Estima-se
que 40% da população brasileira sofra de dispepsia, também conhecida como
indigestão, que é o desconforto depois de comer
Segundo dados da Federação
Brasileira de Gastroenterologia, o aparecimento de sintomas dispépticos –
sinais de indigestão – é um dos problemas clínicos mais frequentes, afetando
mais de 15% da população ocidental, dependendo do país analisado. No Brasil,
estudos epidemiológicos mostraram que em torno de 40% da população apresenta
sintomas dispépticos. Geralmente estão relacionados a uma gastrite, que é uma
inflamação, infecção ou erosão do revestimento do estômago. Ela pode surgir
subitamente, na chamada gastrite aguda, ou se estender por meses e até mesmo
anos, no caso da gastrite crônica.
A doença acontece quando ocorre a quebra da
barreira que protege a parede gástrica, permitindo que os sucos digestivos
produzidos pelo estômago causem danos ao tecido que o reveste. Essa quebra pode
acontecer pelo uso de medicamentos anti-inflamatórios, pela bactéria helicobacter
pylori ou doenças autoimunes. Em países industrializados, a população
infectada pela bactéria representa de 20 a 50%. Já em países em
desenvolvimento, essa taxa pode chegar a 80%.
Queimação, azia, náusea, vômitos, falta de
apetite, dor abdominal, arrotos e sensação de estufamento são as principais
reclamações de quem sofre de dor no estômago. O desconforto esporádico, porém,
não é suficiente para o diagnóstico de gastrite. Esses sinais, quando
ocasionais e temporários, não são suficientes para determinar que uma pessoa
tenha a doença. No entanto, quando os sintomas persistem, é necessário procurar
um médico para chegar ao diagnóstico, que é realizado por meio de uma
endoscopia.
“Quando esses indícios
aparecem com frequência e chegam a interferir no dia a dia da pessoa, ela deve
procurar um especialista. É importante lembrar também que nunca se deve
realizar a automedicação”, afirma o gastroenterologista do Seconci-SP, dr.
Moacir Augusto Dias.
Segundo o especialista,
alguns hábitos saudáveis podem ajudar na prevenção da gastrite, dificultando o
surgimento da doença. “É importante se alimentar em horários regulares e sem um
intervalo de tempo muito grande entre uma refeição e outra; comer devagar e
evitar comida muito quente; além de lavar bem os alimentos antes de
ingeri-los”, afirma.
Alguns alimentos que
contêm grande acidez como pimenta, cafeína (café preto, chá preto e chocolate),
molho de tomate, condimentos, frutas cítricas, refrigerantes e vinagre devem
ser evitados por quem tem gastrite.
A seguir, mais algumas
dicas do Seconci-SP para prevenir a doença:
· -Evitar o uso prolongado de ácidos
(ex. ácido acetil salicílico, o AAS) e de anti-inflamatórios. Se for necessário
fazer uso diário desses medicamentos, pode-se fazer necessário o uso de
protetor gástrico;
· -
Após o jantar, esperar duas horas
para deitar;
· -
Evitar o uso de bebidas alcoólicas e
cigarro;
· -
Não se automedicar;
· -
Não interromper o tratamento;
· -
Seguir orientações médicas.
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