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sexta-feira, 12 de abril de 2024

O Relógio do Destino: Desafios Globais e o Papel da Humanidade

Constantemente ecoam notícias que estamos próximos do “fim do mundo” ou mais precisamente do fim da humanidade. As notícias costumam vir baseadas em diversas fontes: temos o “relógio do fim do mundo” que está a apenas 90 segundos da hora fatal, profecias de todos os cantos, videntes anunciando o apocalipse, e análises mais, digamos, científicas prevendo a destruição total, caso a humanidade não mude alguns de seus hábitos atuais.   Causas aparentemente lógicas para isso não faltam, vejamos:

 -  Os eventos naturais extremos devido a mudança climática é uma realidade no planeta como um todo, chuvas torrenciais, secas sem precedentes, derretimento de geleiras, desaparecimento de lagos e rios, ameaças de inundação total em países insulares. 

- Uma corrida armamentista em praticamente todos as maiores economias do mundo mais desenvolvido devido as guerras que estamos assistindo na Europa, Oriente Médio, a constante instabilidade política de muitos países africanos, e os focos de tensão gerados em países como Coreia do Norte; China / Taiwan, Venezuela / Guiana. A ameaça de um conflito armado degenerar para um conflito nuclear cujas consequências seriam devastadoras não parece ser uma ficção. 

- Por último, mas não menos importante, está o que chamamos de uma crise imigratória. Seja por motivos econômicos, políticos, religiosos, étnicos ou qualquer outro, sem dúvida é um foco constante de tensões que muitas vezes degeneram em conflitos sangrentos. 

Mas será que o caminho da humanidade será o da extinção? Devemos recordar que em seus bilhões de anos de existência o planeta Terra já passou por 5 eras de extinção total, o que significa que pelo menos 85% de toda a vida na Terra foi extinta. Nestas 5 eras de extinção o homo sapiens ainda não havia surgido. E nenhum ser até então tinha a capacidade cognitiva que tem o ser humano. Ou seja, dentro de nossa limitação, pois ainda não conseguimos controlar a natureza, podemos pelo menos atenuar os seus efeitos nocivos ao planeta e a nossa existência. A pergunta é queremos realmente trabalhar, para atrasar o relógio do fim do mundo? 

Infelizmente parece que não, ou estou sendo muito pessimista. Por exemplo, praticamos realmente um consumo responsável? Reduzimos a utilização dos componentes fósseis, comprovadamente prejudiciais ao clima do planeta? Ajudamos a reduzir os resíduos, orgânicos e inorgânicos, em meu consumo diário? Quais são as reais manifestações pacifistas no mundo atual? Contribuímos com uma cultura de paz, ou disseminamos o ódio? Os organismos multinacionais, por exemplo ONU, têm a capacidade ou a autoridade de impedir uma guerra? 

Mas, sendo otimista, mesmo que pareça utópico, creio que a solução está na humanidade, pois o ser humano é a única espécie viva no planeta que tem a capacidade de raciocinar e agir para, pelo menos, tentar evitar o caos. A pergunta novamente é: a humanidade quer se unir de fato, e salvar o planeta ou continuar a expor nossas conhecidas características, tais como:  arrogância, soberba, prepotência, egocentrismo e continuar indiferente, pensando apenas em si e não na coletividade? 

Não me atrevo a prever o futuro, apenas penso que temos o poder de torná-lo melhor do que se apresenta hoje, depende apenas de nós, do nosso comportamento e de nossas atitudes perante a sociedade e seus problemas.

 

Celso Luiz Tracco - economista, teólogo e escritor. Autor dos livros “O Jogo Não Acabou”, “Vencendo Relacionamentos” e “As Margens do Rio Ipiranga”. Graduado em economia pela Universidade de São Paulo (1974), foi executivo de marketing, vendas e publicidade em várias empresas nacionais e multinacionais. Também é graduado em Teologia pela Faculdade de Teologia N. S. da Assunção - PUC SP – 2011 e mestre em Teologia Sistemática – área de pesquisa: História da Igreja, 2014. É professor voluntário em cursos de teologia pastoral, professor voluntário COGEAE - PUC SP, professor em cursos de extensão, e professor da graduação em teologia, da UNISAL.


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