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domingo, 7 de abril de 2024

É possível reverter um procedimento estético?

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Cirurgião plástico discute as possibilidades e os riscos em meio a uma busca por uma beleza mais harmônica e sem exageros


A busca por procedimentos estéticos está em alta entre homens e mulheres, com o Brasil ocupando o segundo lugar no ranking de países que mais realizam intervenções, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS). Paralelamente a essa crescente, é natural que surjam dúvidas e preocupações sobre os resultados alcançados. Afinal, e se o resultado não atender às expectativas? Será possível suavizá-lo ou até mesmo revertê-lo? 

Com os avanços constantes na área, existem hoje opções de reversão para muitos procedimentos estéticos e cirurgias plásticas. Figuras conhecidas como Kylie Jenner e os influenciadores Gkay, Flavia Pavanelli e Eliezer compartilharam nas redes sociais sobre a retirada de preenchimentos por uma aparência mais natural.

Para o cirurgião plástico Fabio Nahas, professor da Unifesp e Diretor Científico Internacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), ainda que seja possível realizar a reversão em alguns casos, o ideal é que o paciente e o profissional estejam alinhados sobre os resultados que poderão ser alcançados. “Todo procedimento deve ser pensado individualmente para cada paciente. A reversão total pode não ser possível em todos os casos, por isso o paciente deve sempre buscar um profissional ético que deixe claro o que ficará harmônico com sua aparência e o que pode parecer exagerado”, destaca.

Entre os procedimentos, o mais simples de ser revertido é o preenchimento facial feito com ácido hialurônico, que atualmente é o mais utilizado para a realização da harmonização facial. O ácido é absorvido pelo organismo após, aproximadamente, de um a três anos. Entretanto, quando o paciente deseja reverter ou suavizar o resultado, é possível fazê-lo com a aplicação de uma enzima chamada hialuronidase, capaz de dissolver o ácido hialurônico.  

No caso da toxina botulínica, conhecida popularmente como “botox”, não existe uma substância que possa dissolvê-la, mas há como melhorar os resultados. “Caso o paciente não esteja satisfeito ou se a toxina não for aplicada corretamente, é possível aplicar mais toxina em regiões estratégicas do rosto, criando uma aparência mais harmônica. No entanto, caso a queixa esteja relacionada a um resultado de expressão ‘congelada’, é necessário aguardar que o produto seja dissolvido pelo próprio organismo, o que pode levar até 6 meses”, esclarece o cirurgião plástico.  

A retirada de próteses de silicone também pode ser uma preocupação para quem deseja realizar este tipo de cirurgia. É possível fazer o explante total das próteses e a troca por menores, caso esse seja o desejo da paciente. No entanto, assim como a colocação do silicone, a retirada também envolve riscos e cuidados específicos de uma cirurgia, como o uso de anestesia geral e tempo de repouso pós-operatório. 

Além da reversão de procedimentos, cirurgias plásticas mais invasivas também podem ser corrigidas com uma segunda intervenção, como é o caso da rinoplastia e da lipoaspiração. O cirurgião plástico ressalta que o ideal é entregar um resultado satisfatório na primeira cirurgia. 

“Por isso é importante que o paciente busque um cirurgião qualificado, com especialização na área. Na internet, é possível conferir se o profissional faz parte da SBCP, além de informações sobre a carreira acadêmica e científica. Essa busca é essencial para que o paciente tenha certeza de que está seguro e que vai alcançar os resultados esperados.”

 

Fabio Nahas - um dos cirurgiões plásticos mais renomados do país. Diretor Científico Internacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, foi vice-presidente da ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Estética) e é especializado em Cirurgia Plástica e Reconstrutora. Formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com especialização em cirurgia geral e em cirurgia plástica pela USP. Realizou "fellowship" em cirurgia plástica na Universidade do Alabama, em Birmingham, nos Estados Unidos, tem Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e é Livre-Docente pela Unifesp / Escola Paulista de Medicina. Atualmente, se divide entre a clínica particular, na região da Avenida Brasil, em São Paulo, e a vida acadêmica. É Professor Orientador de Teses de Mestrado e Doutorado e Professor da Escola Paulista de Medicina (Unifesp). É também Editor Associado do Aesthetic Plastic Surgery Journal, órgão oficial de publicações científicas da International Society of Plastic Surgery (ISAPS).

 

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