Doença atinge duas mulheres² para cada homem e é comumente confundida com a acne
Rubor
facial, vermelhidão permanente, pele sensível e lesões inflamatórias que afetam
principalmente as bochechas e o nariz. Cerca de 415 milhões de pessoas no mundo
sofrem com os sintomas da rosácea¹, uma doença que, muito além de problemas
estéticos, pode causar grande impacto psicológico e afetar a qualidade de vida.
Um
estudo feito pela consultoria global de dados farmacêuticos, Kantar Health,
revela que um terço das pessoas com Rosácea afirma que a doença lhes causa
perda de confiança. Já para um quarto dessas pessoas, a condição é motivo de
grande incômodo; enquanto uma a cada 10 pessoas desenvolveu depressão. A doença
também afeta a vida profissional: 55% dos entrevistados ativamente empregados
disseram que a Rosácea diminui sua produtividade no trabalho².
A
Rosácea é uma doença cutânea ou cutânea-ocular, ou seja, que pode também
comprometer os olhos. Alguns casos, se não tratados, podem evoluir para
manifestações mais graves, com edemas severos que comprometem a visão.
A
busca por tratamento para a Rosácea, entretanto, não é tão comum, pois há
dificuldade em se estabelecer diagnóstico e iniciar o tratamento precoce. Fora
do meio dermatológico, é uma doença pouco conhecida e as pessoas tendem a
confundi-la. “A manifestação da Rosácea na forma de pápulas (bolinhas
vermelhas) e pústulas (vasinhos dilatados) com frequência é confundida com
acne. Por outro lado, eritemas transitórios (vermelhidão temporária da pele),
podem ser relacionados ao consumo de álcool, ansiedade ou stress”, explica o
Dr. Luiz Maurício Almeida (CRM 28153 MG), professor de Dermatologia da
Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
Uma
pesquisa da National Rosacea Society, grupo americano dedicado à
melhoria de vida dos portadores da doença, estabeleceu os principais motivos
que desencadeiam a condição. Os vilões da lista são os raios ultravioleta - não
apenas a exposição ao sol -, atividades físicas, extremos de temperatura,
consumo de bebidas alcoólicas e alimentos muito condimentados, utilização
inadequada de cosméticos e a presença do ácaro Demodex.
Segundo
dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia, entre 1,5% e 10% das pessoas nas
populações estudadas apresentam a condição. Por muitos considerarem apenas uma
questão estética, a doença é subnotificada. Às vezes, o próprio médico
subestima o desconforto do paciente, principalmente, se os sintomas são leves.
Por
outro lado, apesar de se sentiram bastante incomodados, muitos ficam
constrangidos em procurar um especialista por considerar o problema apenas
estético. “As questões de autoestima são muito relevantes para a vida. Além
disso, a falta de tratamento gera chances importantes da piora do quadro
clínico”, alerta o dermatologista.
Apesar
da Rosácea acometer mais indivíduos do sexo feminino, ela é não exclusiva das
mulheres: estudos indicam que uma a cada três pessoas que sofrem com a doença é
homem – um número substancial. A Rinofima, por exemplo, uma condição que causa
o espessamento da pele do nariz é severa, muito mais comum em homens e pode
surgir a partir da rosácea não tratada.
Atualmente,
os cuidados assumiram uma dimensão terapêutica para os portadores da Rosácea e
são tão importantes quanto a medicação em si. Usar produtos suaves de limpeza
de pele, hidratante leves que não causem a obstrução dos poros e filtros
solares adequados aos diferentes perfis de manifestações são os cuidados mais
básicos. Tudo sob orientação de um dermatologista.
Além
disso, o tratamento da Rosácea conta hoje com opções terapêuticas modernas e
bastante eficazes. “Entre os medicamentos mais eficientes disponíveis no
Brasil, está a Ivermectina tópica para o caso das pápulas e pústulas. A
substância é a que apresenta os melhores dados científicos, de eficácia e de
segurança. Para a Rosácea ocular existem alguns tipos de colírios, enquanto
para a Rosácea fimatosa e as telangiectasias há várias opções de lasers”,
finaliza o médico.
Galderma
Referências:
1 - Gether L, Overgaard LK, Egeberg A, Thyssen JP.
Incidence and Prevalence of Rosacea: A Systematic Review and
Meta-Analysis. Br J Dermatol 2018 Feb 25. https://doi.org/10.1111/bjd.1648.
2
– Kantar Health, Rosacea: beyond the visible - file:///C:/Users/lbrasil/Downloads/Rosacea__Beyond_the_visible_backgrounder.pdf
3 – Sociedade
Brasileira de Dermatologia - https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/rosacea/62/
Nenhum comentário:
Postar um comentário