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quarta-feira, 3 de abril de 2024

10 destaques do Consenso Brasileiro de Diagnóstico e Tratamento da Insônia em Adultos

 

Os fatores de risco, o que funciona e o que não funciona para quem sofre na hora de dormir estão nas diretrizes da Associação Brasileira do Sono


A Associação Brasileira do Sono (ABS) e a Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) coordenaram a atualização das diretrizes clínicas sobre a insônia em adultos. O "Consenso Brasileiro de Diagnóstico e Tratamento da Insônia em Adultos", um documento com mais de 150 páginas, é um direcionamento clínico formulado por especialistas em estudo do sono para orientar os profissionais com base nas melhores evidências científicas disponíveis.

O cardiologista Luciano Drager, presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS) , é um dos autores do consenso e está à dispoição para falar sobre as diretrizes.


10 destaques do consenso de Insônia: 

1) A insônia é mais prevalente no sexo feminino, em indivíduos na meia-idade e idosos, em trabalhadores em turno, em pacientes com doenças clínicas e psiquiátricas, em pessoas de baixa renda e em indivíduos que moram sozinhos (solteiros, separados ou viúvos).

2) São fatores de risco para a insônia o sexo feminino, principalmente após a menopausa, idade avançada (idosos), histórico familiar de insônia, história prévia pessoal de insônia e características de personalidade ansiosa.

3) Mudanças de hábitos, de comportamento, de crenças e até de perspectivas em relação ao quarto e à cama do paciente podem resolver o problema sem a necessidade de medicamentos.

4) Caso se considere o uso de medicamentos, os agonistas de receptores benzodiazepínicos, como o famoso Zolpidem, e os antagonistas de receptores de orexina (suvorexanto, lemborexanto e daridorexanto) e alguns antidepressivos sedativos são as drogas mais indicadas após avaliação particularizada.

5) O tratado também sublinha que "soluções" de uso popular, como melatonina, chá de camomila, acupuntura e aromaterapia não são indicados para a insônia ou ainda carecem de confirmação científica.

6) O canabidiol (CBD), que vem ganhando fama por, supostamente, reduzir a dificuldade de dormir, também tem seu efeito questionado. Alguns estudos prévios mostram que a substância melhora a qualidade do sono, mas os pesquisadores recomendam cautela.

7) Fitoterápicos como Valeriana, Camomila e Passiflora não têm diretrizes científicas que orientem o planejamento terapêutico ou comprovação de seus efeitos sobre o sono.

8) Anti-histamínicos (antialérgicos) não devem ser utilizados no tratamento da insônia por causarem efeitos no Sistema Nervoso Central e comprometimento no desempenho de crianças e adultos no trabalho, estudo, direção e uso de máquinas - além de outras condições descritas no consenso.

9) O consenso mostrou que, na prática clínica, há pouca ênfase às medidas não-farmacológicas ofertadas aos pacientes com insônia (como terapias comportamentais, meditação e prática de ativida de física, por exemplo) e reforça o papel de destaque da terapia cognitivo-comportamental no tratamento.

10) O fato de o profissional de saúde e o paciente acabarem depositando boa parte do sucesso no tratamento farmacológico, muitas vezes sem um plano definido do tempo de uso e tentativas de retirada, pode contribuir para o abuso no uso das substâncias e dependência delas.

O “Consenso de Diagnóstico e Tratamento da Insônia em Adultos 2023” que apresentou diretrizes importantes para especialistas em saúde de todo o Brasil está disponível para consulta no portal da Associação Brasileira do Sono – ABS.  



Associação Brasileira do Sono
https://www.instagram.com/absono/


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