos, culturais, pessoais e físicos de cada um. “Quando se faz uso de uma dieta generalizada, sem levar em consideração estes pontos pode acabar tendo consequências em diversos pontos da vida”, afirma a nutricionista. 

A preocupação é que muitas destas dietas promovem restrições alimentares que podem levar a deficiências nutricionais, alterações no metabolismo e até mesmo ao desenvolvimento de transtornos alimentares. A carência de ferro, zinco, vitaminas D, B12 e A, são algumas das mais comuns a longo prazo. 

“Ao seguir uma dieta geral ou padronizada sem levar em consideração as necessidades individuais, características físicas, condições de saúde, estilo de vida e restrições orçamentárias, o indivíduo pode enfrentar várias consequências adversas. Essas dietas, muitas vezes promovidas como soluções rápidas ou universais para a perda de peso ou melhoria da saúde, ignoram a complexidade e a singularidade do organismo de cada pessoa.”, destaca a especialista.
 

Profissionais recomendam uma abordagem mais leve para a perda de peso e manutenção da saúde, que inclua não apenas orientação nutricional, mas também apoio psicológico quando necessário. O objetivo é promover hábitos alimentares saudáveis que possam ser mantidos a longo prazo, sem sacrificar a saúde mental ou física. Além dos aspectos nutricionais, as consequências psicológicas de seguir dietas da moda através das redes sociais também são preocupantes. 

A constante exposição a imagens de corpos idealizados e as promessas de transformação rápida podem afetar negativamente a autoimagem, levando a uma relação prejudicial com a comida e, em alguns casos, ao desenvolvimento de distúrbios psicológicos como a ansiedade e a depressão. “Em geral o metabolismo e regulação hormonal ficam debilitados, fazendo com que haja uma maior dificuldade para perder peso novamente”, finaliza Caroline Medeiros.
 

Centro Universitário Adventista de São Paulo - UNASP


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