Exercício físico é um dos principais tratamentos não medicamentosos para doenças reumáticas

 

Reumatologista alerta sobre a necessidade de “prescrever” atividade física para pacientes

 

As doenças reumáticas causam, em sua maioria, sintomas como dor crônica, rigidez articular, fadiga e até deformidades permanentes nas juntas. Muitos pacientes apresentam uma redução ou abandonam as atividades físicas, quando deveria ser exatamente o contrário. Dados da Organização Mundial da Saúde de 2022 mostram que 40% dos homens e 53% das mulheres acima de 18 anos são fisicamente inativos no Brasil – sedentários mesmo. 

Embora a ideia de se exercitar pareça desafiadora em quadros reumatológicos, a prática regular de atividade física pode trazer uma série de benefícios importantes. Segundo o reumatologista e membro da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR), Dr. Fábio Jennings, os exercícios, quando adaptados às necessidades individuais de cada paciente, podem ajudar muito a melhorar a flexibilidade, fortalecer os músculos ao redor das articulações afetadas, reduzir a dor e a rigidez e até diminuir inflamações.

“O condicionamento físico de um paciente reumático é inferior ao da população geral. Uma vez que são descondicionados pela doença, eles precisam praticar exercícios. A atividade física faz parte do tratamento como a principal intervenção não medicamentosa das doenças reumáticas. Deve ser prescrita e orientada da mesma forma que um tratamento medicamentoso, ou seja, obedecer a dose do exercício, a frequência com que deve ser feito, o tipo e a modalidade”, explica Jennings. 

A escolha dos exercícios adequados para pessoas com doenças reumáticas deve levar em consideração a gravidade da condição, a presença de outras comorbidades e as preferências pessoais do paciente. Não há nenhuma contraindicação, porém as atividades de baixo impacto, como natação, hidroginástica, caminhadas, ciclismo e yoga, são geralmente bem toleradas e quase sempre resultam em benefícios significativos sem sobrecarregar as articulações. 

A prática regular de exercícios aeróbicos ajuda a fortalecer o sistema cardiovascular e a melhorar a resistência física, enquanto atividades de fortalecimento muscular, como o treinamento com pesos leves ou bandas de resistência, podem ajudar a estabilizar as articulações e prevenir lesões. Além disso, exercícios de alongamento e flexibilidade podem aumentar a amplitude de movimento das articulações e reduzir a rigidez muscular. 

“As recomendações são iguais às da população em geral, porém movimentos como corrida, saltos, maratonas, exercícios de alto impacto e esportes de contato podem aumentar a dor, a inflamação e o risco de danos articulares, prejudicando a saúde a longo prazo. Por isso, é necessária uma avaliação médica antes de iniciar qualquer atividade”, completa o reumatologista.