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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Outubro Rosa e Novembro Azul: Como manter a fertilidade em pacientes oncológicos



 Preservação dos gametas antes do início dos tratamentos de radio e quimioterapia garantem aos pacientes com câncer boas chances de gravidez futura


Os meses de outubro e novembro são dedicados ao combate do câncer de mama e de próstata e, diante disso, vêm à tona discussões sobre prevenção, tratamento e consequências dessas doenças. Uma questão importante nesse aspecto refere-se à fertilidade dos pacientes em tratamento, já que as drogas utilizadas na quimio e na radioterapia podem interferir na reserva ovariana ou na produção de espermatozóides pelos testículos, o que prejudica significativamente as chances de gravidez. 

Hoje em dia, graças à tecnologia e aos estudos cada vez mais avançados na área de reprodução assistida, pode-se dizer que é possível um paciente com câncer ter chances semelhantes de gestação as de alguém sem a doença, por meio da fertilização in vitro. “Isso  é possível com a preservação dos gametas, seja pelo congelamento dos espermatozoides, seja pela indução da ovulação e aspiração dos óvulos, chamada criopreservação. Em qualquer um desses casos, é importante fazer antes do início do tratamento”, explica Dr. Ricardo Marinho, diretor clínico da Pró-Criar Medicina Reprodutiva.

Se há tempo suficiente para a coleta de material, a criorpreservação e congelamento do sêmen são as melhores alternativas. A coleta de óvulos pode demorar de duas a seis semanas. Já a coleta de esperma é mais rápida e simples, a menos que a ejaculação não seja possível. “Também existe a opção do congelamento de fragmentos do tecido ovariano para posterior retransplante, mas ainda está em fase experimental”, ressalta Dr. Ricardo.

 A chance da pessoa ficar estéril após o tratamento contra o câncer varia de 0 à 90%, de acordo com o tipo de remédio utilizada, a dosagem e o tempo de duração da medicação. Às vezes, o impacto na fertilidade pode ser transitório, com a volta espontânea da ovulação e da produção de espermatozoides. “É importante que a liberação para engravidar seja feita pelo oncologista responsável pelo paciente, geralmente é necessário esperar de 2 a 5 anos dependendo do tipo e da estabilização da  doença”, conclui Dr. Ricardo.





Na luta contra o câncer de mama, o "outubro Rosa" deve ser o ano inteiro



Neste mês, celebramos o outubro Rosa, uma campanha que visa conscientizar as pessoas sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse é o tipo mais comum de câncer entre as mulheres no Brasil e no mundo, atrás apenas do de pele não melanoma, respondendo anualmente por cerca de 28% dos novos casos da doença.


Durante a campanha, é comum ressaltar-se a importância do autoexame. Mas, será que apenas isso é o suficiente? Para o médico Dr. Mohamad Barakat, do Instituto Dr. Barakat de Medicina Integrativa, a prevenção é, sim, o melhor remédio, mas vai muito além do autoexame. É uma ressignificação no estilo de vida. "De nada adianta apenas ter a consciência de fazer o autoexame, mas se encher de alimentos nocivos e manter hábitos que podem desencadear problemas graves de saúde. É preciso trabalhar principalmente na prevenção.  Além de cultivar uma alimentação baseada em comida de verdade, de manter hábitos de vida saudáveis"


 O câncer é considerado uma doença multifatorial. Ou seja, seu surgimento pode se dar por fatores vários, podendo ser desencadeados por hábitos de vida que são evitáveis até por hereditariedade/genética.



 Viver estressado, má alimentação, excesso de peso, tabagismo e ingestão de álcool; bem como exposição a radiações ionizantes, são algumas das atitudes que podem acordar doenças que estão em nosso código genético, criando o “ambiente ideal” que uma célula cancerosa necessita para crescer, se multiplicar e se disseminar.


 Além disso, Barakat ainda ressalta a importância dos cuidados com a saúde mental, tanto na prevenção quanto no tratamento de um câncer: "ao buscarmos o equilíbrio corpo, mente e espírito, estamos contribuindo com o fortalecimento do organismo e do sistema imune. E assim como as emoções podem impactar no surgimento de doenças, da mesma forma elas exercem influência sobre quem está passando por um tratamento contra o câncer"

 Importante também destacar-se que tendemos a ligar automaticamente o câncer de mama à mulher. Porém, embora seja o mais comum, o câncer de mama também acomete homens. "Daí a necessidade de que, na luta contra o câncer de mama e demais patologias, a sociedade como um todo mantenha hábitos saudáveis e acompanhamento médico", finaliza Dr. Barakat.







Santa Joana explica: tudo o que você precisa saber sobre Febre Amarela



A cidade de São Paulo entrou em alerta após um exame detectar o vírus da febre amarela em um macaco encontrado morto no Horto Florestal. Por causa disso, muitas pessoas estão procurando postos de vacinação. As autoridades públicas responsáveis já estão realizando ações preventivas e é importante ressaltar que não há motivo para pânico, afinal, o Estado de São Paulo não apresenta nenhum “caso urbano” de febre amarela desde 1942.
Com profissionais atualizados com o que há de mais novo em vacinas para prevenir doenças infecciosas, o Centro de Imunização do Hospital e Maternidade Santa Joana é referência no meio. Por isso, para sanar possíveis dúvidas, a Dra. Rosana Richtmann, infectologista da instituição, responde aos principais questionamentos sobre a febre amarela e os cuidados da gestante e do bebê:

Como a doença é transmitida?
Muito comum na América do Sul e Central, além de alguns países da África, a Febre Amarela é uma arbovirose, ou seja, uma doença causada por um vírus da família Flaviviridae, a mesma da Dengue e do Zika e transmitido por meio da picada de mosquitos em áreas urbanas ou silvestres.
A transmissão se dá exclusivamente pela picada dos mosquitos Haemagogus e Sabethes, no ciclo silvestre, e Aedes aegypti, no meio urbano. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.

Qual é a melhor forma de prevenção?
A principal medida preventiva é a imunização por meio da vacinação, que é altamente eficaz.

Quais são sintomas provocados pela febre amarela?
As manifestações mais leves da doença incluem febre alta de início súbito, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias.
Apesar de menos frequente, a forma mais grave da doença pode causar cansaço intenso, insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados) e hemorragias, podendo levar a morte. 

Qual é o tratamento para a doença?
Ainda não existe um medicamento que atue diretamente no vírus, por isso, o paciente diagnosticado deve ser hospitalizado para tratar os sintomas com reposição de líquidos e monitoramento da atividade hepática e renal.

Quem deve tomar a vacina na cidade de São Paulo?
Nesse primeiro momento, a atenção está voltada para a população da Zona Norte da cidade, onde há maior possibilidade de contato com os mosquitos que transmitem a doença. As ações de prevenção devem ser aumentadas progressivamente ao longo dos próximos meses.

Existe alguma restrição?
Por se tratar de uma vacina de vírus vivo atenuado, existe um risco de complicações em pacientes mais vulneráveis. Fazem parte desse grupo:

  • Gestantes
  • Mães que amamentam bebes com menos de 6 meses de idade (pois existe risco de transmitir o vírus pelo leite)
  • Bebês com menos de 9 meses
  • Pessoas imunodeprimidas em razão de doença ou tratamento (quimioterapia, radioterapia, por exemplo)
  • Alérgicos à proteína do ovo

De que forma as gestantes e demais pacientes vulneráveis podem se proteger?
Como primeira medida de segurança, esse grupo deve evitar as áreas de mata da cidade, especialmente a região do Horto Florestal. Caso isso não seja possível, existem algumas outras formas de se proteger:
  • Optar por roupas claras, pois cores vibrantes atraem o mosquito;
  • Usar manga comprida e calça comprida, cobrindo principalmente as pernas e os pés (pois os mosquitos costumam voar baixo);
  • Evitar o uso de perfumes – esse é outro fator que pode atrair os insetos;
  • Usar repelente diariamente – essa dica é especialmente importante para gestantes, para evitar outras doenças como Dengue e Zika;
  • No caso de bebês com menos de dois meses, quando o uso de repelente não é indicado, a recomendação é usar um mosquiteiro em volta do berço e manter o ambiente fechado e fresco;

Que complicações a doença pode ocasionar durante a gravidez? E para o bebê?
Como a resposta imunológica da mulher é modificada durante a gestação, muitas doenças infecciosas acabam sendo mais graves para gestantes. No caso da Febre Amarela, caso ocorra a manifestação grave da doença, os efeitos podem ser fatais, tanto para mãe quanto para o bebê.
Diferentemente de doenças como o Zika, não há nenhuma indicação cientifica que a febre amarela durante a gravidez cause sequelas ou problemas congênitos ao bebê.

Quem já é vacinado precisa repetir a dose?
Não é necessário. Segundo orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil adotamos a dose única da vacina.




Hospital e Maternidade Santa Joana







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