Cirurgião plástico discute as possibilidades e os riscos em meio a uma
busca por uma beleza mais harmônica e sem exageros FreePik
A busca por procedimentos estéticos está em alta entre homens e
mulheres, com o Brasil ocupando o segundo lugar no ranking de países que mais
realizam intervenções, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica
(ISAPS). Paralelamente a essa crescente, é natural que surjam dúvidas e
preocupações sobre os resultados alcançados. Afinal, e se o resultado não
atender às expectativas? Será possível suavizá-lo ou até mesmo revertê-lo?
Com os avanços constantes na área, existem hoje opções de reversão
para muitos procedimentos estéticos e cirurgias plásticas. Figuras conhecidas
como Kylie Jenner e os influenciadores Gkay, Flavia Pavanelli e Eliezer compartilharam
nas redes sociais sobre a retirada de preenchimentos por uma aparência mais
natural.
Para o cirurgião plástico Fabio Nahas, professor da Unifesp e
Diretor Científico Internacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
(SBCP), ainda que seja possível realizar a reversão em alguns casos, o ideal é
que o paciente e o profissional estejam alinhados sobre os resultados que
poderão ser alcançados. “Todo procedimento deve ser pensado individualmente
para cada paciente. A reversão total pode não ser possível em todos os casos,
por isso o paciente deve sempre buscar um profissional ético que deixe claro o
que ficará harmônico com sua aparência e o que pode parecer exagerado”,
destaca.
Entre os procedimentos, o mais simples de ser revertido é o preenchimento
facial feito com ácido hialurônico, que atualmente é o mais utilizado para a
realização da harmonização facial. O ácido é absorvido pelo organismo após,
aproximadamente, de um a três anos. Entretanto, quando o paciente deseja
reverter ou suavizar o resultado, é possível fazê-lo com a aplicação de uma
enzima chamada hialuronidase, capaz de dissolver o ácido hialurônico.
No caso da toxina botulínica, conhecida popularmente como “botox”,
não existe uma substância que possa dissolvê-la, mas há como melhorar os
resultados. “Caso o paciente não esteja satisfeito ou se a toxina não for
aplicada corretamente, é possível aplicar mais toxina em regiões estratégicas
do rosto, criando uma aparência mais harmônica. No entanto, caso a queixa
esteja relacionada a um resultado de expressão ‘congelada’, é necessário
aguardar que o produto seja dissolvido pelo próprio organismo, o que pode levar
até 6 meses”, esclarece o cirurgião plástico.
A retirada de próteses de silicone também pode ser uma preocupação
para quem deseja realizar este tipo de cirurgia. É possível fazer o explante
total das próteses e a troca por menores, caso esse seja o desejo da paciente.
No entanto, assim como a colocação do silicone, a retirada também envolve
riscos e cuidados específicos de uma cirurgia, como o uso de anestesia geral e
tempo de repouso pós-operatório.
Além da reversão de procedimentos, cirurgias plásticas mais
invasivas também podem ser corrigidas com uma segunda intervenção, como é o
caso da rinoplastia e da lipoaspiração. O cirurgião plástico ressalta que o
ideal é entregar um resultado satisfatório na primeira cirurgia.
“Por isso é importante que o paciente busque um cirurgião
qualificado, com especialização na área. Na internet, é possível conferir se o
profissional faz parte da SBCP, além de informações sobre a carreira acadêmica
e científica. Essa busca é essencial para que o paciente tenha certeza de que
está seguro e que vai alcançar os resultados esperados.”
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