Pesquisar no Blog

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Criminosos lucram cerca de US$ 10 milhões em esquemas de engenharia social envolvendo criptomoedas


Os especialistas da Kaspersky Lab desmascararam uma vertente de fraude relativamente nova: a evolução das criptomoedas não atrai apenas os investidores, mas também criminosos virtuais que desejam incrementar seus lucros ao máximo. Durante o primeiro semestre de 2018, os produtos da Kaspersky Lab bloquearam mais de 100 mil atividades relacionadas a criptomoedas em bolsas de valores e outras fontes falsas. Os criminosos tentam envolver cada vez mais usuários desavisados em esquemas fraudulentos. 



O fenômeno das criptomoedas e o crescimento de um público entusiasmado com o tema, não passaram desapercebidos pelos criminosos virtuais. Para alcançar seus objetivos, eles costumam usar técnicas clássicas de phishing, mas muitas vezes vão além dos cenários ‘comuns’ que já conhecemos. Inspirados pelos investimentos em ofertas iniciais de moedas virtuais (ICO, Initial Coin Offering) e pela distribuição gratuita de moedas criptografadas, os criminosos virtuais têm conseguido explorar os entusiasmados proprietários de criptomoedas e os novatos no ramo.

Um dos alvos mais populares são os investidores em ICOs, que desejam investir seu dinheiro em startups a fim de obter grandes lucros no futuro. Para esse grupo, os criminosos virtuais criam páginas da Web falsas que simulam os sites de projetos oficiais de ICO ou tentam obter os contatos do projeto para enviar um e-mail de phishing com o número de uma carteira eletrônica para a qual os investidores devem enviar criptomoedas. Os ataques mais bem-sucedidos usam projetos de ICO renomados. Por exemplo, criminosos exploraram a ICO Switcheo usando uma proposta de distribuição gratuita de moedas para roubar mais de US$ 25.000 em criptomoeda depois de espalhar o link usando uma conta falsa no Twitter.

Um outro exemplo foram os sites de phishing criados para o projeto de ICO OmaseGo, em que os golpistas ganharam mais de US$ 1,1 milhão em moeda criptografada. Igualmente interessante para os criminosos foram os boatos envolvendo uma ICO do Telegram, que resultou na criação de centenas de sites falsos que para recolher "investimentos".

Uma outra tendência disputada envolve os golpes de distribuição de criptomoeda. Segundo esse método, é solicitado que as vítimas enviem uma pequena quantidade de moeda criptografada em troca de um valor muito maior da mesma moeda no futuro. Os criminosos usaram até contas de pessoas famosas nas mídias sociais, como o magnata dos negócios Elon Musk e o fundador do sistema de mensagens instantâneas, Telegram, Pavel Durov. Com essas contas falsas ou as respostas a Tweets de usuários legítimos usando contas falsas, os criminosos conseguem confundir os usuários do Twitter, fazendo com que caiam no golpe e cliquem em respostas de contas fraudulenta.





Segundo as estimativas aproximadas da Kaspersky Lab, no último ano, os criminosos conseguiram ganhar mais de 21.000 ETH (a criptomoeda Ether, que usa o blockchain gerado pela plataforma Ethereum), o que equivale a mais de US$ 10 milhões pela taxa de câmbio atual, usando os esquemas descritos. E essa soma não considera os ataques de phishing clássicos ou os exemplos que envolvem a geração de endereços individuais para cada vítima.

Os resultados de nossa pesquisa mostram que os criminosos virtuais conseguem se atualizar e desenvolver seus recursos para obter os melhores resultados possíveis com o phishing de criptomoeda. Esses novos esquemas de fraude baseiam-se em métodos simples de engenharia social, mas se destacam dos ataques de phishing comuns porque rendem milhões de dólares aos criminosos. O sucesso alcançado sugere que os criminosos sabem como explorar o fator humano, que é um dos elos mais frágeis da cibersegurança, para lucrar com o comportamento dos usuários”, diz Nadezhda Demidova, analista chefe de conteúdo da Web da Kaspersky Lab. 

Para proteger suas moedas criptografadas, os pesquisadores da Kaspersky Lab recomendam que os usuários sigam algumas regras simples:

• Lembre-se de que nada é de graça e seja cético em relação às ofertas que parecem boas demais para ser verdade;

• Confira nas fontes oficiais se há informações sobre a distribuição gratuita de moedas criptografadas. Por exemplo, se você encontrar informações sobre a distribuição de moedas em nome do ecossistema de blockchain Binance, que foi invadido recentemente, acesse uma fonte oficial para confirmar;

• Verifique se há terceiros vinculados às transações da carteira para a qual você planeja transferir suas economias. Uma forma de fazer isso é usando os navegadores de blockchain, como etherscan.io ou blockchain.info, que disponibilizam informações detalhadas sobre qualquer transação de criptomoeda e permitem identificar se uma carteira específica pode ser perigosa;
• Sempre verifique os endereços dos hiperlinks e os dados na barra
 de endereço do navegador. Pode ser, por exemplo, “blockchain.info”, mas não “blackchaen.info”;

• Salve o endereço de sua carteira eletrônica em uma guia e a acesse a partir daí para não correr o risco de errar o endereço e acabar entrando por acaso em um site de phishing.

Para saber mais sobre o desenvolvimento do phishing de moeda criptografada, leia a postagem no blog em Securelist.com







Kaspersky Lab
www.kaspersky.com.br


 


Empresas vivendo menos, pessoas vivendo mais


No ano de 1900, a expectativa de vida de um brasileiro ao nascer era de apenas 33 anos. Em 1940, era de 43 anos. Apesar de o país ser pobre e atrasado, a expectativa de vida no Brasil em 2016 atingiu 75,8 anos. As pessoas estão vivendo mais, muito mais. É uma mudança radical, que tem impactos no mercado de trabalho, na previdência, na saúde, nas finanças pessoais e, de resto, em todos os aspectos econômicos e sociais. Praticamente nenhum setor deixará de ser impactado pelas mudanças demográficas e pela expectativa de vida. Viver mais pode ser uma dádiva, desde que você entenda o que está acontecendo e saiba lidar com as consequências.

Em relação às empresas abertas no território brasileiro, 60% delas morrem antes de completar cinco anos. Em setembro de 2016, a revista Exame publicou matéria sobre as empresas instaladas no Brasil que tinham mais de 100 anos idade: eram apenas 34. No atual mundo instável e de revolução tecnológica constante, as empresas estão vivendo menos. Hoje, até mesmo gigantes, como a General Motors, estão morrendo mais cedo. Há seis ou sete décadas, as empresas duravam mais, os trabalhadores ingressavam em um trabalho e só saíam ao se aposentar. Esse tempo acabou.

Duas perguntas se impõem: (a) por que esses fenômenos estão ocorrendo? (b) quais as consequências para nossa vida pessoal? Quanto à primeira pergunta, há algo interessante: os dois fenômenos que estão fazendo as pessoas viverem mais são os mesmos que fazem as empresas viverem menos. Esses fatores são: o progresso da ciência e a revolução tecnológica. A explosão de conhecimentos científicos que se seguiu à descoberta do antibiótico por Alexander Fleming em 1928 e a revolução tecnológica no mundo da farmacologia, das ciências médicas e das condições sanitárias mudaram por completo a expectativa de vida dos humanos. Muito breve teremos uma legião de pessoas com mais de 100 anos.

Pois a evolução das ciências e a monumental explosão das tecnologias estão jogando uma multidão de empresas no leito de morte. Os exemplos são muitos. As grandes fábricas de automóveis – General Motors, Volkswagen, Ford e outras – nasceram com a revolução na eletricidade no fim do século 19 e a invenção do motor a combustão interna, e viveram tranquilas por décadas. A maioria não previu que, nos anos 1980, os japoneses viriam a ferir de morte a indústria automobilística norte-americana dentro do próprio Estados Unidos. O deslumbre com o sucesso impediu que os executivos do setor de automóveis percebessem a onda tecnológica que vinha em sua direção.

No mundo atual, algo parecido está ocorrendo. A explosão de descobertas e invenções vem criando uma revolução tecnológica permanente, sem data para acabar, que vai sangrar milhões de empresas em todo o mundo. Uma consequência é certa: milhões de trabalhadores perderão seus empregos mais de uma vez durante sua vida. Como a vida está mais longa, é recomendável questionar sobre como se preparar para enfrentar essa realidade e construir uma aposentadoria tranquila.

Em verdade, primeiro devemos pensar sobre como resolver o problema de sustentar a nós e nossa família durante o tempo de trabalho, que não será mais de apenas 35 anos; para quem tiver saúde, o período de trabalho será de 50, 60 anos. Os sistemas de previdência social tal como existem hoje vão desaparecer, é uma questão de tempo. Mais cedo ou mais tarde, as duas previdências, a do INSS (trabalhadores privados) e a dos servidores públicos, vão ser reformadas. Ou fazemos isso ou o país vai afundar na pobreza. Não é uma questão ideológica. É imposição da realidade dos fatos.

Não há nada mais antigo e mais atrasado do que esse embate tosco entre esquerda e direita (se é que existe isso no Brasil), uns dizendo que a previdência está falida e tem de ser reformada e outros dizendo que não. É o caso de perguntar quantos dessa gente observam o mundo, estudam, analisam e adquirem conhecimentos necessários para um debate inteligente. Certamente, bem poucos.

Quanto aos empreendedores, eles também devem pensar sobre como prolongar a vida de suas empresas. As mudanças pelas quais o mundo está passando exigem que as pessoas se adaptem e as empresas também. Teimar contra os fatos não é bom caminho.





José Pio Martins - economista e reitor da Universidade Positivo (UP).



Por escolhas mais saudáveis, Anvisa quer mudar regras da rotulagem dos alimentos

Alimentos ricos em sódio, açúcares, gorduras saturadas e outros nutrientes críticos à saúde em breve vão ter de trazer essas informações estampadas em seus rótulos em forma de alerta ao consumidor. As mudanças nesse sentido foram sinalizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e têm como objetivo garantir uma escolha mais informada na hora da compra.

Com o aumento do nível de informação, espera-se que o brasileiro passe a optar por alimentos realmente mais saudáveis e bons para a saúde. “Informação é fundamental para o consumidor. Sem isso, muitas vezes, ele acaba fazendo escolhas que não são adequadas. Quanto mais informação para a população, mais escolhas saudáveis ela poderá fazer”, avalia o endocrinologista fundador do Centro de Diabetes Curitiba e diretor da Unimed Laboratório, Mauro Scharf.


Problemas e soluções

De forma geral, as embalagens dos alimentos no Brasil escondem as tabelas nutricionais e destacam apenas os aspectos positivos do alimento, mascarando os negativos. Além disso, não existe uma padronização em relação às porções usadas como referência e essas, geralmente, não refletem a quantidade consumida.

Esses problemas e os novos modelos de rotulagem sugeridos estão no Relatório Preliminar de Análise de Impacto Regulatório de Rotulagem Nutricional – aprovado no fim de maio pela Anvisa. O documento está aberto ao público na página da agência, que também abriu um processo de consulta pública – espécie de pesquisa sobre o tema, que ajudará na elaboração do texto final da regulamentação e que deve ser encerrado ainda esta semana.

Entre as propostas de mudanças nos rótulos já apresentadas pela Anvisa, a que deverá ter mais impacto visual é a adoção de uma rotulagem nutricional complementar que informe o alto teor de açúcares adicionados, gorduras saturadas ou sódio. A informação deverá vir estampada na frente da embalagem, em modelo a ser definido pela Agência.

A base para o cálculo dos nutrientes também passará a ser padronizada: 100g para sólidos e 100ml para líquidos. Essa padronização das porções facilitará a comparação entre os alimentos e evitará que os nutrientes ruins sejam mascarados. Além disso, a definição do que é alto teor de um nutriente ruim passará a ser a definida pela Anvisa com base nessa porção.

Scharf elogia as propostas, mas ressalta a necessidade de as mudanças virem acompanhadas de uma campanha de educação nutricional para a população. “Eu só posso ver essas propostas de mudanças com bons olhos. Mas é preciso que isso venha acompanhado de uma ampla campanha de educação de esclarecimento que possa atingir o consumidor, diz.


A Anvisa faz a seguinte classificação para nutrientes de baixa qualidade:


 
- Alto teor de açúcares adicionados:

10g para sólidos

5g para líquidos



- Gorduras saturadas: 

4g para sólidos

2g para líquidos


 
- Sódio:

400mg para sólidos

200mg para líquidos

*Valores para cada 100g ou 100ml de alimento.
 

Principais modelos de alerta nas embalagens, que estão em discussão: 
 
 





Fonte: Relatório Preliminar de Análise de Impacto de Regulatório de Rotulagem Nutricional/Anvisa




Unimed Laboratório


Posts mais acessados