Na sua nona edição, campanha aborda a importância
da criação de uma cultura focada na manutenção do bem-estar
O primeiro mês do ano é marcado pela campanha
Janeiro Branco, que tem como objetivo discutir a saúde mental e a importância
da prevenção ao adoecimento emocional. Desde 2014, o Janeiro Branco vem se
consolidando como uma das principais campanhas em prol da construção de uma
cultura da saúde mental na humanidade.
No Brasil, conforme segunda fase da pesquisa
“Impacto da Pandemia da Covid-19 na Saúde Mental da População Brasileira”,
conduzida pelo Ministério da Saúde, foi verificada a elevada proporção de ansiedade
(86,5%); uma moderada presença de transtorno de estresse pós-traumático
(45,5%); e uma proporção de depressão (16%) em sua forma mais grave.
“A pandemia definitivamente deu maior destaque a um
problema que não é recente. Porém, ainda é preciso ampliar o debate para além
do tratamento de doenças. Além disso, precisamos diferenciar depressão de
ansiedade. A depressão é uma doença psiquiátrica crônica, que produz uma
alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada
a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e
culpa. A ansiedade possui também sintomas físicos, como falta de ar, sudorese,
hiper ventilação, boca seca, náuseas, entre outros. Nessas horas, o cuidado de
um profissional faz toda a diferença”, avalia Anderson
Agulhari Bahia, psicólogo ligado à área de Atenção à Saúde na Seguros Unimed.
Quebrando o
tabu da depressão
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) relatam
que o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas
depressivas, equivalentes a 5,8% da população, atrás dos Estados Unidos, com
5,9%. Além disso, ocupamos o primeiro lugar quando a questão é a prevalência de
casos de ansiedade. Ainda de acordo com o órgão, a depressão será a doença mais
comum do mundo em 2030, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de
saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas.
O psicólogo da Seguros Unimed explica que a
campanha tem grande importância já que é fundamental romper preconceitos quando
se pensa em saúde mental, lembrando que as doenças de ordem psíquica não podem
ser consideradas uma responsabilidade ou uma “fraqueza” do indivíduo - como as
doenças de ordem física também não são.
Mas, afinal,
o que é saúde mental e como mantê-la em dia?
De acordo com a OMS, saúde define-se como “um
estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de
doença” e, seguindo a mesma lógica, saúde mental é “o estado de bem-estar no
qual o indivíduo percebe suas próprias habilidades, sabe lidar com estresse
normal da vida, pode trabalhar produtivamente e é capaz de contribuir para sua
comunidade”.
“Saúde mental não é apenas a ausência de doenças ou
transtornos mentais ou ficar feliz o tempo todo. É estar de bem consigo e com
os outros. Implica em saber lidar com as boas e más emoções e, também, conhecer
seus limites e buscar ajuda quando necessário”, completa Anderson Bahia.
A saúde mental não pode estar desconectada da saúde
do corpo, portanto, antes de tudo, é necessário o autoconhecimento.
É ele que pode promover objetivos de vida mais definidos e a distinção do que é
necessário e importante. Outro passo fundamental é manter uma rotina.
Delimitar horários específicos para o trabalho e atividades que promovam o
bem-estar pessoal é imprescindível. Outro fato que ajuda a manter a saúde
mental em dia é o sono. É durante o sono que o
organismo exerce as principais funções restauradoras do corpo, como o reparo
dos tecidos, o crescimento muscular e a síntese de proteínas. Durante este
momento, é possível repor energias e regular o metabolismo, fatores essenciais
para manter corpo e mente saudáveis. Além disso, realize
exercícios físicos e alimente-se adequadamente. Estas
atividades têm a função de liberar hormônios importantes para o bem-estar
físico e psicológico.
Como as empresas podem
contribuir para a prevenção
A detecção precoce e o tratamento da depressão são
essenciais para a prevenção. No ambiente de trabalho, as principais
recomendações do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos para as
empresas são:
- Criar um ambiente que promova a comunicação, o
sentimento de pertencer, de unidade e respeito. Um local
que não julgue e não permita nenhum tipo de
perseguição em relação ao estado físico ou mental de seus colaboradores.
- Garantir normativas que assegurem que a diversidade
seja bem-vinda, respaldada e protegida por todos os funcionários.
- Evitar marginalizar os indivíduos que precisam de apoio, como aqueles que estão em crise, sofrendo
mudanças difíceis na vida ou passando por problemas de saúde mental.
Estes jamais podem ser visualizados como uma
carga. São pessoas que passam por momentos ou contextos complexos, o que poderia ocorrer com qualquer pessoa.
- Proporcionar educação sobre saúde mental, depressão e
outros transtornos para os funcionários e membros da organização e
garantir, assim, o apoio mútuo, não potencializado por uma
responsabilidade, mas pela compreensão e empatia com a dor alheia.
- Educar para ajudar a reconhecer os problemas de saúde
mental. As pessoas que passam por um destes casos não querem ser vistas
como uma carga, por isso, pode vir a ser difícil perceber seus sintomas.
Devido a isto, precisa haver sempre uma conexão emocional.
Seguros
Unimed
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