As organizações querem atingir ou mesmo melhorar
seus resultados e, portanto, não podem mais fazer do jeito que já fizeram. Todo
mundo sabe que fazer a mesma coisa e esperar um resultado diferente não é
possível. Tenho visto empresas reorganizarem suas estruturas, mudarem pessoas
de lugar, demitirem e contratarem outras pessoas e ainda assim não chegar nos
resultados. De verdade, na prática, a teoria é outra.
Há ainda empresas crescendo por aquisição para
melhorarem seus resultados, moldando novas estruturas que acabam em conflitos
de identidade. A empresa que adquire tem sua cultura uma forma de gestão a
comprada tem outra e estas culturas ficam se chocando, as vezes por anos.
Organizações que entendem que precisam fazer algo
novo, para crescer ou inovar, sem ser por aquisição, sem grandes mudanças de
estrutura, entram no movimento de transformação cultural como proposição para
chegar lá. Procuram mudar modelos de gestão, mudar o estilo de liderança
e atitudes dos colaboradores que devem ser mais protagonistas, sem falar da
necessidade da aquisição de uma mentalidade ágil, que se impõe como óbvia por
causa da transformação digital no mundo. De fato, está tudo certo estes são
mesmo os caminhos das mudanças.
Impacto da mudança nas
estruturas
O que ainda falta é um repensar profundo sobre como
cada mudança impacta a dinâmica dos negócios, considerando os três elementos
principais das estruturas das empresas: pessoas, processos e metas. Por
exemplo, ao fazer uma aquisição, os pressupostos de como as coisas funcionam
não são iguais para as pessoas, elas irão olhar com diferentes perspectivas de
como tudo vai funcionar. Outro exemplo é mudar os desenhos organizacionais,
dividindo ou fundindo áreas e esperar que as coisas funcionem só porque foi
feita a mudança no desenho das áreas, é preciso rever os processos, os papeis
de cada área e de verdade não fomentar conflitos de interesses entre elas. Um
alinhamento é necessário e é um remédio a ser utilizado pela liderança.
De fora para dentro as
organizações são impulsionadas a mudar
Uma tendência de mudança emergente que afeta as
estruturas de fora para dentro é a centralidade no cliente. Mesmo que as
empresas não desejem este modo de pensar o negócio é quase impossível dizer que
não serão afetadas por este modo de ver o cliente, já que este modelo tem se
tornado o novo normal na discussão cliente – fornecedor. Como nova estratégia,
ótimo, porém se o cliente então trouxer um incomodo como isto será tratado, se
não existem padrões culturais, no modelo atual de muitas organizações? Outro
dia estava conversando em uma empresa e ela abriu sua comunicação com os
clientes via canal digital, um cliente postou um descontentamento na sexta que
só foi respondido na segunda após milhares de visualizações, e a resposta dada
não foi tão boa, já que nunca pensaram que isto pudesse acontecer, impactando a
imagem do negócio mais rapidamente do que se pensava.
No fundo nossas organizações não são tão livres
para mudar suas estruturas, algumas mudanças são necessárias de serem
absorvidas mesmo sem serem desejadas de dentro para fora. Por outro lado,
repensar sua cultura, suas estruturas como organização pode ser um grande
diferencial competitivo.
De alguma forma as empresas percebem o que fazer,
mas sabem o como? Está na hora de parar para pensar no porquê fazer, já que no
como fazer não existem respostas prontas, nós precisamos de coragem
empresarial para fazer coisas novas que nos entreguem novos resultados..
Celso Braga - Sócio-diretor do
Grupo Bridge, Psicólogo e Mestre em Educação, pós-graduado
em Psicodrama Sócio Educacional pela ABPS, Professor supervisor pela
FEBRAP. Acumula experiência de mais de 25 anos em desenvolvimento humano e
projetos de conexões educacionais e inovação. É autor dos
livros ‘A Jornada Ôntica’ (2013), ‘O Hólon da Liderança’ (2015), ‘Inovação:
diálogos sobre a prática’ (2016), ‘Inovação: diálogos sobre colaboração
produtiva’ (2017), A Magia dos Sentimentos: 27 emoções para transformar sua
vida e em 2019 lançou os livros em versão digital os livros; Lifelong Learning
- Aprender para a Vida e Empowerment, Uma liderança que inspira. Celso Braga é
coautor do livro ‘Educação para Excelência’ (2010).
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