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terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Hospital Paulista alerta para cuidados que podem evitar problemas vocais e auditivos durante as férias

Shutterstock
Trauma acústico causado pelo barulho dos fogos e som alto pode causar perda auditiva temporária e até definitiva


As festas de final de ano passaram, mas, para muitos, as férias estão apenas começando. Neste período, as praias e piscinas ficam cheias e o sol, álcool e música alta são fortes atrativos para espairecer. Essa mistura, entretanto, pode trazer uma série de danos à saúde, como otites, traumas auditivos, problemas no labirinto (estrutura responsável pela audição, equilíbrio e percepção corporal) e até perdas auditivas.  

Dra. Cristiane Adami, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, alerta para a necessidade de visitar um otorrino após a temporada de festas e férias, caso perceba alguma alteração na saúde auditiva ou vocal, para garantir que não houve nenhum dano, já que esses problemas podem ocorrer facilmente em adultos e crianças.  

“Com as festas de fim de ano, é comum ficarmos expostos ao barulho excessivo, causado, principalmente, por queimas de fogos de artifício que celebram o ano que inicia. Isso pode acarretar algum trauma acústico, problema causado justamente pela exposição a sons muito altos”, explica. 

Este tipo de trauma acontece graças a uma lesão abrupta das células do ouvido interno, e os sintomas podem aparecer imediatamente ou algumas horas após o episódio. Zumbidos, sensação de plenitude nos ouvidos -- como se estivesse descendo a serra --, percepção de sons metálicos, são sinais de alerta. Além disso, o trauma acústico ainda pode causar a perda auditiva, que pode ser temporária ou até definitiva. 

“Para minimizar os sintomas e ter a chance de cura, o paciente deve procurar um otorrinolaringologista logo após o incidente para o diagnóstico correto e tratamento imediato”, alerta a especialista.

 

Água nos ouvidos 

Durante as férias, muitas pessoas vão à praia e é comum que os adultos e, principalmente, as crianças abusem da água durante a diversão. A Dra. Cristiane alerta que esses momentos exigem cuidado redobrado, já que o excesso de água nos ouvidos pode causar a otite externa, infecção do canal auditivo. 

“Geralmente, ela é causada por resquícios de água na orelha, criando um ambiente úmido que proporciona o crescimento de bactérias ou fungos.” 

Entre os sintomas estão as dores de ouvido, coceiras, presença de secreção e o inchaço do canal auditivo, que pode causar um abafamento da audição. A otite externa é uma condição de fácil diagnóstico, que não requer exames complementares, porém é importante visitar o otorrino, que definirá o melhor tratamento.  

“A atenção dos pais é essencial para as crianças durante todo o período, seja durante as festas, para que não fiquem expostos ao som dos fogos ou durante as férias, principalmente enquanto estão brincando na água”, explica. 

A médica recomenda os protetores auriculares para ajudar contra a exposição de ruídos, e que também podem ser usados na piscina, para evitar que a água entre nos ouvidos. Além disso, a higienização evita a proliferação dos fungos e bactérias causadores das otites. “São cuidados simples que podem contribuir com o sucesso das férias.”

 

Excesso de álcool 

Outro ponto que merece alerta de jovens e adultos é o consumo excessivo de álcool, já que ele pode alterar o funcionamento dos neurotransmissores do sistema nervoso central, atuando diretamente na diminuição da densidade do líquido que fica dentro do labirinto. 

“Em conjunto, essas alterações podem levar ao desequilíbrio e à tontura, até mesmo no dia posterior ao consumo de álcool.” 

De acordo com a médica, o álcool também pode prejudicar nossa saúde vocal. Além de contribuir para a falta de controle e abuso vocal, ele age diretamente nos tecidos da laringe, causando grande irritação e ressecamento, prejudicando a voz. 

“A moderação é nossa maior aliada, tanto para recebermos o novo ano, como para aproveitarmos as férias com nossas crianças. Caso algum desses problemas venha a acontecer, o ideal é buscar um otorrinolaringologista o quanto antes para que os sintomas não se agravem”, finaliza a médica.


 Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


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