63,2 milhões de consumidores estavam
inadimplentes em abril deste ano, crescimento de 3,2% em relação ao mesmo mês
do ano passado
Em novo recorde histórico, o número de brasileiros
inadimplentes chegou a 63,2 milhões em abril de 2019. Isto significa que 40,4%
da população adulta do país está com dívidas atrasadas e negativadas. Na
comparação com o mesmo mês de 2018 (61,2 milhões), são dois milhões a mais de pessoas
inadimplentes, ou seja, uma alta de 3,2%. Na relação abril x março 2019, o
crescimento foi de 0,4%. Clique
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informações.
“Além dos impactos gerados pela insuficiência da
educação financeira do brasileiro, a inadimplência é uma variável que segue as
principais tendências do cenário econômico nacional. Neste sentido, com a
estagnação da economia, aumento do desemprego e da inflação ao longo dos
primeiros meses de 2019, que impactam diretamente o orçamento doméstico,
continuamos a bater recordes no número de consumidores com contas em atraso”,
comenta Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.
Crescimento das dívidas em atraso com bancos e
cartões é sinal de alerta
O segmento de Bancos e Cartões é o que tem o maior
número de dívidas vencidas e não pagas, por isso, o aumento da
representatividade de janeiro a abril é o que mais preocupa, segundo Rabi.
“Este crescimento demonstra a dificuldade em honrar um tipo de pagamento que
costuma ser prioridade das famílias. Isso é um sinal de que as pessoas já
tomaram crédito para quitar outras dívidas e chegaram no ponto de não
conseguirem pagar nem este empréstimo. Se mantido ao longo dos próximos meses,
este movimento pode fazer com que o spread bancário aumente, deixando os juros
ainda mais caros para o consumidor”, diz. Clique
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O crescimento da inadimplência do consumidor em
abril de 2019, na relação com o mesmo mês de 2018, foi puxado pelas dívidas não
honradas com o segmento de Utilities (água, energia elétrica e gás). A
Telefonia aparece em segundo lugar. Já Varejo e Serviços apresentaram queda na
comparação interanual, uma sinalização de que a oferta de crédito nestes
segmentos pode estar encolhendo. Clique
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as informações.
Estados da região Sul tem índice de população
adulta inadimplente abaixo da média nacional
O Sul é a única região em que a população adulta
dos Estados está com o percentual de inadimplência abaixo da média nacional
(40,4%): Paraná (35,1%), Rio Grande do Sul (34,6%) e Santa Catarina (33,1%),
este com o menor número em todo o país. “Esta região costuma ter menor índice
de pessoas com dívidas atrasadas e negativadas porque o desemprego é mais
baixo, graças às atividades do agronegócio”, comenta Rabi.
Treze dos 27 Estados brasileiros estão acima da
média nacional, sendo as regiões Norte e Sudeste as mais afetadas. Clique
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Educação Financeira é ferramenta para sair da
inadimplência
Ainda que o desemprego continue sendo o maior vilão
da inadimplência, a falta de educação financeira também impacta o orçamento dos
brasileiros, principalmente em períodos de crise. Um estudo da Serasa Experian
em parceria com o IBOPE Inteligência e o Instituto Paulo Montenegro mostra que
a renda e a escolaridade têm pouco impacto no aprendizado financeiro da
população.
A análise feita a partir do cruzamento dos dados do
Índice Nacional de Educação Financeira (INDEF) e do Indicador de Alfabetismo
Funcional (INAF) mostra que a vivência traz mais aprendizado aos brasileiros.
“Com o alto índice de inadimplência no país, é preciso buscar alternativas para
ensinar em sala de aula este aprendizado conquistado com a prática”, comenta
Luiz Rabi.
Outro aspecto importante é o Cadastro Positivo,
considerado um antídoto contra o superendividamento. Baseado em
uma metodologia mais abrangente e inclusiva para concessão de crédito, ele
considera a análise de todo o histórico de endividamento e de que modo empresas
e consumidores efetuam o pagamento de dívidas contratadas com bancos e
estabelecimentos de comércio e de serviços (luz, água, telefone, gás). Também
são avaliados compromissos financeiros a vencer.
O objetivo desse processo é valorizar aspectos
positivos, como o hábito do consumidor de pagar em dia suas contas, e não se
concentrar somente nas dívidas atrasadas. Isso contribui para a prevenção e o
combate ao superendividamento, ao sinalizar de modo claro se há espaço no
orçamento para contrair mais dívidas.
O Brasil é uma das poucas grandes economias globais
que não considerava o Cadastro Positivo. Nos países nos quais os dados
positivos passaram a constar nos modelos estatísticos, entre os principais
diferenciais, se verificou a maior inclusão das pessoas no crédito.
Serasa Experian
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