Pesquisa científica avança com microscopia de ponta
e exames periódicos ajudam a detectar doença a tempo de ser curável;
radioterapia intraoperatória, tratável pelo SUS, é opção menos invasiva contra
o câncer de mama, ainda o que mais mata mulheres no Brasil
Radioterapia intraoperatória -
menos invasiva que procedimento tradicional_Foto: Divulgação ZEISS
Em 4 de fevereiro é celebrado o Dia Mundial de
Combate ao Câncer, data que estimula a prevenção da doença por meio da realização
de exames de rotina, que impactam positivamente no diagnóstico precoce e
consequente tratamento para possível cura da enfermidade. Como desenvolvedora
de microscópios ultramodernos utilizados para pesquisas e diagnósticos e também
de equipamento de radioterapia intraoperatória, procedimento menos invasivo na
remoção de tumores cancerígenos em estágio inicial, a alemã ZEISS,
referência mundial em tecnologia médica, chama a atenção para a campanha global
de conscientização e prevenção do câncer e discute os avanços tecnológicos no
combate à doença.
Por algum tempo, inovações e saltos no
desenvolvimento de medicamentos e métodos diagnósticos resultaram em melhorias
na detecção e terapia precoce do câncer, doença que faz mais de 18 milhões de
novos pacientes por ano no mundo, sendo de 30% a 50% dos casos evitáveis,
segundo pesquisa de 2018, da Organização Mundial da Saúde. Além disso, a eficácia e a tolerabilidade de tratamentos
contra a enfermidade foram aprimoradas, em grande parte graças a estudos em
microscopia avançada --que ajudam a entender como as células saudáveis são
diferentes das células cancerosas, monitorando processos dinâmicos no ciclo
celular.
A pesquisa mais inovadora usando
microscópios para desvendar o ciclo celular, de Sir Paul M. Nurse, Leland H.
Hartwell e Timothy Hunt, recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em
2001 e rende ainda hoje novas vertentes de estudos sobre alterações
cromossômicas identificadas em células cancerosas, caminho para o
desenvolvimento de novas soluções para o tratamento de cânceres.
Exemplo de inovação neste sentido é o trabalho realizado pela universidade Johns Hopkins
Medicine, nos EUA, com foco no câncer de
mama. Liderado pela doutora Saraswati Sukumar, a equipe desenvolve pesquisa
laboratorial para obter o perfil molecular do câncer de mama e aplicar esse
conhecimento à detecção precoce, ao diagnóstico e à terapia da doença.
“Minha pesquisa levou à maior compreensão sobre a
função do gene HOX no desenvolvimento e na progressão do câncer de mama, e a
microscopia detalhada específica desempenha um grande papel no estudo.
Juntamente com minha equipe, identifiquei e apliquei marcadores genéticos
metilados no sangue e tecido para detecção precoce da doença. O objetivo é
criar clínicas de rastreamento para diagnóstico e tratamento de mulheres usando
tecnologia automatizada para detectar e testar a lesão no local”, declara
Saraswati.
CÂNCER DE MAMA NO
BRASIL
No Brasil, o câncer de mama permanece
sendo o câncer que mais leva mulheres a óbito --foram 18.068 mortes em 2019--,
último levantamento divulgado pelo Inca, que estima ainda
a existência de 66.280 novos casos em 2021. Soluções inovadoras, portanto, abrem caminho para
transformações quando somadas às demais iniciativas viáveis para o controle da
doença.
Ao mesmo tempo, a adoção de hábitos
preventivos continua sendo um caminho que pode fazer diferença nos
desdobramentos de exames e diagnósticos: ainda em território nacional, em 2020,
o Inca aponta que cerca de 8.000 casos da doença tiveram relação direta com
fatores comportamentais. É o equivalente a 13,1% dos 64 mil novos casos
registrados, no período, em mulheres a partir de 30 anos de idade. A maior fração deste índice foi atribuída à inatividade
física (4,6%); na sequência, aparecem o não aleitamento materno (4,4%), o
excesso de peso (2,5%) e a ingestão de bebidas alcoólicas (1,8%).
“Pacientes mais obesos, por exemplo,
tendem a ter uma retenção maior de hormônios, e muitos dos tumores da mama têm
receptores hormonais. Esse acúmulo de hormônios (estrógeno e progesterona) em
células gordurosas, portanto, podem vir a tornar um câncer mais agressivo. Por
outro lado, a amamentação produz hormônios internos, a partir da endorfina, que
levam a uma maior proteção mamária”, diz o radioncologista Antônio Cassio Assis
Pellizzon, head de radioterapia do Hospital AC Camargo Câncer Center, de São Paulo.
Desta forma, um estilo de vida mais
saudável tanto em alimentação quanto em atividade física é recomendável pelos
especialistas como forma de evitar o desenvolvimento da doença. Outra
orientação é manter os exames de toque, mas também mamografias e ressonâncias
em dia, visto que são diversos os fatores que podem originar o tumor.
“Identificado na fase mais precoce, o câncer de mama
tem mais chance de ser tratado com novas tecnologias. Em especial, a
radioterapia intraoperatória, que elimina a necessidade, na quase totalidade
dos casos, de pacientes voltarem ao hospital após a cirurgia para fazer
irradiação externa”, diz Pellizzon.
TRATAMENTO EM ESTÁGIOS
INICIAIS
Regulamentada por portaria do Ministério da Saúde
(n° 1.354, de 4 de outubro de 2016), a radioterapia intraoperatória já autoriza
tratamento pelo SUS¹, sendo ainda oferecida em hospitais e operadoras de saúde
privados. A liberação de seu uso é justamente para casos em que o câncer se
encontra em estágio inicial, para ser aplicada durante a cirurgia de retirada do
tumor. Sua função é tratar o chamado leito tumoral para evitar a volta da
anormalidade naquele ponto, com o cuidado de não danificar as células saudáveis
ao seu redor.
“É uma das técnicas mais avançadas que temos para estes casos, hoje, e sem
dúvida é a que gera mais conforto a pacientes. Porque no momento da cirurgia a
radioterapia já é realizada localmente, poupando todos os tecidos que estão
entre o campo de radiação e o local de que foi retirado o tumor. De 85% a 90%
dos casos, esta única aplicação com tempo médio de 30 minutos basta. Em
comparação com os moldes tradicionais, de feixe externo (EBRT), que pedem até
30 sessões após a cirurgia, é uma vantagem muito grande”, esclarece Pellizzon.
Aplicada com o moderno equipamento da ZEISS,
o INTRABEAM® --desde que a paciente atenda aos critérios
estabelecidos pelo cirurgião (considerando itens como idade e avanço do
tumor)--, esta radioterapia intraoperatória também agrega a vantagem de não
exigir deslocamentos do centro cirúrgico a outro setor, como o de radiologia.
“O INTRABEAM permite irradiar, de uma só vez, toda a área onde o tumor se
encontra, sem comprometer o tecido saudável e ainda garantindo que a paciente
não precise se submeter a diversas sessões de radioterapia. É uma verdadeira
revolução, sobretudo no cenário atual, em que muitas pessoas têm medo de sair
de casa. Os benefícios clínicos, sociais, financeiros e psicológicos são enormes”,
explica Luciana Lima, Business Development Manager da ZEISS.
Disponível no Brasil desde 2013, a tecnologia
possui um aplicador em formato esférico e pode ser usada em diversos tipos de
tumor, promovendo a melhoria na qualidade de vida dos pacientes, que retornam
ao convívio social e às atividades cotidianas mais rapidamente.
O INTRABEAM® é utilizado no tratamento
do câncer em diversos hospitais do país, como AC Camargo Câncer Center (SP),
Hospital Oswaldo Cruz (SP), rede Prevent Senior (SP) e Instituto de Mastologia
e Oncologia (GO). Além disso, pacientes da rede pública podem usufruir da
tecnologia por meio de parcerias entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os
hospitais que contam com o equipamento, em conformidade com a Portaria n°
1.354/SAS/MS. Ao todo, mais de 50.000 mulheres em todo o mundo receberam
tratamento IORT por meio do INTRABEAM®, com excelentes resultados.
ZEISS
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