No tempo atual, as empresas de forma contínua estavam administrando mudanças, entretanto, fomos inesperadamente demandados a gerir uma gigantesca crise sanitária e econômica. Agora, as empresas e os consumidores estão sendo desafiados a manejar os riscos que vinham assombrando o mundo e seguem aumentando.
Como os executivos e as empresas irão
enfrentar toda esta situação? Sem coragem, ética e comunicação transparente,
poucas irão sobreviver a longo prazo. Tomar decisões é aceitar correr riscos e
isso pede coragem. A liderança precisa da valentia de avaliar todos os
riscos envolvidos nos seus respectivos negócios e aprender com suas falhas. Nem,
todas as lideranças têm bravura de reconhecer suas falhas e, assim surge a
cultura de “culpar o outro”.
A comunicação, interna e externa,
tornou-se essencial nas empresas. Há empresas que realmente tem o cuidado e
respeito com seus colaboradores e com os seus clientes, ao informar com
transparência os motivos das decisões tomadas. Outras, os novos unicórnios,
tenderam a crescer muito rápido e não se sustentaram financeiramente. Qual o
resultado? O início de uma massa de demissões em empresas que eram consideradas
disruptivas, mas que devido à pressão do lucro, pagamento de dividendos aos
acionistas, preferem demitir colaboradores para gerar um lucro “fake”,
onde a racionalização seria o aumento da produtividade.
A pressão pelo crescimento do
rendimento tem levado ao burnout, doença ocupacional reconhecida no Brasil. E
em outros países, à uma nova tendencia chamada “a grande debandada”, onde
profissionais que não querem mais trabalhar em escritórios buscam mais
equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. No Brasil já vemos alguns
reflexos desta mudança, mas devido a grave crise econômica, poucos podem se dar
ao luxo de ter coragem de largar o emprego.
Muitas empresas ainda querem voltar
ao “velho normal”. Entretanto, depois de 2 anos de pandemia, colaboradores,
consumidores e a sociedade em geral tem questionado os modelos de trabalho e de
negócios das empresas. As exigências e os questionamentos aumentaram
exponencialmente, principalmente na ética empresarial. Não basta mais falar que
a empresa tem um Programa de ESG implementado. Agora, tem que, de fato,
demonstrar quantitativamente e qualitativamente como funcionam tal programa.
Não basta mais preencher relatórios de sustentabilidade, a sociedade quer ver
no dia a dia o impacto deste programa em suas vidas.
A confiança transformou-se em um dos
principais elos entre sociedade, consumidores, empresas e governo, se este elo
de alguma forma for maculado, seja por um escândalo ou crise, as consequências
serão nefastas para todos. Ademais, confiança sem transparência não existe.
Cada vez mais somos bombardeados por “fake news” ou “greenwashing”
pelas empresas e governo. Felizmente, a sociedade e consumidores estão mais
atentos e seletivos em relação a isso.
As mídias sociais têm um papel muito
relevante, para o bem ou para o mal, como instrumento de cobrança da sociedade
para empresas mudarem seus comportamentos, ou melhor, suas respectivas culturas
organizacionais. E isto demanda maior engajamento, mais foco,
e o estabelecimento de critérios claros para tomada de
decisões, sem deixar que se tornem complexos. Portanto, deve haver clareza
quanto ao propósito e a identidade que se busca como empresa.
Sendo assim, fica a pergunta: as
empresas terão coragem de mudar para conseguir gerir seus riscos, minimizar a
crise e garantir uma mudança saudável no ambiente corporativo? Somente o
tempo irá poder responder esta pergunta.
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