Informações essenciais para prevenir e tratar a
doença
Apesar de a Hipertensão Arterial Sistêmica, popularmente conhecida como
pressão alta, ser uma das disfunções mais prevalentes na população, ela ainda
segue negligenciada e causa consequências sérias que podem levar à
incapacitação e morte. Uma triste realidade que leva a Sociedade
Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) a reunir dados
essenciais para o esclarecimento do público leigo, a fim de estabelecer medidas
de prevenção e melhor atendimento das intercorrências geradas pela doença.
“No Brasil, cerca de 36 milhões (32,5%) de indivíduos adultos são
hipertensos, sendo mais de 60% idosos, o que contribui direta ou indiretamente
para 50% das mortes por doença cardiovascular (¹) devido a alterações na função
do coração, o que inclui as arritmias cardíacas. Entre 80 a 90% das mortes
súbitas cardíacas (MSC) são consequência de algum tipo de arritmia. Além disso,
a hipertensão é um dos principais fatores de risco para a ocorrência da
fibrilação atrial, que pode estar ligada à ocorrência de Acidente Vascular
Cerebral (AVC)”, relata o cardiologista membro da SOBRAC,
Dr. Cristiano Pisani.
A grande maioria dos casos de pressão alta é assintomática, do tipo
primária, geneticamente determinada, com pessoas sensíveis ao excesso de
sal/sódio. Mas a hipertensão também pode ser secundária, em decorrência de
doenças renais, por exemplo, entre outras. Assim, conhecer a sua origem é
fundamental para a adoção de medidas preventivas e introdução ao tratamento
adequado.
O que é importante saber:
1 – O que é Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)?
A hipertensão é caracterizada por elevação sustentada dos níveis de
pressão arterial, acima de 140x90 mmHg (milímetro de mercúrio) – popularmente
conhecida como 14/9. O primeiro número se refere à pressão máxima ou sistólica,
que corresponde à contração do coração; o segundo, à pressão do movimento de
diástole, quando o coração relaxa.
Embora a HAS primária não tenha cura, pode ser controlada com
medicamentos e algumas mudanças no estilo de vida do paciente. Já a HAS
secundária pode ser curável, dependendo da causa.
2 - Como diagnosticar a doença?
A hipertensão é diagnosticada pela aferição da pressão arterial,
que deve ser realizada por um médico e/ou outros profissionais capacitados da
saúde. É imprescindível a utilização de técnicas adequadas, além de
equipamentos “calibrados” e validados. No consultório, o médico inicia a
avaliação fazendo a anamnese, ou seja, averiguando o histórico médico pessoal e
familiar do paciente, seguido de um exame físico. Também podem ser necessários
exames laboratoriais e outros subsidiários.
3 – Quais os sintomas da pressão alta?
Na maioria dos pacientes a pressão alta é assintomática, mas os
pacientes em algumas situações apresentam dor ou pressão na cabeça,
especialmente na nuca, sangramento nasal, cansaço excessivo aos esforços,
tonturas, fadiga e inquietação, características que podem facilmente ser
confundidas com ansiedade.
4 – O que pode causar a hipertensão?
Hereditariedade, envelhecimento, obesidade, apneia obstrutiva do
sono, excesso no consumo de sal em pessoas sensíveis e estresse são as causas
mais comuns. Tabagismo, consumo exagerado de bebida alcoólica e sedentarismo
também interferem no desenvolvimento da pressão alta.
Outros fatores são doenças prévias, como problemas renais, o
hipertireoidismo, uso excessivo de anti-inflamatórios não-hormonais,
corticosteroide e alguns tipos de anticoncepcionais. Um ponto interessante é
que as causas de hipertensão são as mesmas da fibrilação atrial.
5 - Quais as consequências da pressão alta?
A mais conhecida é o Acidente Vascular Cerebral
(AVC), popularmente chamado de derrame, e a segunda maior causa de mortes em
todo mundo. Pode ocorrer tanto pela ruptura dos vasos sanguíneos, resultando em
hemorragias ou acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos, como pela
fibrilação atrial (FA), arritmia cardíaca com riscos de formação de coágulos no
interior dos átrios que, ao se desprenderem pela corrente sanguínea, entopem as
artérias cerebrais e causam a isquemia (AVC isquêmico).
Atualmente a FA tem incidência em 2,5% da população
mundial, o equivalente a 175 milhões de pessoas, e é encontrada principalmente
na terceira idade.
6 - Qual o tratamento da pressão alta?
A hipertensão pode ser controlada com medidas multiprofissionais, que
contemplem medicações especificas e mudanças de hábitos alimentares, além de
atividade física.
O diagnóstico preciso e o melhor método de tratamento devem ser
orientados por um clínico ou cardiologista. É importante que o paciente siga as
recomendações médicas, não se automedique e nem interrompa o uso de
medicamentos recomendados para o controle da doença.
Dr. Cristiano Pisani - médico
eletrofisiologista habilitado pela SOBRAC, doutor em cardiologia pela FMUSP e
médico assistente da Unidade de Arritmia do Incor/HC/FMUSP.
Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) www.sobrac.org
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