Para
Entidade a revisão da proposta de redução é preocupante, pois corresponderá a
uma economia de apenas R$ 9 bilhões, cerca de 13% do que foi proposto
A Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) considera a redução da
meta do superávit fiscal de 1,2% para 0,15% do PIB, que deve ser anunciada
hoje, preocupante.
A
Entidade reforça que, apesar de justificável, a proposta evidencia ainda mais
as dificuldades do Governo em implementar o ajuste fiscal inicial, mantendo
assim, o quadro de apreensão crescente dos agentes econômicos, mesmo com
a tentativa de realinhar os números à realidade e, com isso, buscar credibilidade
junto ao mercado. A iniciativa corresponderá a uma economia de somente R$ 9
bilhões, cerca de 13% do que foi proposto no início do ano (66 bilhões de
reais).
A
FecomercioSP alerta que, na próxima semana, o Banco Central deverá elevar, mais
uma vez, a taxa básica de juros, com o objetivo de controlar a inflação, o que
implica na elevação de despesas com a dívida pública e deve exigir, no futuro,
um resultado primário ainda maior para fazer frente a esse aumento de despesa.
Com a taxa Selic cada vez mais alta, por sua vez, aumenta o esforço fiscal
necessário para estabilizar a trajetória da dívida pública.
De
acordo com a Federação, a saída para a situação em que se encontra a política
econômica é a retomada de uma agenda de reformas estruturais que envolvam a
redução da burocracia e do tamanho do Estado.
A
Entidade lamenta a determinação de manter inalterada a estrutura inchada da
máquina pública, o que dificulta ainda mais a retomada da confiança. Mesmo
ciente da rigidez do orçamento público e de que grandes cortes talvez ainda não
fossem suficientes para se alcançar a totalidade da meta pretendida, a
FecomercioSP ressalta que medidas claras na direção da redução dos gastos
públicos, dos 24 mil cargos comissionados e dos 39 ministérios já seriam um
alento em termos de ganho de credibilidade. Sem isso, cresce o risco de o País
perder o grau de investimento e agravar ainda mais a atual conjuntura
econômica.