Os dados sobre obesidade infantil são tão alarmantes que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2025 o número de crianças obesas no planeta chegue a 75 milhões.
A obesidade é considerada uma doença crônica, sendo o resultado do
balanço energético positivo entre a síntese de gordura (lipogênese) e a
degradação (lipólise), devido a um descontrole na ingestão de calorias em
relação ao gasto energético. Porém, por ser multifatorial, a obesidade sofre
influência de fatores combinados como hereditariedade, meio ambiente, hábitos e
fatores socioculturais. Sobrepeso e obesidade constitui o sexto fator de risco
mais preocupante das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), pois está
associada a várias outras comorbidades.
A obesidade na infância e adolescência é um dos mais sérios desafios de saúde
pública do século XXI. O problema é global e está afetando muitos países de
baixa e média renda, particularmente em ambientes urbanos. As taxas de
sobrepeso e obesidade nesta faixa etária aumentaram em todo o mundo, de menos
de 1% (equivalente a cinco milhões de meninas e seis milhões de meninos) em
1975, para quase 6% em meninas (50 milhões) e quase 8% em meninos (74 milhões)
em 2016. O número cresceu mais de dez vezes. De 11 milhões em 1975 para 124
milhões em 2016.
Os dados sobre a obesidade infantil são tão alarmantes, que a Organização
Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2025 o número de crianças obesas no
planeta chegue a 75 milhões. Os registros do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) apontam que uma em cada três crianças, com idade entre
cinco e nove anos, está acima do peso no País. As notificações do Sistema de
Vigilância Alimentar e Nutricional, de 2019, revelam que 16,33% das crianças
brasileiras entre cinco e dez anos estão com sobrepeso, 9,38% com obesidade, e
5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentam
sobrepeso, 9,53% são obesos e 3,98% têm obesidade grave.
Para a nutricionista Adriana Stavro, o crescente número da obesidade na
infância e adolescência está associado ao surgimento de comorbidades,
anteriormente consideradas doenças "adultas". Estas condições
incluem, apneia do sono, diabetes mellitus tipo 2, asma, esteatose hepática
(doença hepática gordurosa não alcóolica), doença cardiovascular,
hipercolesterolemia, colelitíase (cálculos biliares), resistência à insulina,
problemas de pele, hipertensão, anormalidades menstruais, equilíbrio
prejudicado e problemas ortopédicos.
Embora a maioria das condições físicas e de saúde associadas à obesidade sejam
evitáveis, e possam desaparecer quando uma criança ou adolescente alcança um
peso saudável, algumas continuam tendo consequências negativas ao longo da vida
adulta.
É importante entender que o sobre peso e a obesidade pode atingir profundamente
a saúde física, o bem estar social, emocional e a autoestima dos adolescentes
Complicações emocionais e sociais
● Estudos mostram que crianças com sobrepeso ou obesas, tem quatro vezes mais
probabilidade de ter problemas de aprendizado em relação seus pares com peso
normal. Elas também são mais propensas a faltar na escola, especialmente
aqueles com condições crônicas de saúde, como diabetes e asma.
● A obesidade tem sido descrita como sendo uma das condições mais
estigmatizastes, e menos socialmente aceita da infância. Estas crianças são
frequentemente provocadas, intimidadas, estereotipadas, marginalizadas e
discriminadas por seu estado. Discriminações foram relatadas em crianças a
partir dos 2 anos de idade.
● Crianças e adolescentes obesas são excluídas de atividades competitivas na
escola. Muitas vezes é difícil para elas participarem de atividades físicas,
pois tendem a ser mais lentas que as de seus pares, além disso enfrentam falta
de ar.
● Estas consequências sociais negativas contribuem para dificuldades
permanentes no controle do peso, baixa autoestima, baixa autoconfiança e imagem
corporal negativa de muitas crianças.
● As crianças e adolescentes tendem a se proteger dos comentários e atitudes
negativas, retirando-se para lugares seguros, como suas casas, onde podem buscar
comida como um conforto.
● Além disso elas também têm menos amigos, o que resulta em menos interação
social e brincadeiras ativas, gastando mais tempo em atividades sedentárias
(tempo de tela)
Prevenção é a chave do sucesso no controle da obesidade, por isso:
● Siga uma dieta balanceada
● Exercite-se
● Coma no mínimo 400g de frutas, legumes e verduras ao dia
● Coma grãos como lentilhas, grão de bico e feijões regularmente
● Beba água.
● Durma no mínimo 8 horas ao dia
● Evite bebidas açucaradas (sucos de frutas, refrigerantes, leites
aromatizados)
● Mastigue bem os alimentos
● Use óleos vegetais insaturados (azeite de oliva, soja, girassol ou milho), em
vez de gorduras animais ou óleos ricos em gorduras saturadas (manteiga, ghee,
banha de porco)
● Escolha carnes brancas sem pele e gordura (frango, peixe, porco)
● Evite alimentos processados, assados e fritos que contenham gordura trans,
sódio, corantes, conservantes e aromatizantes
● Ao cozinhar, limite a quantidade de sal e condimentos com alto teor de sódio
(molhos prontos), e priorize o uso de ervas frescas
● Evite alimentos com alto teor de sal, gordura e açúcar
Por quê? Pessoas cujas dietas são ricas em sódio (incluindo sal) têm maior
risco de hipertensão, o que pode aumentar o risco de doenças cardíacas e
derrames. Da mesma forma, aqueles cujas dietas são ricas em açúcares, têm maior
risco de ficarem com sobrepeso ou obesos, e um risco maior de cáries. Pessoas
que reduzem a quantidade de açúcar em sua dieta, também podem reduzir o risco
de doenças não transmissíveis como diabetes e hipertensão.
Adriana Stavro - Nutricionista Funcional e Fitoterapeuta . Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein - Mestranda do Nascimento a Adolescência pelo Centro Universitário São Camilo.
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