Doenças são mais comuns durante o tempo seco e apresentam os mesmos sintomas
Inchaço, coceira, vermelhidão e secreção na região
dos olhos. Estes são sintomas da conjuntivite, certo? Nem sempre! Apesar dos
sintomas em comum pode ser também caso de blefarite. O oftalmologista doutor
André Borba, especialista em oculoplástica pela Universidade da Califórnia,
explica a diferença.
“A conjuntivite é uma infecção da membrana ocular,
chamada de conjuntivo. Já a blefarite se dá pelo excesso de oleosidade nas
pálpebras, que na maioria das vezes, é uma resposta à dermatite seborreica,
também conhecida como caspa. Além disso, a baixa umidade do ar e o tempo seco
são propícios para este tipo de infecção”, explica.
A principal distinção é o tempo de duração das duas
condições. Enquanto a conjuntivite dura de 15 a 30 dias, a blefarite é crônica,
e se torna recorrente na vida da pessoa afetada. “A blefarite pode realmente
prejudicar a vida do paciente. A inflamação atrapalha muito o dia a dia porque
a pálpebra fica inchada e altera significativamente a visão, isso sem falar no
desconforto da coceira”, complementa.
O tratamento para as duas também é bem diferente. A
conjuntivite pode ser sanada ao utilizar soro fisiológico gelado e compressas
sobre as pálpebras, assim como limpar os olhos com frequência. Mas o caso da
blefarite é mais grave, e muitas vezes envolve o uso de pomadas tópicas ou até
mesmo antibióticos e anti-inflamatórios.
Fora os medicamentos, quem sofre com a blefarite
deve lavar os olhos todos os dias, assim como escovamos os dentes. Manter uma
dieta rica em vitamina C, A, E, assim como o ômega 3, também é importante.
“Como a doença não tem cura, é melhor começar o tratamento o quanto antes,
principalmente porque ele requer dedicação por parte do paciente”, alerta o
médico.
Então, como podemos diferenciá-las em um primeiro
momento? A resposta final é que infelizmente não conseguimos. Até ter o olho
examinado por um especialista com o equipamento adequado, não há como fazer um
diagnóstico caseiro. Segundo o doutor Borba, muitas vezes o diagnóstico da
blefarite é atrasado pois o paciente acredita estar com conjuntivite e faz o
tratamento errado em casa. “Por isso, minha recomendação é, sempre, consultar
um oftalmologista em caso de qualquer alteração na região dos olhos”, finaliza
o especialista.
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