Pesquisas indicam que cada vez mais
empresas veem esse momento como uma forma de humanizar o local de trabalho e
motivar; para especialista em desenvolvimento humano, a pausa para o café é
oportunidade de integração
Créditos: Envato Elements
Um café no meio do
expediente sempre ajuda a revigorar, espantar o sono e manter a atenção no
trabalho. Mas, além dos benefícios do café como estimulante, o famoso
“cafezinho” já vem sendo visto como positivo para a interação e produtividade
de uma equipe.
Desde 2010, cientistas
britânicos já comprovaram que a chamada pausa para o “cafezinho” durante o dia,
antes associada à procrastinação, na verdade é benéfica para o rendimento e a
concentração dos funcionários, assim como o bom desempenho dos colaboradores
dentro da empresa.
Em 2018, pesquisadores da
Ohio State University, nos Estados Unidos, realizaram um novo estudo, que foi
publicado no Journal of Psychopharmacology e comprovou que indivíduos que
tomam uma xícara de café antes de se envolverem em uma tarefa em equipe
trabalham de maneira mais construtiva com seus colegas.
Os pesquisadores convidaram
estudantes de graduação para dois testes, onde eles se engajaram em uma
discussão em grupo para falar sobre o desempenho de sua equipe. O estudo
comprovou que os participantes que beberam café antes da atividade tenderam a
avaliar o seu próprio desempenho, assim como o dos membros de sua equipe, mais
positivamente do que os indivíduos que só podiam tomar café depois dessa
tarefa.
Também foi descoberto pelo
estudo que os participantes que ingeriram cafeína se sentiram mais energizados
e alertas, e que isso pode fazer as pessoas se sentirem mais positivas sobre si
mesmas e sobre os outros em um ambiente de grupo.
Café ajuda a humanizar
empresas
Contudo, nem sempre foi
assim. Há alguns anos, o famoso “break” para o cafezinho era encarado como um
dos fatores que levavam à queda da produtividade dos colaboradores. A
especialista em desenvolvimento humano Susanne Anjos Andrade, autora do
best-seller “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”, vê com bons olhos essa
mudança no viés no mundo corporativo sobre o cafezinho, que ajuda a humanizar o
ambiente de trabalho.
“Infelizmente, até hoje
ainda existem companhias que vêem o café como distração ou perda de tempo. Mas,
de forma geral, a tendência tem sido encarar esse momento de forma positiva. As
empresas estão percebendo que humanizar o ambiente de trabalho ajuda na
satisfação dos membros da equipe e, com isso, garante um melhor desempenho de
todos. E a pausa para o café com colegas e gestores faz parte disso”, comenta
ela.
Para Susanne, a falta de
interação em uma equipe pode prejudicar o desempenho no ambiente de trabalho.
“Muitas vezes a pessoa trabalha em uma empresa e se sente sozinha, o que afeta
o seu desempenho e a vontade de ir trabalhar. O café ajuda na socialização
entre os funcionários", explica.
Oportunidade de troca
Na visão da especialista, a pausa para o café
pode ser não só um momento de descontração durante o expediente, mas também uma
oportunidade de troca e aproximação entre funcionários e gestores. “É o momento
em que os diretores e gerentes têm a oportunidade de se aproximarem dos
colaboradores e criar espaço para que eles exponham suas ideias, bem como
outras interações pessoais as quais queiram dividir entre si”, analisa.
Para Susanne, um simples “cafezinho” é capaz de
mudar totalmente a forma de interação de uma equipe, estreitando laços e
criando um ambiente mais saudável no cotidiano da empresa, dessa forma
melhorando os resultados, aumentando a produtividade e a felicidade de todos.
“Profissionais satisfeitos e bem-resolvidos são muito mais produtivos”,
finaliza.
Susanne Anjos Andrade -
Autora dos best-sellers "O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil",
recém-lançado pela Editora Gente, e "O Segredo do Sucesso é Ser
Humano", e do livro digital "A Magia da Simplicidade". É coach,
palestrante e professora de cursos de MBA pela Faculdade de Informática e
Administração Paulista (FIAP) em disciplinas sobre carreira, coaching e
liderança. Também é sócia-diretora da A&B Consultoria e Desenvolvimento
Humano, empresa que criou o "Modelo Ágil Comportamental", e parceira
da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP).
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