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segunda-feira, 20 de maio de 2019

Dia Nacional de Combate ao Glaucoma ressalta gravidade da doença


Considerada a segunda maior causa de cegueira no mundo, perdendo somente para a catarata, o glaucoma é considerado um dos distúrbios mais traiçoeiros da oftalmologia, por afetar a visão lentamente e raramente apresentar sintomas. Para ressaltar a gravidade da doença e mostrar a importância da prevenção, dia 26 de maio, comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma.

“O glaucoma é uma doença causada pela lesão do nervo óptico relacionada à pressão ocular alta, onde há perda de fibras nervosas”, explica o oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio. O nervo óptico, por sua vez, é um feixe de fibras que leva a percepção visual, captada pelo olho na retina, até uma região no cérebro responsável pela formação da imagem.

Segundo o médico, o glaucoma costuma afetar pessoas acima de 35 anos. Geralmente o quadro é crônico e assintomático. “Às vezes o paciente só percebe a perda de visão quando mais de 90% das fibras já estão comprometidas. É uma doença que evolui muito rapidamente e pode causar cegueira irreversível”, esclarece o oftalmologista. Em alguns casos, a doença se manifesta subitamente e de forma aguda. Nesse caso, pode vir acompanhada de dor intensa, náuseas, vômitos, hiperemia (vermelhidão), lacrimejamento, e baixa de visão.

A doença é detectada por meio de exame clínico oftalmológico completo, com avaliação do nervo óptico, e exames complementares como campo visual, tonometria, paquimetria e OCT (tomografia do nervo óptico). Havendo o diagnóstico precoce, o tratamento torna-se mais eficiente.

O glaucoma pode ser primário ou secundário a outras doenças (tumores de retina, trauma, síndromes congênitas, uso de corticoide, entre outras). O tipo primário se divide ainda em glaucoma de ângulo aberto e glaucoma de ângulo fechado.


Tratamento

Ainda sem cura, o controle do Glaucoma é realizado principalmente com colírio sob prescrição. Se a doença progredir ou o paciente deixar de responder ao tratamento com colírio, a única solução disponível até pouco tempo era uma cirurgia altamente invasiva e de longa recuperação. Agora, um microimplante tem apresentado resultados eficazes sem precisar expor a parte interna dos olhos nem dar pontos.

Hilton Medeiros explica que a Cirurgia Minimamente Invasiva para Glaucoma (Migs) é um avanço para o tratamento da doença. "Fazemos uma pequena incisão de 1,5 mm, encostamos no trabeculado (área de filtração) uma caneta com iStent (micro implante) e o injetamos. O dispositivo fica preso, fazendo a comunicação entre o interior dos olhos e o canal de drenagem", explica o médico.

O microimplante ajuda a restaurar o fluxo do líquido natural ocular e reduz a pressão interna dos olhos, consequentemente pode diminuir a necessidade de medicamentos. "Normalmente só o iStent já resolve o problema e evitamos ter que abrir o olho do paciente para fazer uma cirurgia altamente invasiva", diz o especialista.

Segundo ele, o pós-operatório é bastante tranquilo pois, diferentemente da cirurgia tradicional do glaucoma, nesta técnica não existe cortes na conjuntiva e na esclera, então não há pontos. "O paciente precisa ficar de repouso apenas no dia do procedimento. No dia seguinte já pode trabalhar normalmente", diz Hilton Medeiros, apontando que o perfil de segurança do procedimento é elevado e que o trauma no tecido-alvo é mínimo.


Sobre o Glaucoma

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma atinge cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo. Atualmente, cerca de 8,4 milhões de pessoas estão cegas devido ao glaucoma. No Brasil, a doença atinge 2 a 3% dos indivíduos acima de 40 anos, o que corresponde a aproximadamente 1 milhão de pessoas e estima-se um crescimento de 50% nos próximos cinco anos devido ao envelhecimento da população brasileira.

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