A nova Classificação Internacional de Doenças começou a
valer desde o dia 1º de janeiro de 2022; O CID 11 foi anunciado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) durante uma assembleia realizada ainda em
2019;
EF 02.2: Ter o CID de Lipedema é mais um passo para ser mais
conhecida entre a classe médica e ajudar as cerca de 5 milhões de mulheres que
sofrem com a doença no Brasil;
Lipedema
não tem cura, mas tem tratamento; agora fica mais fácil procurar ajuda médica
O Lipedema é uma doença crônica, que atinge mulheres no mundo inteiro, causada pelo acúmulo de gordura nos braços, quadris e, principalmente, nas pernas, que provoca dores, problemas de locomoção e uma sensação de peso nesses membros. Ser pouco conhecida não só pelas pessoas, mas especialmente pelos médicos, é um dos pontos de atenção, pois dificulta ajuda médica e não garante tratamento pelo SUS ou convênios. No entanto, a sociedade ganhou uma importante batalha: o Lipedema acaba de ser reconhecido como doença na nova Classificação Internacional de Doenças - o CID 11 -, que entrou em vigor no primeiro dia do novo ano.
O
CID, usado para padronizar mundialmente as doenças, é a “ferramenta” que
acompanha a incidência e o avanço de diversas doenças e seus tratamentos. Com a
ajuda da nova classificação, o Lipedema – cujo CID é o EF 02.2 - deixa
de ser uma doença subdiagnosticada por médicos e pela sociedade.
“O que se espera agora é que as milhões
de mulheres que sofrem com o Lipedema no Brasil sejam amparadas e que o
tratamento médico seja multiespecialidades, mais aprofundado e, por
consequência, mais qualificado em todo o país. Hoje, o Instituto Lipedema
Brasil, que é um centro de referência da doença no Brasil, compartilha
conhecimento e luta por essa transformação social. Ainda temos muitas outras,
mas ganhar a batalha do CID já é uma vitória para todos nós”, comenta dr. Fábio
Kamamoto, diretor do Instituto Lipedema Brasil e um dos médicos pioneiros no
tratamento cirúrgico da doença no país.
Entendendo o Lipedema
As
principais características do Lipedema, que possui cinco tipos
e quatro estágios, são: dores frequentes nas regiões das
pernas, quadril, braços e antebraços, que ficam mais grossos e desproporcionais
em comparação com o restante do corpo, no tornozelo parece que há um “garrote”
e os joelhos perdem o contorno. “A mulher pode apresentar hematomas (ficar
roxa) por qualquer movimento mais brusco. Isto acontece porque a doença provoca
reação inflamatória em células de gordura nestas regiões”, ressalta dr. Fábio
Kamamoto.
Se
há perda de mobilidade, aumento progressivo dessa gordura com o passar dos
anos, se há dor em algumas das regiões-foco e dificuldades em eliminar a
gordura mesmo com dieta e atividade física, é recomendado procurar ajuda
médica, pois pode ser Lipedema.
Não tem cura, mas tem tratamento
– Há dois tipos de tratamento para o
Lipedema, o clínico e o cirúrgico. O clínico é composto por dieta
anti-inflamatória (legumes, carnes, sem sódio e glúten ou bebidas
alcóolicas); uso de plataforma vibratória, que diminui o inchaço nas
regiões; drenagem linfática para tirar o excesso de líquido; e, por
fim, a técnica de taping, aplicada por um fisioterapeuta para melhorar o
desconforto. Estas ações amenizam os sintomas, mas não resolvem o
problema da gordura nas regiões dos braços, pernas e quadril, pois não extrai
as células doentes. Já o cirúrgico é feito com lipoaspiração e é
definitiva. “Uma vez removida, esta gordura não volta mais, pois não há
multiplicação dessas células.
Fotos:
Instituto Lipedema Brasil
O Instituto Lipedema Brasil
www.institutolipedemabrasil.com.br
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