Tratamento com
cannabis medicinal é considerado o um dos mais eficazes
A epilepsia refratária ou também conhecida como epilepsia de
difícil controle ou farmacorresistente, é comum na infância, geralmente está
associada a doenças neurológicas e afeta quase 50 milhões de crianças. Com
prevalência de cinco a cada mil crianças aproximadamente, com mais frequente na
primeira década de vida e com predomínio no primeiro ano de vida.
A epilepsia é caracterizada por uma descarga elétrica neuronal
anormal e transitória, em 70 % dos casos o paciente apresentará uma única crise
na vida, 30 % desenvolverão epilepsia e, destes uma minoria apresentará
epilepsia refratária. A manifestação das crises poderá ser generalizada ou
focal, motora ou não motora, perceptivas (mantendo a consciência intacta) ou
disperceptiva (com leve alteração do nível de consciência ou chegando até sua
perda total). As crises epilépticas, podem variar quanto a sua etiologia
(origem), ao tipo, quantidade, intensidade e duração.
A epilepsia pode iniciar em qualquer fase da vida, porém a
refratária é predominantemente em crianças, estando associada a uma maior
mortalidade, em virtude do risco de acidentes e traumas, crises prolongadas e
morte súbita (SUDEP).
“Esse tipo de epilepsia é muito comum na infância e ocorre com
maior frequência na faixa etária de 0 a 9 anos de idade”, explica a médica
Paula Preto, neuropediatra, especialista em epilepsia infantil.
Riscos
O risco de morte prematura entre pessoas com epilepsia é até três
vezes maior do que entre a população geral. A taxa de mortalidade nos países de
baixa e média renda é significativamente maior do que nos países desenvolvidos.
Vivendo com a epilepsia
De acordo com o Ministério da Saúde “o objetivo do tratamento da
epilepsia é propiciar a melhor qualidade de vida possível para o paciente, pelo
alcance de um adequado controle de crises, com um mínimo de efeitos adversos,
buscando, idealmente, uma remissão total das crises”. O tratamento inicial de
escolha é medicamentoso, sendo necessário, frequentemente, a associação de mais
de um medicamento de primeira linha. Porém muitos pacientes são resistentes à
politerapia, o que não reduz o número de crises epilépticas, sendo assim
caracterizado como epilepsia refratária, a qual exige uma associação de outras
condutas terapêuticas para o maior controle das crises.
A epilepsia refratária é uma condição de difícil tratamento
medicamentoso e, em geral, possui evolução desfavorável, que tende a piorar com
o passar dos anos. Na criança seu efeito é mais nocivo, pois o sistema nervoso
central ainda não está totalmente desenvolvido, podendo levar a danos
irreparáveis, como atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, distúrbios psiquiátricos,
transtorno do espectro do autismo e deficiência intelectual.
São diversas as causas que levam ao desenvolvimento da epilepsia,
dentre elas temos as causas de origem estrutural, genéticas, infecciosas,
metabólicas, imunes e de origem desconhecida.
O tratamento
Na maioria das epilepsias, o tratamento com os fármacos de
primeira linha já controlam as crises epilépticas, mas numa minoria, tanto em
monoterapia ou em politerapia (dois ou mais fármacos em associação) não ocorre
o controle das crises e nesses casos precisamos da associação com tratamentos
alternativos e, destes os derivados da cannabis sativa, vem se
demonstrando eficazes ao longo dos últimos anos. Existem relatos do uso da cannabis
sativa desde 2.600 a.C., usado pelo Imperador Vermelho, Shen Nung chinês no
tratamento de diversas patologias, que se encontra nos registros do primeiro
livro chinês, Pen Ts’ao.
Estudos compravam a eficácia dos compostos derivados da planta cannabis
no tratamento da epilepsia. Na cannabis, encontramos os fitocanabinóides
e os destes os dois principais compostos de uso terapêutico, são o canabidiol
(CDB) com efeito não psicoativo e o tetrahidrocanabinol (THC) com efeito
psicoativo, ambos com efeitos anticonvulsivantes. O CBD melhora a neurogênese,
regulariza as descargas de neurotransmissores nos neurônios pré-sinápticos,
reduzindo as descargas epilépticas e consequentemente, melhorando a frequência
e intensidade e duração das crises epilépticas.
No Brasil, vários estudos são apresentados por profissionais altamente
qualificados que demostram seu interesse em auxiliar no tratamento e cuidado
para que os pacientes e seus familiares melhorem sua qualidade de vida.
CBD isolado
Nosso organismo produz nossos canabinoides, chamados de
endocanabinoides, os quais tem a função de modular nosso sistema
endocanabinoide (SEC), porém muitas vezes, pode ocorrer um desbalanceamento
neste sistema, levando a várias patologias e os fitocanabinoides, encontrados
na cannabis sativa, acabam por auxiliar a modular o SEC e, consequentemente
tratando as diversas patologias que dependam da sua integridade. Muitos estudos
realizados nas últimas décadas, têm demonstrado a eficácia terapêutica dos
fitocanabinoides na modulação do nosso SEC.
Produtos a base de canabidiol puro significa que estão
praticamente isentos de livre de THC. O THC é o derivado psicoativo da cannabis,
ou seja, dependendo da quantidade ingerida ou inalada, poderá levar as mesmas
sensações e alterações produzidas pelo uso da maconha, a sensação de estar
“alto”.
“Atualmente existem diversas opções de produtos a base de
cannabis medicinal, produzidos por muitas empresas e alguns até de produção
artesanal, ou seja, sem controle dos seus componentes. É muito importante nos
certificarmos da qualidade e padronização aplicadas desde a origem da semente
da cannabis até ao seu produto final, porém pouquíssimas empresas trabalham com
tal nível de exigências”, explica Helder Dário, diretor técnico da
FarmaUSA.
“Os produtos de alta qualificação farmacêutica
comercializados à base de canabidiol puro, significam que contém 99% de CBD,
são praticamente isentos de THC, pois como é um fitoterápico, pode conter
vestígios de THC, o qual não é detectado quando é analisado em espectroscopia
líquida. Além disso, existe todo um controle microbiológico, de fungos,
metais pesados, herbicidas, pesticidas, assim como um conjunto de procedimentos
que garante a qualidade dos produtos, lote a lote”, esclarece o executivo da FarmaUSA.
Estudos realizados no Brasil, já demonstraram que a formulação do CBD
à 99% quando diluído em óleo de milho e administrado por via oral, apresenta
uma absorção quatro vezes maior quando comparado ao CBD sem diluição, levando a
maior concentração plasmática do produto e a um tempo reduzido para atingir o
seu pico de concentração, ou seja, maior eficácia para o produto. Quando
produzido numa indústria farmacêutica, possui reprodutibilidade da quantidade
de CBD em cada lote com a mesma exatidão dos seus componentes. “Vale ressaltar
que os produtos artesanais, não podem ser chamados de canabidiol, mas sim de
cannabis, pois se tratam da planta na sua íntegra, e, portanto, seus índices
variam de lote a lote e não há como obter a certificação de seus componentes,
podendo gerar riscos a saúde do paciente e principalmente as crianças, que
ainda estão com o sistema nervoso central em desenvolvimento”, explica o
técnico da farmacêutica.
FarmaUSA – Pharmaceutical Group
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