Especialistas do
Hospital Alemão Oswaldo Cruz explicam sobre como novos medicamentos que
controlam os efeitos colaterais ajudam no tratamento da doença
O Dia Mundial de Combate ao Câncer - 8 de abril -
foi criado pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC) para chamar a
atenção da população sobre a importância em discutir a segunda doença que mais
mata no mundo. Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), neste
ano, devem ser diagnosticados 600 mil novos casos da doença no Brasil. Já a
Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o câncer foi responsável por 9,6
milhões de mortes no mundo em 2018.
Apesar dos dados alarmantes, o paciente
oncológico conta com um crescente arsenal de opções terapêuticas para o
tratamento da doença. Nos últimos anos, a oncologia tem tido muitos avanços em
relação as drogas para tratar os tumores. Além disso, existem também medicações
que auxiliam no combate aos efeitos colaterais. São as chamadas terapias de
suporte.
Segundo a coordenadora clínica do Centro
Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dra. Renata
D'Alpino, a oncologia está cada vez mais caminhando para o tratamento individualizado
e com foco no bem-estar do paciente. "As recomendações para o tratamento
passaram a ter como base também os seus efeitos colaterais e a qualidade de
vida do paciente, seu estilo de vida, entre outros aspectos. Pensando neste
contexto, surgiram medicamentos que controlam ou reduzem enjoos e minimizam as
dores. São fatores que se ignorados podem comprometer a eficácia do
tratamento", explica a oncologista.
As medicações que controlam os enjoos costumam
ser dadas combinadas e por via intravenosa, o que adiciona um acréscimo de
quase uma hora nas sessões de quimioterapia. Mesmo assim, essa conduta não
garante 100% do controle das náuseas. Hoje, os oncologistas têm disponíveis
medicamentos orais, que além de serem muito eficazes, ainda reduzem tempo do
paciente na sessão de quimioterapia e no ambiente hospitalar. A incorporação de
medicamentos orais para o combate às náuseas antes de cada sessão de
quimioterapia passou a fazer parte da conduta no tratamento no Centro
Especializado em Oncologia Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
O do Hospital realiza a classificação de risco de
náuseas para os diversos tipos de quimioterapia e adapta as necessidades de
medicações de suporte para cada sessão. De acordo com Dra. Renata D'Alpino,
essa conduta é extremamente importante para a eficácia do tratamento. "Os
efeitos colaterais podem levar os pacientes a internações, perda de apetite e
consequentemente de peso. Em alguns casos, é necessário interromper o combate à
doença para tratar os efeitos colaterais. Além disso, as reações adversas
estigmatizam o tratamento oncológico, causando medo no paciente e em seus
familiares".
Outra condição preocupante em pacientes com
câncer é a desnutrição, que pode ser causada por aspectos da ação da doença no
organismo, assim como pelos efeitos de medicamentos.
Segundo a nutróloga do Centro Especializado em
Oncologia, Dra. Nayara Oliveira, diversos estudos abordam a importância do
tratamento nutrológico durante o combate ao câncer. "Nutrólogos e
nutricionistas trabalham para a manutenção e a recuperação do estado
nutricional do paciente oncológico, trazendo a melhora da qualidade de vida do
paciente, controle de sintomas, na diminuição de risco de infecções, ajudando o
paciente a passar pelo tratamento", explica a médica
Preferir alimentos secos, respeitar as aversões e
preferências alimentares, evitar alimentos gordurosos, não ingerir líquidos nas
refeições, preparar alimentos com gengibre e cítricos, chupar gelo ou picolé de
frutas, são algumas dicas que que ajudam a combater as náuseas.
Contudo, no caso de mucosite, feridas que podem
aparecer na boca por conta do tratamento, as recomendações são as de evitar
alimentos ácidos, muito quentes e muitos condimentados. Em alguns casos de
desnutrição, pode ser necessária a indicação de suplementação.
Cuidado Multidisciplinar
O Hospital conta ainda com o CATSMI – Centro
Avançado em Terapia de Suporte e Medicina Integrativa, no qual o paciente é
acompanhado por uma equipe multidisciplinar, que auxilia no planejamento do
melhor tratamento e oferece acesso a médicos paliativistas, que atuam no
controle da dor, acompanhamento com psicólogo e ainda oferece terapias
corporais, como acupuntura, aromaterapia, auriculoterapia e meditação.
www.hospitaloswaldocruz.org.br/
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