Atividades com música auxiliam a
ressignificação de histórias, momentos e sentimentos, e a socialização de
alguns pacientes que têm algum sentimento ou comportamento de isolamento
Quem nunca ouviu a frase motivacional “quem canta os males
espanta”? A citação de quatro séculos em Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de
Cervantes, é uma afirmação tão corriqueira quanto verdadeira. A música é uma
poderosa ferramenta quando associada a atividades terapêuticas direcionadas aos
idosos, como a musicoterapia.
“Fazer música é em geral prazeroso, nos ajuda a lidar
melhor com nossos sentimentos, e facilita a comunicação e a socialização”,
observa o musicoterapeuta Lucas Viveiros
Gabriele, profissional responsável pelas sessões de musicoterapia do
Residencial Santa Cruz.
A musicoterapia é uma terapia
complementar em que se utiliza música e seus elementos (ritmo, melodia e
harmonia), sons e até expressões não-verbais (movimentos, expressões corporais,
gestos) para criar um canal de comunicação com o paciente. Através dela, se dá
o processo terapêutico que pode ter diversos objetivos, como estimular a
memória, coordenação motora, atenção, percepção ou até facilitar o
autoconhecimento do paciente para lidar melhor com seus sentimentos e emoções.
No Residencial Santa Cruz, moradia para pessoas com mais
de 60 anos, em pouco mais de um ano desde o início dos atendimentos da
musicoterapia, já se observa uma evolução comportamental e funcional de seus
moradores. “Pacientes com dificuldades na fala soltam a voz durante as sessões,
aumentando sua capacidade de dicção das palavras. E também observamos ganhos
principalmente na coordenação motora, atenção, memória e humor dos residentes”,
avalia Lucas Viveiros Gabriele.
Com atendimento semanal e sessões com uma hora de duração, a
musicoterapia é uma das atividades mais esperadas pelos moradores do
Residencial, que se divertem muito. “O foco
terapêutico é favorecer a qualidade de vida dos residentes, o que envolve preservar as funções mentais desses idosos, e a
música é a atividade humana que mais estimula o Sistema Nervoso Central,
auxiliando na prevenção de algumas patologias típicas dessa fase da vida e como
terapia complementar de reabilitação nos casos de patologias demenciais”,
observa Gabriele.
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