É fato que a transformação digital já chegou ao RH.
Processos manuais começam a ser substituídos gradativamente por softwares e
ferramentas de gestão. E os benefícios vão muito além da automatização dos
processos burocráticos. O RH digital melhora a experiência do colaborador ao
longo de toda a sua jornada na empresa, atuando fortemente na produtividade,
engajamento e retenção dos profissionais.
Um estudo feito pela Harvard Business Review
acompanhou 53 empresas durante os anos de 2011 a 2015. O resultado foi que,
aquelas que mantém boas práticas de RH são, em média, 51% mais competitivas que
as demais. O fato é que, hoje, é muito difícil manter a competitividade sem
usar a tecnologia. Por isso, a área vem recebendo cada vez mais recursos a fim
de se digitalizar.
De acordo com uma pesquisa elaborada pelo Grupo
Selpe e a A3Data, aproximadamente 40% das empresas aumentaram o orçamento da
área de RH. Cerca de 23% afirmam já adotar práticas de Business
Intelligence. Isso quer dizer que a digitalização do RH não atua
apenas na automatização de processos meramente operacionais, mas apresenta
novas oportunidades.
Boa parte desse avanço deve-se ao surgimento das
chamadas HR Techs, termo que define as empresas que fornecem serviços
tecnológicos para o setor. Elas possibilitam que o RH atue de maneira mais
estratégica e assertiva dentro das empresas. Essas soluções são capazes de
reduzir custos, aumentar a eficiência e a inteligência dos processos da área de
recursos humanos.
As possibilidades são enormes. A tecnologia pode
ser empregada na gestão de benefícios, controle de férias, emissão de
holerites, folhas de pagamento, entre outros. No entanto, um dos maiores
impactos do RH Digital é a introdução do People Analytics, que é um conjunto de
processos e ferramentas que coletam, compilam e analisam dados sobre o
comportamento dos funcionários. Essas informações são usadas no planejamento
estratégico do setor, traçando planos para engajar, motivar, reter e aumentar a
produtividade dos colaboradores.
A grande mudança é que agora, TI e RH devem estar
cada vez mais próximos. Um estudo feito pela consultoria Gartner, aponta que
75% das empresas pretendem melhorar a experiência do colaborador a partir de um
desempenho conjunto das duas áreas até 2022. Ambas precisam garantir que novas
tecnologias não só abordem questões complexas do negócio, mas também que
atendam às expectativas e necessidades do público interno. E essa é uma mudança
de mindset
super importante, já que o TI passa a assumir um papel consultivo para o RH.
Diante dessa transformação, o profissional de
recursos humanos precisa estar muito bem preparado. Será preciso entender o
negócio de forma mais holística, compreendendo os desafios globais da
companhia. A cobrança já é por um RH mais propositivo e menos reativo. Além
disso, a área, que muitas vezes não trabalhava números como aliado em seus
processos e decisões, vai precisar atuar cada vez mais na geração e
interpretação de dados, a fim de facilitar a tomada de decisões.
A revolução da tecnologia no RH será enorme.
Contudo, o papel do ser humano continuará sendo insubstituível. São as pessoas
que realizam a gestão dessas ferramentas tanto para garantir sua eficácia quanto
para identificar pontos relevantes e propor ações. Com a automatização, o RH
passa a ter mais tempo para atuar de maneira estratégica e com foco em ações
que visem a satisfação do colaborador, que é o ponto central de
qualquer companhia. O grande desafio do RH digital é combinar a tecnologia
disponível com a imprescindível interação e interpretação das necessidades
humanas.
Paulo Exel - formado
em Administração de Empresas, possui MBA executivo em Gestão de Negócios e é
diretor de operação da Yoctoo, consultoria
boutique de recrutamento e seleção para tecnologia. Exel tem mais de 10 anos de
experiência no recrutamento especializado nas áreas de Tecnologia, Digital e
Vendas.
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