Apenas 5,4% das instituições tem pelo menos metade dos alunos aprovados, aponta pesquisa
No Brasil, nove em cada dez instituições que oferecem o curso de Direito aprovam menos de 30% dos seus alunos no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), segundo dados de uma pesquisa do jornal Folha de S. Paulo. De acordo com o levantamento, apenas 5,4% das instituições avaliadas conseguem aprovar menos da metade dos seus alunos na prova.
“O exame da OAB é uma forma de avaliar
se o profissional está apto para advogar após concluir o bacharel em Direito.
Se reprovado, o indivíduo não pode exercer a profissão”, explica o advogado Sergio
Vieira. Na prova são avaliados os
conhecimentos, capacitação e práticas necessárias ao exercício da advocacia,
abordando os princípios constitucionais e legislativos do Brasil.
Segundo dados divulgados pelo Conselho Federal da OAB em 2010, o Brasil tinha 1.240 cursos
para formação de advogado - um dos maiores números do mundo. Enquanto em outras
nações, incluindo China, Estados Unidos e todos países da Europa, somavam
apenas 1.100 cursos em atividade. “Quantidade não é sinônimo de qualidade.
Muitas instituições oferecem cursos de má qualidade e o Brasil carece de
avaliações sobre a performance do ensino ofertado pelas instituições
educacionais”, pontua Sergio
Viera.
A boa notícia é que a prova da OAB pode ser feita mais de uma vez. Entretanto, profissionais da educação e da área jurídica se preocupam com a qualidade de ensino ofertada no país. A procura pelo curso é muito alta por ser uma área de boa remuneração, então algumas instituições de ensino ofertam turmas que com centenas de alunos e poucos docentes, fato que dificulta a proximidade e acesso dos estudantes aos professores.
"A baixa qualidade do ensino
fundamental e médio das escolas forma alunos que ingressam na universidade com
grandes defasagens educacionais e que não estão realmente preparados para o
curso universitário” argumenta Sergio
Vieira. “Ao
mesmo tempo, existe uma grande indústria do ensino superior no país, onde há
instituições que praticamente vendem diplomas, sem se preocupar com o
desempenho e a didática de ensino. Esses fatores somados a professores que
fingem que ensinam e alunos que fingem que aprendem, resultam na reprovação na
OAB” pontua o advogado.
Sergio
Rodrigo Russo Vieira - formado em Direito em 2006 na Universidade Salvador,
assumiu o cargo de Sócio Diretor do escritório Nelson Wilians Advogados em
Manaus, que é atualmente é o maior escritório do país e conta com filiais em
todos os Estados da Federação, empregando cerca de 2.000 colaboradores e com
450.000 processos ativos em sua base. Possui MBA em Gestão e Negócios
ministrado pelo CIESA, é Conselheiro Federal Suplente OAB Seccional AM pelo
triênio 2019/2021 e Presidente da Comissão de Sociedades de Advogados Seccional
AM pelo triênio 2019/2021.
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