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sexta-feira, 11 de maio de 2018

Nova lente devolve capacidade de ler de perto aos portadores de DMRI



Após os 60 anos de idade, muitas pessoas são acometidas com a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI). A doença acarreta baixa visão central por danos na retina, chegando a impossibilitar o idoso de ler, reconhecer as cores, dirigir veículos, entre outras atividades do cotidiano. Até então, a DMRI só podia ser tratada com eficácia no estágio inicial. Agora, uma nova lente recém-lançada em todo o mundo, a SML (Schariot Macula Lens), possibilita que pessoas com DMRI em estágio avançado voltem a enxergar de perto.

“O paciente volta a enxergar com a parte periférica da visão que foi perdida. A SML amplia o texto cerca de duas vezes, melhorando a capacidade de leitura de perto, e o tamanho das manchas escuras causadas pela degeneração na retina permanece o mesmo porque a lente não amplia as partes danificadas da mácula”, explica o oftalmologista Hilton Medeiros, especialista em retina e vítreo da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio.

Segundo o médico, se a pessoa já tiver operado de catarata, a lente SML pode ser implantada em cima da outra. Caso contrário, é preciso operar primeiro da catarata e 30 dias depois implantar a SML. “A cirurgia da SML é indolor e rápida, durando aproximadamente dois minutos em apenas um dos olhos. O paciente é liberado imediatamente, ainda com a visão um pouco embaçada, mas em poucas horas estará enxergando normalmente”, esclarece o especialista.

Os principais sintomas da DMRI são manchas escuras na visão, dificuldade de ler e de reconhecer o rosto das pessoas e distorção na visão, chamada de metamorfopsia (postes e portas passam a ser vistos com curvas).

A lente é indicada para pacientes com DMRI em estágio avançado, mas também pode ser útil para pacientes com outras doenças maculares, como maculopatia, retinopatia diabética ou doenças retinianas hereditárias.


Sobre a DMRI

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) aproximadamente 10% das pessoas entre 65 e 74 anos e cerca de 30% dos idosos com mais de 75 possuem DMRI. No Brasil são cerca de 2,9 milhões de pessoas, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Entre as causas do surgimento da doença estão o excesso de exposição aos raios solares, tabagismo, dieta rica em gordura, e o baixo consumo de frutas e verduras, que  tenham vitamina E, betacaroteno, zinco e cobre.

De acordo com Hilton Medeiros, quanto antes a doença for identificada, maiores as chances de preservar a visão útil. “Isto é possível com o exame oftalmológico de fundo de olho realizado nas consultas de rotina”, conclui o oftalmologista.



Descuido é apontado como principal causa do avanço da malária no Brasil


             Depois de sucessivas quedas, registros de casos de malária no País estão em crescimento. Em 2017 o Brasil contabilizou aproximadamente 194 mil casos dessa doença. O mês de fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano passado, mostra o incremento de 48% do número de casos. E, embora as principais ocorrências se concentrem nos estados das regiões Norte e Nordeste, a continuidade dos registros da malária nas regiões Sul e Sudeste, principalmente nas áreas da Mata Atlântica, sugerem a existência de riscos permanentes da disseminação do problema também nessas regiões.      
   
            Segundo o Biólogo Horácio Teles, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS), o negligenciamento com o programa de controle dessa endemia é uma das prováveis razões para o aumento do número de casos. “Ao longo desses anos, a responsabilidade das ações de controle e vigilância passou para os municípios, sem que os mesmos tivessem recursos suficientes e adequados para a execução das atividades programáticas como, por exemplo, o diagnóstico de casos e das espécies do Plasmodium, fundamental para o tratamento dos portadores do parasita”, diz o Biólogo.

            A malária é uma doença provocada pela aquisição do Plasmodium falciparum, P. vivax e P. malariae. Os casos mais graves da doença decorrem de infecções por protozoários pertencentes à primeira espécie. Os vetores da malária são mosquitos do gênero Anopheles, dentre os quais o Anopheles darlingi consiste a espécie mais frequentemente envolvida na transmissão desse grave problema de saúde pública. “Essas espécies dos mosquitos habitam as matas, florestas e os entornos desses ambientes. A transmissão dos parasitas acontece através de picadas das fêmeas dos mosquitos”, explica Teles.

            De acordo com o Biólogo, o desenvolvimento do parasita acontece em um ciclo que inclui mosquitos e seres humanos. Dessa maneira, dada a impossibilidade de combate aos vetores nos ambientes silvestres, o controle eficiente da doença depende quase exclusivamente do diagnóstico e tratamento dos casos humanos, completa o membro do CRBio-01. Ele ainda destaca que os principais sintomas da doença são febre, calafrios, tremores e suores que surgem geralmente após uma semana da infecção, e que o tratamento exige medicamentos específicos disponíveis nas unidades de saúde.

            “No mais, a prevenção demanda o uso de mosquiteiros e telas nas janelas e, nas circunstâncias de transmissão ativa, a aplicação de inseticidas de ação residual nas residências. Sobretudo de áreas rurais ou dos limites das cidades com as matas e florestas”, conclui o membro do CRBio-01.




Arritmia acomete mais de 20 milhões de brasileiros


Problema é responsável por causar mais de 320 mil mortes súbitas por ano no país


A arritmia é uma alteração do ritmo normal do coração, que produz frequências cardíacas rápidas, lentas e/ou irregulares. Também é conhecida como disritmia ou ritmo cardíaco irregular. “Nem todas as frequências rápidas ou lentas significam arritmias, alerta o médico cardiologista do Hospital VITA, em Curitiba, Mohamad Kamal Sleiman, especialista em arritmia cardíaca. 

O problema ocorre em decorrência de diversas causas, como doenças das artérias coronárias, do músculo cardíaco (miocardiopatias ou insuficiência cardíaca), valvares, infecciosas (Doença de Chagas), alterações nas concentrações de eletrólitos (sódio, potássio e cálcio) no corpo, pós-cirurgia cardíaca ou congênita (defeito presente desde o nascimento). 
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Segundo dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), no Brasil, mais de 20 milhões de pessoas têm um dos tipos desta doença, que é responsável por mais de 320 mil mortes súbitas todos os anos no país. 

Dr. Mohamad explica que a alteração atinge com maior frequência a população adulta acima de 70anos, sendo a mais comum a fibrilação atrial. Além de pessoas com predisposição genética para doenças arrítmicas raras, podendo ocorrer até mesmo em crianças (Síndrome de Brugada, Síndrome do QT longo congênito, miocardiopatia hipertrófica) e pacientes com doenças cardíacas (infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, Doença de Chagas), que apresentam risco aumentado para arritmias e morte súbita. O problema pode resultar também em síncopes (desmaios), dispneia (dificuldade de respirar caracterizada por respiração rápida e curta) e piora da insuficiência cardíaca. 

As arritmias dividem-se em dois tipos, de acordo com a frequência. As taquicardias, quando a frequência cardíaca é maior que 100 batimentos por minuto (a frequência cardíaca padrão varia entre 60 e 100 vezes por minuto em condições normais de repouso), em decorrência de ansiedade, medicações ou exercício. A frequência cardíaca é considerada anormal quando ocorre um aumento súbito, desproporcional ao esforço realizado, e podem ocorrer em diversas circunstâncias (repouso, sono, atividades diárias ou exercício). A segunda forma são as bradicardias, quando frequência cardíaca é menor que 60 batimentos por minuto, podendo ser normal durante o repouso, pelo uso de medicações ou em atletas. 

Quanto ao local de origem, o cardiologista conta que se subdividem em arritmias supraventriculares - aquelas relacionadas à parte superior do coração (átrios) e ao nódulo atrioventricular e arritmias ventriculares - relacionadas aos ventrículos (câmaras inferiores do coração).
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Sintomas 

Palpitação é o mais comum, mas podem ocorrer também desmaios (recuperação rápida, espontânea e sem alterações motoras), tonteiras, falta de ar, mal-estar, sensação de peso no peito, fraqueza, fadiga, dor no peito, entre outros. 
Os sintomas que indicam gravidade são confusão mental, pressão baixa, dor no peito e desmaios. “Caso ocorra algum desses sintomas, é necessário realizar atendimento médico de urgência para evitar morte do paciente”, adverte o especialista. 


Prevenção 

De acordo com Dr. Mohamad, é necessário reduzir o nível de estresse, cessar o uso de drogas como cocaína ou anfetamina, diminuir a ingestão de álcool, limitar o consumo de bebidas que contenham cafeína, fazer exercícios regularmente, evitar atividades que desencadeiam palpitações (como esforços físicos exagerados). 


Tratamento

Segundo o médico, existem várias modalidades de tratamento e a escolha depende do tipo de arritmia, frequência e severidade dos sintomas. “Em alguns casos, não é necessário o tratamento”, salienta. Os principais são: medicações, cardioversão elétrica, mudanças no estilo de vida, marcapassos e desfibriladores, ablação por cateter e cirurgia.

•    Medicações: várias drogas são úteis para o tratamento das arritmias.

•    Cardioversão elétrica: trata-se de um choque elétrico dado no tórax para restaurar o ritmo normal do coração, quando as medicações falham ou quando o paciente apresenta sintomas intensos com risco. É feita sob leve sedação (paciente dormindo).

•    Mudanças no estilo de vida: parar de fumar, diminuir a ingestão de álcool e cafeína, evitar o uso de estimulantes (descongestionantes nasais, mediações para tosse e alguns suplementos nutricionais).

•    Marcapasso cardíaco: pequeno dispositivo utilizado para estimulação elétrica, evitando que os batimentos cardíacos fiquem muito lentos. Consiste em um gerador de pulsos e eletrodos. 

•    Cardiodesfibrilador implantável: aparelho capaz de monitorar e tratar os ritmos anormais do coração, que podem representar risco de vida. (taquicardia ventricular e fibrilação ventricular). 

•    Ablação por cateter: trata-se de uma cauterização por energia de radiofrequência do tecido cardíaco responsável pela arritmia. Realizado por meio de catéteres introduzidos no coração.

•     Cirurgia cardíaca: recurso utilizado para corrigir arritmias durante procedimento cirúrgico para tratar outras doenças no coração.


 

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