Saiba quando o atraso
de linguagem das crianças exige atenção do pediatra
De 5 a 10% das
crianças apresentam algum problema de atraso na fala. Esse problema tem causas
variadas e podem ir desde distúrbios mais simples como problemas auditivos e
respiratórios1, até problemas mais sérios como síndromes ou doenças
degenerativas. Quando uma criança não está no nível de desenvolvimento
linguístico esperado para sua idade, ela pode necessitar apenas de um
“empurrãozinho”, mas os pais devem estar atentos para saber quando procurar
ajuda profissional. É esperado que crianças de 12 a 18 meses já respondam
quando chamadas pelo nome e saibam dizer palavras que tenham significado, tal
como pai e mãe.
“Para auxiliar no
desenvolvimento neurológico e socioemocional da criança, os pais devem motivar
seus filhos a conversar com coleguinhas para terem mais autonomia na escola,
que é quando estão sem a família e alguém para fazer tudo por eles. Dessa
forma, quando a criança estiver em uma situação de necessidade, ela conseguirá
verbalizar suas vontades” comenta a neurologista Dra. Maria Luiza Manreza,
ex-presidente da Liga Brasileira de Epilepsia (LBE).
Estar atento aos
filhos, ler para eles e acompanhar sua evolução cognitiva pode prevenir o
desenvolvimento destes atrasos de fala. Muito além de deixar por conta da
escola, os pais devem acompanhar de perto o desenvolvimento das crianças
sempre. Se tudo está a favor, mas a fala não alcança o ritmo dos demais,
deve-se buscar ajuda profissional.
De acordo com a Dra.
Manreza, o pediatra é a pessoa certa a ser procurada ao se perceber o atraso na
linguagem, pois ele poderá avaliar melhor a situação, pedir exames pertinentes
que ajudem a diagnosticar a causa deste atraso e, junto com outros
especialistas, indicar o tratamento adequado para cada caso2.
O atraso na fala
pode, por vezes, estar associado à Doença de Batten, um conjunto de 14
condições genéticas raras que comprometem o desenvolvimento motor e cognitivo
das crianças. Convulsões sem motivo aparente também estão presentes na Doença
de Batten e, com frequência, aparecem logo a seguir ao atraso de linguagem.
Assim, é preciso procurar ajuda para avaliar crianças com atraso na fala e
garantir um diagnóstico correto, preservar seu desenvolvimento e evitar
complicações futuras.
Referências
1.
Vitto, M., & Feres, M. C. (2005). DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO ORAL EM
CRIANÇAS. Medicina (Ribeirão Preto. Online), 38(3/4), 229-234. https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v38i3/4p229-234.
2.
P.
C. SPYER, Letícia, M. DE OLIVEIRA, Vanessa. DISTÚRBIOS DA FALA E DA LINGUAGEM
NA INFÂNCIA. Revista Médica de Minas Gerais 2011; 21(4 Supl 1): S54-S60.
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