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terça-feira, 16 de abril de 2019

Em Abril acontece a 2ª edição da Campanha de Conscientização sobre a UCE - Urticária Crônica Espontânea, doença que atinge mais de 1 milhão de brasileiros1


 Doença ainda é confundida com a alergia e outras doenças de pele.1-3 Essa falta de informação causa demora do diagnóstico correto, o que gera muitos transtornos aos pacientes



Lesões em alto-relevo na pele, coceira e vermelhidão por mais de seis semanas são alguns dos sintomas da UCE – Urticária Crônica Espontânea, que atinge mais de 1 milhão de pessoas no Brasil.1 A UCE é uma doença sem uma causa externa como alimentos, perfumes ou cosméticos.1 Como o próprio nome diz, ela é espontânea, ou seja, os sintomas aparecem do nada, o que deixa os pacientes inseguros, afetando a vida familiar, social e profissional.1-3

Por ser facilmente confundida com outras enfermidades como alergias e/ou dermatites, os pacientes demoram até cinco anos para chegar ao diagnóstico correto e, mais ainda, ao tratamento adequado. 4

Para auxiliar nesse processo, em abril tem início a segunda edição da Campanha de Conscientização “Todos pela causa – Tudo sobre UCE”. A iniciativa tem por objetivo levar informação para a população para que as pessoas que sofrem de UCE sejam diagnosticadas mais rapidamente e tenham acesso ao tratamento adequado
Uma recente pesquisa realizada pela Ipsos em 2018, que entrevistou 1.200 pessoas em 72 municípios de todo o Brasil12, revelou que 57% dos entrevistados desconhecem Urticária, e que 91% não fazem ideia do que é Urticária Crônica Espontânea.12

A imprevisibilidade da doença pode levar o paciente a um estado mental de ansiedade, distúrbios do sono, exclusão do convívio social e até depressão.1-5 É comum os pacientes dizerem a frase “a UCE não mata, mas tira a vida da pessoa”.

A UCE é uma doença que, apesar do estresse que alguns pacientes relatam durante a aparição dos sintomas, a Urticária Crônica Espontânea não tem relação com crise nervosa como muitos pensam, ela acontece de surpresa sem avisar e vai embora quando quer. Portanto, é incorreto chamá-la de “urticária nervosa”, pois não é causada pelas emoções. 1-3, 5-7

Também em 2018, a Ipsos realizou uma pesquisa qualitativa com um grupo de pacientes de UCE que relataram que, sem saberem o que tinham, a ação imediata deles ao  aparecer os primeiros sintomas da doença é ir ao pronto-socorro, onde passam por um clínico-geral e, muitas vezes, são medicados com cortisona e antialérgicos ao terem o diagnóstico incorreto de alergia.14

Após passar o efeito dos remédios, a crise volta e às vezes até mais forte, segundo relatos de alguns pacientes. É nesse momento que eles passam a procurar alergistas e dermatologistas especializados em Urticária Crônica Espontânea. No entanto, há casos relatados em que os pacientes levam de 2 a 5 cinco anos até chegarem ao diagnóstico correto da doença e, finalmente, iniciarem o tratamento adequado4. Todas essas dificuldades fazem com que os pacientes desistam de procurar ajuda médica tendo tratamento efetivo.

A primeira linha de tratamento para todos os pacientes diagnosticados com UCE são os anti-histamínicos H1 de segunda geração6, podendo a dose ser aumentada em até quatro vezes se os sintomas não diminuírem6. Para os pacientes que não conseguirem chegar ao controle completo da doença, adiciona-se ao tratamento o omalizumabe, medicamento injetável aplicado uma vez por mês6.

“O omalizumabe é a medicação de escolha para os casos que não respondem aos anti-histamínicos.  A resposta ao omalizumabe nestes casos é excelente, e a incidência de efeitos colaterais mínima” afirma o Dr. Luis Felipe Ensina, médico especialista em alergia e imunologia.

Estudos clínicos mostram que, com o tratamento correto da Urticária Crônica Espontânea, 92% dos pacientes voltam a ter qualidade de vida como uma pessoa que não possui a doença.8

Para saber mais sobre UCE acesse www.tudosobreuce.com.br


Referências Bibliográficas
  1. Maurer M, Weller K, Bindslev-Jensen C et al. Unmet clinical needs in chronic spontaneous urticaria. A GA²LEN task force report. Allergy. 2011 Mar;66(3):317-30.
  2. Kang MJ, Kim HS, Kim HO. The impact of chronic idiopathic urticaria on quality of life in korean patients. Ann Dermatol. 2009 Aug;21(3):226-9.
  3. Silvares MR, Fortes MR, Miot HA. Quality of life in chronic urticaria: a survey at a public university outpatient clinic, Botucatu (Brazil). Rev Assoc Med Bras (1992). 2011Sep-Oct;57(5):577-82.
  4. Maurer M, Staubach P, Raap U, Richter-Huhn G, Bauer A, Ruëff F, Jakob T, Yazdi AS, Mahler V, Wagner N, Lippert U, Hillen U, Schwinn A, Pawlak M, Behnke N, Chaouche K, Chapman-Rothe N. H1-antihistamine-refractory chronic spontaneous urticaria: it's worse than we thought – first results of the multicenter real-life AWARE study. Clin Exp Allergy. 2017 May;47(5):684-692.
  5. Vietri J, Turner SJ, Tian H, Isherwood G, Balp MM, Gabriel S. Effect of chronic urticaria on US patients: analysis of the National Health and Wellness Survey. Ann Allergy Asthma Immunol. 2015 Oct;115(4):306-11.
  6. Zuberbier T, Aberer W, Asero R et al. The EAACI/GA²LEN/EDF/WAO Guideline for the Definition, Classification, Diagnosis and Management of Urticaria. The 2017 Revision and Update. Allergy. 2018 Jan 15.
  7. O'Donnell BF, Lawlor F, Simpson J et al. The impact of chronic urticaria on the quality of life. Br J Dermatol 1997;136:197–201.
  8. Kaplan AP. Therapy of chronic urticaria: a simple, modern approach. Ann Allergy Asthma Immunol. 2014 May;112(5):419-25
  9. Greaves M. Chronic urticaria. Allergy Clin Immunol 2000;105:664–72.
  10.  Metz M, Maurer M. Curr Opin Allergy Clin Immunol 2012;12:406–11.
  11. Kaplan AP, Greaves M. Clin Exp Allergy 2009;39:777–87.
  12. Estudo realizado pela IPSOS BRASIL PESQUISAS DE MERCADO LTDA com 1.200 entrevistas, homens e mulheres, metodologia quantitativa, face-a-face, domiciliar, realizada mensalmente em 72 municípios em todo o Brasil. Amostra probabilística, com cota no último estágio de seleção e margem de erro de ±3 pontos percentuais, representativa da população brasileira de áreas urbanas de acordo com dados oficiais do IBGE (Censo 2010 e PNAD 2014).
  13. Honda T, Nomura T, Kabashima K. Advances in atopic dermatitis and urticarial in 2016. J Allergy Clin Immunol. 2017 Aug;140(2):369-376.
  14. Estudo qualitativo realizado pela IPSOS BRASIL PESQUISAS DE MERCADO LTDA em maio de 2018.

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