Procedimento é realizado após o transplante para garantir o funcionamento adequado do rim
Após ter realizado um transplante renal no fim de
fevereiro, o apresentador Fausto Silva, o Faustão, foi submetido a um
procedimento de embolização, utilizado, nesse caso, para obstruir o fluxo de
linfa (líquido que circula no sistema linfático e apresenta uma composição que
se assemelha ao plasma sanguíneo). Trata-se da cateterização de um vaso,
normalmente uma artéria ou uma veia, mas que também pode ser de vasos
linfáticos.
“Em alguns casos, pode ocorrer acúmulo de linfa
próximo ao enxerto renal, atrapalhando a cicatrização e às vezes até o
funcionamento do rim. Esse excesso de líquidos precisa ser removido e algum
procedimento precisa ser realizado para que não haja recorrência. Acredito que
a embolização dos linfáticos tenha sido a escolhida para o caso dele”, avalia o
nefrologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Eduardo Tibali.
Segundo o especialista, esse é um procedimento que
não deve ser realizado em qualquer pessoa. “Isso depende de um diagnóstico
bastante preciso do que vai ser tratado, como no caso de um paciente ter uma
má-formação artéria-venosa num órgão específico. Nesse caso, um dos tratamentos
pode ser a embolização daquele vaso sanguíneo malformado”, detalha ele.
Trata-se, de acordo com o nefrologista, de um
procedimento de alta complexidade, uma vez que exige um especialista treinado e
um material próprio para a sua realização. “O procedimento pode deixar
sequelas, mas depende muito do que está sendo embolizado. No caso da
embolização de uma fístula adquirida em um transplante de rim em decorrência de
uma biópsia, pode haver uma área de infarto renal ou até mesmo algum tipo de
sangramento, então é um procedimento delicado”, afirma.
Segundo o médico, não há um tempo definido para que
uma pessoa fique em embolização. “Uma vez que eu selecionei a estrutura a ser
tratada, ela é embolizada e ela é, eliminada, isso é definitivo. Uma
embolização não pode ser desfeita, por isso é um procedimento que precisa ser
muito bem indicado, avaliado e depois feito”, ressalta.
Tibali lembra ainda que é comum que os pacientes
que tenham feito um transplante com doador falecido levem um tempo um pouco
mais prolongado para que o órgão funcione. “Isso tem vários fatores que estão
relacionados. O tempo que o órgão demorou para chegar no paciente e a própria
condição do paciente também determinam a demora no funcionamento”, diz.
O transplante de rim
O nefrologista destaca que o transplante de rim é
uma cirurgia complexa, em que o paciente precisa ser submetido a anestesia
geral e ser intubado para ter suporte respiratório adequado, além de também
precisar haver monitoramento constante dos sinais vitais.
“O novo rim é implantado no sítio previamente
escolhido (geralmente nas fossas ilíacas), havendo a ligação da veia, da
artéria e do ureter; este último pode ser ligado diretamente na bexiga ou no
ureter do receptor. Essas conexões são sempre vigiadas para observar ocorrência
de vazamentos”, afirma.
Após o fim da cirurgia, o paciente segue para o
setor de cuidados pós-operatórios (UTI ou unidade especializada) e deve receber
medicamentos imunossupressores.
Site: www.hpev.com.br
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