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Atividades fora de casa, com movimento, atividade física e interação social são as indicadas
Janeiro, ainda é um mês de férias e de alegria para
as crianças, mas muitas vezes desespero dos pais, porque fica a dúvida do que
fazer com a criançada. Para complicar, as férias de alguns pais não coincidem
com as dos filhos, nem em termos de duração. O tempo destinado aos filhos ainda
é um assunto que incomoda os pais. Na vida corrida, às vezes, é difícil
conciliar as atividades diárias com o tempo para passar com eles. Por
consequência, o sentimento de frustração, culpa e até incompetência é comum
entre os pais. Por outro lado, as crianças sentem a ausência.
O período escolar exigiu muito das crianças em
termos de confinamento e concentração, aulas on line e de pouca expansão. É
importante priorizar as atividades nas férias que sejam fora de casa, viagens,
praia, campo, skate, bicicleta, parques; tudo ao ar livre, que promova
atividade física, que as crianças tenham movimento e interação social. “Isto,
para contrabalancear esse excesso de período online que tiveram e pela
tendência atual de muitos entretenimentos serem online como vídeo games, vídeos
que gostam de assistir, televisão e boa parte dos relacionamentos socias que
ocorrem muito pelas redes sociais”, explica a psicóloga clínica,
Karin Kenzler.
Para os pais que não têm férias e dispõem de pouco
tempo para curtir as crianças é importante zelar por um tempo junto de
qualidade. Muitas vezes os pais oferecem uma programação intensa, mas sem estar
com essa disponibilidade interna. Até levam os filhos para fazer muitas coisas,
mas não estão totalmente presentes. “É comum ver o pai e o filho em um parque, mas a
criança brincando sozinha com um gravetinho enquanto o pai está no celular. Não
estão conectados”, exemplifica a psicóloga.
É possível conciliar tudo, já que não é preciso
estar presente 24 horas por dia na vida do filho para ter um tempo de qualidade.
Dentro do contexto, a frase qualidade é melhor que quantidade. “Pode ser
pouco, cerca de meia hora, se for o caso, mas é necessário se entregar
totalmente à criança, estar disponível, sem que celular ou televisão, por
exemplo, desviem a atenção”, ressalta a psicóloga. Além de ser
fundamental para o desenvolvimento de uma relação de companheirismo e confiança
entre as partes, “esse tempo pode ajudar os pais a diagnosticarem o potencial e as
dificuldades de cada filho, para poder contribuir na evolução das qualidades
que desejam que eles levem para a vida adulta”, explica.
Ouvir, fazer coisas juntos, ensinar, aprender,
abraçar, brincar, sentar no chão, assim deve ser aproveitado este tempo. E, não
deve ser o que sobra, mas, sim, planejado e incorporado à rotina. A ideia é que
esse tempo seja único e divertido na vida dos filhos, pois, bem provável, serão
lembrados por muitos anos. Caso tenha mais que um filho, o ideal é tirar um
tempo para cada, individualmente.
“Tempo de qualidade com o filho é para ficar totalmente conectado com a criança, é estar atento às questões e ter paciência para ouvir as histórias. Não é o estar junto enquanto a criança se diverte e o pai trabalha. São tempos cada vez mais raros e são preciosos”, ressalta Karin. Vale lembrar que esse tempo melhora a relação, a autoridade, cria bom referenciais, torna a criança mais segura, melhora a autoestima e a disciplina.
Karin kenzler - Formada em psicologia pela PUC SP e pós graduada em psicopedagogia pela Universidade Santo Amaro, Karin tem no currículo experiência profissional na Alemanha, em psiquiatria de jovens e adultos e no Departamento de Desenvolvimento Pessoal. No Brasil, trabalha com psicoterapia para casais, famílias, adultos, adolescentes e crianças. Já atuou em psicóloga escolar, atendimento clínico em Terapia Artística, projeto social com crianças e adolescentes da favela e psicologia do esporte. Tem formação em Psiquiatria e Psicoterapia de criança e adolescentes, Especialização em Psicanálise da Criança, Extensão em testes e dinâmicas de grupo em Orientação Vocacional e Extensão em Terapia de Casal e Família.
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